SóProvas


ID
649432
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2011
Provas
Disciplina
Direito Empresarial (Comercial)
Assuntos

Se a atividade empresarial é exercida pelo empresário, sua representação patrimonial denomina-se estabelecimento, que é a reunião de todos os bens necessários para a realização da atividade empresarial, também chamada, sob a influência dos franceses, fundo de comércio, ou, sob a dos italianos, azienda. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Comentário à assertiva E (correta):
    Cumpre ressaltar que o trespasse não se confunde com a cessão de quotas sociais de sociedade limitada ou a alienação de controle da sociedade anônima. Na transferência da participação societária o estabelecimento empresarial não muda de titular, tanto antes como após a transação ele pertencia e continua a pertencer à sociedade empresária, à mesma pessoa jurídica, que apenas tem a sua composição de sócios alterada. Na cessão de quotas ou alienação de controle, o objeto da venda é a participação societária, ou seja, as quotas ou as ações, conforme a espécie societária.

    Créditos: 
    http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6145
  • Item por item...
    A) ERRADO. O erro da alternativa está em dizer que anteriormente o estabelecimento comercial era considerado uma universalidade de direito. Apesar da controvérsia, majoritariamente, tanto para a doutrina como para a jurisprudência, o estabelecimento comercial sempre foi uma universalidade de fato.
    B) ERRADO. O aviamento não é considerado bem.
    C) ERRADO. Para a renovação compulsória, devem ser observados alguns requisitos, quais sejam: o locatário deve exercer atividade comercial, e estar no mesmo ramo de atividade no mínimo por três anos ininterruptos; e o contrato deve ser celebrado por prazo DETERMINADO e por escrito, sendo este prazo mínimo de cinco anos.
    D) ERRADO. Nenhuma obrigação de caráter pessoal é tranferida com o trespasse.
    E) CORRETA. Conforme comentários acima.
  • Caro colega, certifique-se da precisão dos comentários antes de publicá-los, pois a letra D está apenas parcialmente incorreta. O adquirente do estabelecimento empresarial se sub-roga na posição do alienante nos contratos de trato sucessivo, desde que a obrigação não possua caratér estritamente pessoal. Segue doutrina sobre o tema:

    A transferência do estabelecimento empresarial produz uma série de efeitos obrigacionais, dentre os quais destacam-se aqueles que atingem as dívidas contraídas pelo empresário alienante e sua transferência ao empresário adquirente, caracterizando-se a sucessão empresarial. Portanto, há sucessão empresarial quando o empresário adquirente responde pelas dívidas referentes ao estabelecimento empresarial contraídas pelo empresário alienante.

    O Código Civil de 2002 disciplina a sucessão empresarial no art 1.146:

    “Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento”

    O contrato de trespasse não pode excluir ou limitar a responsabilidade do empresário adquirente pelas dívidas do estabelecimento empresarial adquirido. O art. 1.146 do Código Civil não admite exceção, tem natureza cogente, não havendo espaço para a autonomia de vontade das partes restringir os interesses dos credores. Cláusula que contraria o disposto no art. 1.146 não terá validade.

    (...)

    O art. 1.148 do CC 2002, ao estabelecer que “a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento”, determina a substituição do empresário alienante pelo empresário adquirente nos contratos que não apresentam caráter pessoal. A sub-rogação prevista significa a substituição de uma pessoa por outra, no caso, o empresário alienante pelo empresário adquirente, mantendo-se a relação anteriormente existente. A lei não prevê a necessidade da anuência do contratante cedido, entretanto, havendo justa causa os terceiros podem rescindir o contrato no prazo de 90 dias da publicação do trespasse, ressalvada, nesse caso, a responsabilidade do alienante.

    Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6145

  • Galera, este gabarito da letra e) está mesmo certo?
    É que eu imagino que no caso de operações como a incorporação, em que uma sociedade empresária adquire uma ou mais sociedade empresárias, neste caso, o estabelecimento mudaria de titular. Não tenho certeza da retidão do que ventilei, mas me parece bem coerente. Se alguém souber isso, por favor, poste no meu perfil.
  • "e) Com a venda do estabelecimento, altera-se a figura de seu titular, que passa a ser o comprador; com a venda da sociedade empresária, entretanto, não existe alteração do titular do estabelecimento, que permanece o mesmo."

    Caro Vitor, sendo o estabelecimento a totalidade dos bens da sociedade empresária, sendo aquele vendido fatalmente muda de titular. Sendo a sociedade empresária pessoa jurídica, com personalidade jurídica própria, ao ser vendida com ela é também transferido o estabelecimento e, portanto, continua a mesma sociedade empresária, que no caso só mudou de sócios, sendo a titular do estabelecimento. Espero ter sido claro e ter ajudado.

    Boa Sorte!


  • Colegas, não estou conseguindo entender a assertiva E que está correta. Concordo com todas as explicações dos demais itens quando estes encontrarem-se com erros, mas não consegui enteder essa troca de titularidade com a venda do estabelecimento e a não troca da titularidade com a venda da sociedade empresária. Se alguns dos colegas puder me ajudar na dúvida, agradeço.
  • AVIAMENTO - 

    http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/995665/o-que-se-entende-por-aviamento-andrea-russar-rachel
  • Alternativa "e". Acredito que fundamento seja a independência que o estabelecimento tem em relação à sociedade empresária como objeto de negócios jurídicos e direitos, por isso o Código Civil, no  artigo 1.143 diz "Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza".

    Assim: se o estabelecimento for alienado, altera o titular (que será o comprador) que exercerá os negócios jurídicos; se for vendida a sociedade empresária, consequentemente o estabelecimento estará englobado. 

    Exemplo na primeira parte: a sociedade empresária "X LTDA" aliena seu estabelecimento "Xis-X" para a sociedade empresária "Y LTDA", será essa "Y LTDA" que exercerá a atividade. 

    Exemplo na segunda parte: Se a sociedade "X LTDA" cujos sócios A, B e C a alienam para os sócios D, E e F a própria "X LTDA", estes (D, E e F) que serão os titulares da "X LTDA", nada alterando no exercício da atividade do estabelecimento "Xis-X".


    Espero que até eu tenha entendido! hahaha

  • A)Universalidade       de       bens       é       a       união       de       vários       bens       singulares       formando       um       só.        Em       nenhum       momento       foi       dito       que       já       se       chamou        o       estabelecimento       de        universalidade       de       direito.       Por       isso,       é       equivocada       a       opção

     

    B)Na       letra       B,       o       que       se       diz       é       que       o       aviamento       constitui        elemento       do        estabelecimento       empresarial,       assim       como       bens       materiais       e       imateriais.       Porém,       não       é        bem       assim.        Aviamento       é       a       capacidade       de       gerar       riquezas,       de       gerar       lucro.       Essa       capacidade        está       ligada       ao       estabelecimento       (conjunto       de       bens)?               Imagine       um       salão       de       beleza       com       todos       os       melhores       equipamentos,       mas       no        pantanal       mato-­‐grossense.       Será       que       os       equipamentos       garantirão       o       lucro?       Com        certeza       não.        O       que       se       quer       dizer       é       que       o       aviamento       não       está       ligado       ao       conjunto       de       bens,       e        sim       à       forma       com       que       se       organiza       essa       atividade.        A       letra       B       está       errada       porque       o       aviamento       não       está       protegido       como       elemento        do       estabelecimento       empresarial.                    

