SóProvas


ID
607555
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
CASAL
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Com base na compreensão do Texto abaixo, responda a questão.


                                                        Verdade e falsidade

        Se observarmos a concepção grega de verdade, notaremos que nela as coisas ou o ser (a realidade) é o verdadeiro ou a verdade. Isto é, o que existe e manifesta sua existência para nossa percepção e para nosso pensamento é verdade ou verdadeiro. Por esse motivo, os filósofos gregos perguntam: como o erro, o falso e a mentira são possíveis? Em outras palavras, como podemos pensar naquilo que não é, não existe, não tem realidade, se o erro, o falso e a mentira só podem referir-se ao que não é, ao não-ser? O ser é o manifesto, o visível para os olhos do corpo e do espírito, o evidente. Errar, falsear ou mentir, portanto, é não ver os tais seres como são, é não falar deles tais como são. Como isso é possível?  

        A resposta dos gregos é dupla:

1. o erro, o falso e a mentira se referem à aparência superficial e ilusória das coisas ou dos seres e   surgem quando não conseguimos alcançar a essência das realidades; são um defeito ou uma falha de nossa percepção sensorial;

2. o erro, o falso e a mentira surgem quando dizemos de algum ser aquilo que não é, quando lhe atribuímos qualidades ou propriedades que ele não possui ou quando lhe negamos qualidades ou propriedades que ele possui. Nesse caso, o erro, o falso e a mentira se alojam na linguagem e acontecem no momento em que fazemos afirmações ou negações que não correspondem à essência de alguma coisa. O erro, o falso e a mentira são um acontecimento do juízo ou do enunciado.  


      O que é a verdade? É a conformidade entre nosso pensamento e nosso juízo e as coisas pensadas ou formuladas. Qual a condição para o conhecimento verdadeiro? A evidência, isto é, a visão intelectual da essência de um ser. Para formular um juízo verdadeiro precisamos, portanto, primeiro conhecer a essência, e a conhecemos ou por intuição, ou por dedução, ou por indução.

     A verdade exige que nos libertemos das aparências das coisas para ver intelectualmente a essência delas; exige portanto que nos libertemos das opiniões estabelecidas e das ilusões de nossos órgãos dos sentidos. Em outras palavras, a verdade sendo o conhecimento da essência real e profunda dos seres é sempre universal e necessária, enquanto as opiniões variam de lugar para lugar, de época para época, de sociedade para sociedade, de pessoa para pessoa. Essa variabilidade e inconstância das opiniões provam que a essência dos seres não está conhecida e, por isso, se nos mantivermos no plano das opiniões, nunca alcançaremos a verdade.

(CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2005. p. 98. Adaptado)  

No período: “A verdade exige que nos libertemos das aparências das coisas para ver intelectualmente a essência delas...”, pode-se assumir:

I. O quê é um pronome relativo com função sintática de objeto direto e introduz uma oração coordenada assindética.

II. O quê é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

III. O quê é um uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva.

IV. O quê é uma conjunção integrante e introduz uma relação de determinante/determinado, gerando uma construção de parataxe.

Verifica-se que está(ão) correta(s)

Alternativas
Comentários
  • Vamos às alternativas:

    l - O quê da questão não é pronome relativo
    * Isso porque o "quê" pronome relativo aceita substituição por "o qual" e variações ("os quais", "a qual", "as quais").
    * É um termo anafórico, ou seja, retoma seu antecedente.
    * Possui função sintática
    * Ocorre em orações subordinadas adjetivas.

    No item l, o quê não possui nenhuma dessas características.
    * Não aceita substituição por "a qual". "A verdade exige a qual !?".Não tem sentido.Sendo assim, não retoma verdade, consequentemente, não é um termo anafórico.
    *Também não possui função sintática, pois esse "quê" é uma conjunção integrante, introduz uma oração subordinada substantiva(
    uma oração que tem valor morfológico de substantivo).
    *Vejamos:"A verdade(sujeito) exige(verbo transitivo direto, pois quem exige, exige algo) que nos libertemos(oração subordinada substantiva objetiva direta)...
    Percebam que a oração iniciada por "que"_conjunção integrante_ tem valor sintático de objeto direto.
    OBS:
    Conjunção integrante não tem valor sintático, aliás, nenhuma conjunção tem valor sintático, a oração como um todo é que tem valor de objeto direto.
    Portanto introduz uma
    oração subordinada substantiva objetiva direta, e não uma oração subordinada adjetiva, também porque a segunda oração não tem valor de adjetivo, e sim de substantivo (A verdade exige a liberdade...por exemplo.O valor é de substantivo.
    Principalmente, não introduz uma oração assindética, pois temos um síndeto(conjunção), o "que".


    ll - Pelo exposto acima, essa alternativa está correta.

    lll - Percebam que a oração introduzida por "que"
    não tem valor sintático de sujeito(oração subordinada substantiva subjetiva), o sujeito da oração subordinada é "verdade".
    A "verdade" exige algo: que nos libertemos das aparências das coisas para ver intelectualmente a essência delas(função sintática de objeto direto).Portanto,
    oração subordinada substantiva objetiva direta.Alternativa errada.

    lV -
    Parataxe é uma formação assindética (sem síndeto = sem conjunção) do período.Pode ser com ou sem subordinação, para ser parataxe, o importante é que não tenha síndeto.
    Temos um síndeto(conjunção) na frase, o "que" (conjunção integrante).Portanto, alternativa errada.
  • A verdade exige (Or. principal) / que nos libertemos das aparências (Or. Subordinada)

    A verdade
    (sujeitoexige (VTransitivo Direito) que nos libertemos das aparências... (Objeto direto)

    Dica para saber se é SUBORDINADA - Substitua a resposta do verbo, na or. principal, por "ISSO":  A verdade exige (o quê?) ISSO
    Orações subordinadas, normalmente, inicíam-se com CONJUNÇÂO INTEGRANTE "que" ou "se"


    I. O quê é um pronome relativo com função sintática de objeto direto e introduz uma oração coordenada assindética. - vejam a explicação do colega acima - quando pode substituir por "a qual" e outros - Pron. Relativos iniciam Or. COORDENADAS

    II. O quê é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. - CERTO

    III. O quê é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva. - A subjetiva exerce função de sujeito. Vejam o exemplo: É necessário que voltes (sujeito da oração) - vejam: Que voltes é necessário

    IV. O quê é uma conjunção integrante e introduz uma relação de determinante/determinado, gerando uma construção de parataxe. - Parataxe é o mesmo que coordenação logo, coordenação não tem conjunção integrante.

    "A persistência é o caminho do êxito" Charles Chaplin

    Bons Estudos!
  • Conjugações Integrantes

    Introduzem a segunda oração que completa o sentido da primeira.

    São elas : que , se.

    Ex: Espero que você seja feliz.
          Não sei se devo voltar lá.

    Bons estudos...
  • o macete é facil


    Se o que não der para trocar por o qual e derivados não é pronome relativo....
  • Apenas para ampliar o conhecimento...
    Pronome é classe de palavra que se relaciona com o substantivo. Nunca com o verbo!
    Quando usa o "macete" de trocar o "que" por "a qual" para ver se é pronome relativo, você está confirmando o relacionamento do pronome com seu substantivo.
    Na oração do enunciado da questão o "que" não é pronome pois ele não se relaciona com substantivo; ele introduz uma oração dependente ou subordinada à outra. A dica é usar ISTO (ou como a colega comentou ISSO).

    “A verdade exige que nos libertemos das aparências das coisas para ver intelectualmente a essência delas...”
    "A verdade exige ISTO"