- ID
- 649261
- Banca
- CESPE / CEBRASPE
- Órgão
- TRF - 2ª REGIÃO
- Ano
- 2011
- Provas
- Disciplina
- Direito Constitucional
- Assuntos
De acordo com o disposto na CF sobre o Poder Judiciário, assinale a opção correta
De acordo com o disposto na CF sobre o Poder Judiciário, assinale a opção correta
Assinale a opção correta acerca do processo legislativo, das competências e do funcionamento do Congresso Nacional.
No que se refere ao controle incidental de constitucionalidade, à ação direta de inconstitucionalidade (genérica e por omissão), à ação declaratória de constitucionalidade e à arguição de descumprimento de preceito fundamental, assinale a opção correta.
A respeito do que dispõe a CF sobre o instituto da intervenção e sobre o DF e os territórios, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta com base nas normas constitucionais relativas aos princípios gerais do sistema tributário, às limitações do poder de tributar e à repartição das receitas tributárias.
Assinale a opção correta com relação às normas da CF sobre as finanças públicas, os orçamentos e os princípios gerais da atividade econômica.
A respeito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária da administração pública federal e das competências do TCU, assinale a opção correta.
No que se refere aos direitos sociais, aos direitos de nacionalidade e aos direitos políticos, assinale a opção correta
Assinale a opção correta acerca do tratamento constitucional sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, o mandado de injunção e o habeas data.
Com referência ao MP, à advocacia e à defensoria pública, assinale a opção correta
Em relação aos segurados do RGPS e aos seus dependentes, assinale a opção correta.
A respeito da aposentadoria por invalidez no âmbito do RGPS, assinale a opção correta.
Acerca da aposentadoria por idade, assinale a opção correta.
Em relação ao denominado período de graça e à comprovação de tempo de serviço/contribuição no âmbito do RGPS, assinale a opção correta.
Em referência ao custeio da seguridade social, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta relativamente ao cálculo do valor dos benefícios previdenciários.
Márcio, maior, capaz, reincidente em crime doloso, comprou, na mercearia do bairro em que mora, na cidade de São João de Meriti – RJ, gêneros alimentícios no montante de R$ 60,00, pagou as compras com duas cédulas de R$ 50,00, cuja inaltenticidade era de seu pleno conhecimento, e recebeu o troco em moeda nacional autêntica. No dia seguinte, arrependido de sua conduta pela repercussão que poderia adquirir, procurou o proprietário da mercearia, Paulo, maior capaz e com ensino médio completo, confessou o ocorrido, restituiu o troco e pagou integralmente, com dinheiro legal, as mercadorias. Paulo chamou a polícia, que encontrou, no caixa da mercearia, apenas uma das cédulas falsificadas, tendo sido ela apreendida. Márcio foi conduzido à delegacia, ocasião em que foram encontrados em sua posse os seguintes petrechos destinados especificamente à falsificação de moeda: duas matrizes metálicas e faixa magnética que imita o fio de segurança de cédulas autênticas.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
Considerando as causas extintivas de punibilidade, as circunstâncias, os crimes contra a administração pública, contra a ordem tributária, contra a ordem econômica e contra o sistema financeiro, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta a respeito do concurso de pessoas e de crimes, da relação de causalidade e do crime continuado.
Juan, cidadão espanhol, pretendendo transportar 3.500 g de substância entorpecente conhecida como cocaína para a Espanha, no interior de um aparelho de ar condicionado portátil, adquiriu passagens aéreas de Brasília ! DF para Barcelona, com conexão no Rio de Janeiro ! RJ. Ao chegar ao aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, para a conexão internacional, após passar pelo aparelho de raios X, mostrou-se muito nervoso, o que chamou a atenção dos agentes policiais. Após entrevista com Juan, a polícia encontrou a substância entorpecente. Juan foi preso em flagrante delito por tráfico de drogas. No momento da autuação, o estrangeiro, primário e sem antecedentes criminais, espontaneamente confessou a prática do crime e declarou-se dependente químico, alegando que o motivara à conduta delituosa a necessidade de dinheiro para pagar dívidas com traficantes no seu país de origem. Juan colaborou com a investigação policial do tráfico, identificou as pessoas que o haviam aliciado e apontou outros integrantes da organização, que conhecera por ocasião do aliciamento, o que resultou em prisões no Brasil e no exterior, e na apreensão de significativa quantidade de drogas, dinheiro, veículos, embarcações, móveis e petrechos para preparação e embalagem de drogas.