  • C)A       lei       de       locações       trata       da       renovação       compulsória.        Art.       47.       Quando       ajustada       verbalmente       ou       por       escrito       e       como       prazo       inferior       a        trinta       meses,       findo       o       prazo       estabelecido,       a       locação       prorroga        -­‐        se        automaticamente,       por       prazo       indeterminado,       somente       podendo       ser       retomado       o        imóvel:               Há       dois       requisitos        para       que       possa       ser       utilizada:       o       contrato       escrito       e       o        contrato       ser       por       prazo       determinado.       A       questão       erra       ao       colocar       o       termo        indeterminado

     

     

    D)O       que       se       está       a       dizer       é       que       os       contratos       pessoais       não       são       transferidos,       mas        que       os       instrumentais       são.       Há       duas       correntes       e       devemos       lembrar       a       opção       da       banca        anterior       no       sentido       de       que       não       há       transferência.       
    RFTRF2        Direito       Empresarial        O       presente       material       constitui       resumo       elaborado       por       equipe       de       monitores       a        partir       da       aula       ministrada       pelo       professor       em       sala.       Recomenda-­‐se       a       complementação       do        estudo       em       livros       doutrinários       e       na       jurisprudência       dos       Tribunais.       
           
                          www.cursoenfase.com.br               18
    Para       o       TRF-­‐2,       não       presume       a       transferência       dos       contratos       instrumentais       e,       por        isso,       em       que       pese       divergência       doutrinária,       esta       alternativa       está       incorreta.       

  • E)A       alternativa       está       correta.       A       sociedade       X       é       empresária       que       detém       alguns        bens       (veículos,       imóveis,       investimentos,       etc.).       Do       outro       lado,       temos       a       sociedade       Y       que        decide       comprar       esses       bens       –       logo,       a       propriedade       muda       de       pessoa.       Antes       era       da       X       e,        agora,       passa       a       ser       da       Y.        Pense       mais       uma       vez       em       uma       sociedade       X       com       dois       sócios:       A       e       B.       Essa        sociedade       tem       alguns       bens       e,       um       dia,       as       cotas       ou       ações       são       vendidas;       A       e       B       vendem        as       cotas       para       C       e       D       –       todavia,       não       há       alteração       da       titularidade       dos       bens,       que        permanecem       sendo       da       pessoa       jurídica       X.       Não       se       pode       confundir,       pois,       o       trespasse        com       a       cessão       de       cotas       ou       ações.        A       letra       E       traz       o       gabarito       adequado.      

  • O QC tinha que abolir esses comentários por vídeo, ou colocar vídeo e texto. 24 minutos para ver comentário de uma questão, imagina para quem faz 100 por dia... 

  • tomemos sempre cuidados com as alternativas "A", Elas, na maioria das vezes, são armadilhas!

    De fato, a corrente majoritária compreende o Estabelecimento Comercial como universalidade de FATO, porém há outra parcela (miniritária) que insiste em classificá-la como universalidade de Direito.     O erro da questão está em afirmar que a posição dominante está "CONSAGRADA", o que está longe de acontecer devido à grande  divergência doutrinária.

  • O AVIAMENTO NÃO É UM BEM DO ESTABELECIMENTO.

    O AVIAMENTO NÃO É UM BEM DO ESTABELECIMENTO.

    O que é o aviamento?

    De acordo com o professor Ricardo Negrão, aviamento é atributo do estabelecimento empresarial, resultado do conjunto de vários fatores de ordem material ou imaterial que lhe conferem capacidade ou aptidão de gerar lucros.

    Cada estabelecimento possui um aviamento maior ou menor. Diz-se que o aviamento é pessoal ou subjetivo quando a capacidade de gerar lucros resulta substancialmente de qualidades do titular da empresa. E será real ou objetivo se decorrente da qualidade do estabelecimento empresarial.

    Há, contudo, doutrinadores que entendem que o aviamento é resultado tanto do exercício da empresa pelo titular como igualmente das qualidades do estabelecimento, optando por conceituar aviamento como atributo da empresa.

    FONTE: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/995665/o-que-se-entende-por-aviamento-andrea-russar-rachel

    Vida à cultura democrática, Monge.


  • Professora muito boa!!! Super didática...