Considerando a aplicação de pena, elementares e circunstâncias, assinale a opção correta com base nessa situação hipotética e na Lei de Entorpecentes.
A polícia rodoviária federal, em 20/5/2011, durante abordagem de rotina dos motoristas na BR-101, nas proximidades de Campos dos Goytacazes – RJ, abordou o veículo conduzido por Nicolas, maior, capaz, cidadão francês, que, acompanhado de Sandra, brasileira, maior, solteira, apresentou, juntamente com os documentos do veículo, alugado, habilitação estrangeira, com tradução juramentada, vencida havia poucos dias. O elevado grau de nervosismo de Nicolas motivou os policiais a fazerem revista minuciosa no veículo, no qual encontraram seis fuzis, oito pistolas e 22 caixas de munição, tudo de procedência estrangeira. Nicolas confessou que as buscara no Paraguai para revendê-las no Rio de Janeiro ! RJ e argumentou que a companheira, que acreditava estar em viagem de turismo, nada sabia sobre o comércio das armas. O francês foi preso em flagrante, e, na delegacia, constatou-se que era reincidente: fora condenado no Brasil por tráfico internacional de drogas e porte de armas, e cumprira as penas. Nicolas foi expulso do país em 10/10/2010, em cumprimento a decreto publicado em 2/9/2010. Apurou-se, igualmente, que o estrangeiro regressara ao país em março de 2011, por meio da fronteira do Paraguai, e passara a residir na cidade de Belford Roxo – RJ, com Sandra.
Com base na situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.
Acerca dos juizados especiais criminais, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta acerca de prisões, medidas cautelares e liberdade provisória.
No que se refere às questões prejudiciais, aos processos incidentes, às exceções e às medidas assecuratórias, assinale a opção correta.
Com referência à execução penal, assinale a opção correta.
Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, no que diz respeito à competência. Assinale a opção correta com base no entendimento firmando nos tribunais superiores.
No que se refere aos ritos e a outros elementos pertinentes ao direito processual penal, assinale a opção correta
Assinale a opção correta com base no direito processual penal.
A respeito da ordem constitucional econômica, assinale a opção correta.
Com referência à Lei Antitruste, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta acerca dos princípios gerais da atividade econômica, do GATT e da OMC
No que se refere à intervenção do Estado no domínio econômico, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta com relação ao direito do consumidor.
Acerca dos institutos de direito do consumidor, assinale a opção correta.
A respeito de institutos de direito econômico, assinale a opção correta.
A respeito das condições e seus efeitos, assinale a opção correta.
No que se refere ao dano moral, assinale a opção correta.
Acerca dos registros públicos, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta com relação às hipóteses de inadimplemento contratual e seus efeitos.
Considerando a controvérsia referente a determinada relação jurídica existente entre dois contratantes, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta, considerando a função social da propriedade e seus consectários.
Assinale a opção correta de acordo com as normas do direito civil no que se refere à prova.
A respeito dos juizados especiais federais, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta no que se refere à competência da justiça federal.
Considerando a jurisdição, assinale a opção correta.
Constitui alegação válida para a parte ré obter a anulação de sentença homologatória proferida por juiz de primeira instância a comprovação de
Os embargos de terceiro
Assinale a opção correta com referência à penhora na execução.
A respeito dos vícios da sentença, assinale a opção correta.
Interposto o recurso cabível, intimou-se a parte recorrente devido ao provimento de embargos de declaração opostas pela outra parte e que modificaram a fundamentação da decisão recorrida, tendo o recorrente protocolado aditamento ao recurso já interposto.
Nessa situação, é aplicável o princípio da
Acerca da legitimidade ativa para a propositura da ação cautelar de arresto, assinale a opção correta.
No curso de procedimento de cumprimento de sentença, a esposa de um executado interpôs impugnação ao argumento de não ter sido respeitado o prazo para cumprimento voluntário. Nessa situação,
Segundo a doutrina, o direito comercial não se formou em uma única época nem no meio de um só povo. A cooperação de todos os povos em tempos sucessivos, firmada fundamentalmente nas bases econômicas, é que o constituíram e lhe imprimiram o caráter autônomo. Com relação ao direito comercial e ao empresário, assinale a opção correta.
Com relação ao título de crédito, considerado, na doutrina, o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado, assinale a opção correta.
A respeito das operações societárias e da liquidação das sociedades contratuais e por ações, muito comuns no campo do direito societário, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta no que tange à sociedade limitada
O modelo da sociedade anônima foi concebido originalmente para viabilizar grandes empreendimentos, constituindo instrumento próprio para a captação de recursos perante número expressivo de investidores. Com relação a esse tipo de sociedade, assinale a opção correta.
Se a atividade empresarial é exercida pelo empresário, sua representação patrimonial denomina-se estabelecimento, que é a reunião de todos os bens necessários para a realização da atividade empresarial, também chamada, sob a influência dos franceses, fundo de comércio, ou, sob a dos italianos, azienda. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta.
A respeito dos contratos que os empresários individuais e as sociedades empresárias celebram no exercício diário de suas atividades econômicas, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta com base na Lei n.º 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
De acordo com o direito à propriedade industrial ou à propriedade empresarial imaterial, expressão preferida por alguns doutrinadores, assinale a opção correta.
Nos meses de junho e julho de 2011, verificou-se no parlamento estadunidense disputa política pela aprovação de norma que elevasse o nível de endividamento daquela União federal. Acerca das normas constitucionais brasileiras relativamente a essa matéria, assinale a opção correta.
Considerando as especificidades dos orçamentos previstos na Lei Orçamentária Anual da União, consoante a CF, assinale a opção correta.
O sistema tributário brasileiro compreende tributos de diversas espécies. Em regra, quando uma pessoa jurídica de natureza industrial vende produto a empresa comercial, sobre essa operação incidem
Com relação às prerrogativas constitucionais da União sobre os estados e municípios, assinale a opção correta.
De acordo com o que dispõe o CTN, há possibilidade de lei nova retroagir em seus efeitos se o ato
Em consonância com as normas previstas no CTN relativas à interpretação da definição legal do fato gerador da obrigação de pagar o tributo devido, assinale a opção correta com relação à prática de crime de descaminho..
Supondo que um contribuinte faça à Receita Federal do Brasil uma declaração para efeitos de cálculo de determinado imposto, assinale a opção correta.
De acordo com o CTN, constitui caso de extinção do crédito tributário
Deve ser cobrada judicialmente, por meio de processo distinto da execução fiscal, a dívida
Com relação ao terceiro setor e aos princípios que regem o direito administrativo, assinale a opção correta.
No que concerne à administração pública direta, a órgãos públicos e a entidades da administração indireta, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta acerca dos atos e processos administrativos.
A respeito do contrato de concessão de serviço público, assinale a opção correta.
Assinale a opção correta acerca do instituto da desapropriação.
No que concerne ao instituto da licitação, assinale a opção correta.
No que diz respeito ao contrato administrativo e aos convênios e consórcios administrativos, assinale a opção correta.
Apesar de inúmeros comentários, parece que o erro da alternativa "a" não foi esclarecido. Então vou tentar explicar o que eu acredito ser o erro da questão. Vejamos: A questão afirma que haverá ressarcimento – pelo Poder Público – dos prejuízos sofrido pelo contratado e comprovados por este, nas hipóteses de rescisão unilateral do contrato em decorrência de inadimplemento contratual – pelo contratado – sem culpa deste. Primeiramente cumpre apontar quais são essas hipóteses. Estas estão previstas no art. 78 da Lei 8.666/93 e são: IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato. O que se observa, portanto, é que, em que pese não haver culpa do contratado, a rescisão se deu por ato a este atribuído, ou seja, mesmo que sem culpa, foi o contratado quem fez por onde o contrato ser rescindido (seja por desaparecimento do sujeito, sua insolvência ou sua modificação com comprometimento da execução do contrato). Por esta razão, nessas hipóteses a Administração nada deve ao contratado. A diferença desse caso para o de rescisão unilateral por inadimplemento com culpa do contratado é que, nesta, além da Administração nada pagar, ainda poderá aplicar sanções administrativas, efetuar a assunção do objeto do contrato e reter a garantia.A obrigação da Administração de ressarcir o contratado, portanto, só ocorrerá quando se tratar de rescisão por razões de interesse público ou de caso fortuito ou força maior. Cumpre acrescentar que nos casos de áleas extraordinárias (fato do príncipe, fato da administração etc.), o contrato não é, nos termos da lei, rescindido unilateralmente, mas amigável ou judicial somente. Espero ter contribuído, Abç., bons estudos!!!
Letra "C": Na hipótese de inexecução total ou parcial do contrato, a legislação admite a acumulação da sanção administrativa da advertência com a de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública. ERRADA
Todas as sanções advertência, suspensão e declaração inidoneidade podem ser acumuladas com MULTA. A lei não diz se estas mesmas sanções de advertência, suspensão e declaração inidoneidade podem ser acumuladas entre elas mesmas, como sugeriu a questão.
Art. 87. Sanções: I advertência, II multa, III suspensão temporária e IV declaração de inidoneidade.
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Gente, também fiquei muito na dúvida, mas vou tentar elaborar uma resposta com base no livro que tenho aqui.
A alternativa A diz o seguinte:
"A administração pública pode promover a rescisão unilateral do contrato, mediante o ressarcimento dos prejuízos comprovados, nas hipóteses de inadimplemento sem culpa do contratado."
Vejam o seguinte comentário, retirado do livro de resolução de questões:
“Consoante determina o art. 79, § 2o, da Lei n. 8.666/93, quando a rescisão contratual ocorrer por motivo de interesse público superveniente, falta da Administração e ocorrência de caso fortuito ou de força maior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a devolução de garantia, pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização.”
Trecho de: Andrade, Flávia Cristina Moura de; Pavione, Lucas. “Carreiras Específicas - Magistratura Federal 1 - Questões Comentadas - Estratégias de Estudos.”
Ou seja, a frase está incorreta porque não é em QUALQUER CASO DE RESCISÃO SEM CULPA que haverá ressarcimento de tudo mas apenas se for caso de interesse público, falta da administração ou caso fortuito/força maior.. no artigo 79, par. 2, da 8666, diz que haverá indenização apenas nos casos dos incisos XII a XVII do artigo 78, o que leva a concluir que NÃO HAVERÁ INDENIZAÇÃO quanto aos prejuízos quando se tratar de rescisão por outro motivo..
Mas confesso a vocês que não consegui imaginar um exemplo disso.. e viva a CESPE!
Quanto à letra A:
Casos de ressarcimento de prejuízos em Rescisão Unilateral:
- razões de interesse público, justificadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o Contratante (acredito que Presidente da República, Governador e Prefeito) + inadimplemento sem culpa;
- caso fortuito ou força maior + inadimplemento sem culpa;
Seria importante concluir que não são todos os casos em que ocorrer inadimplemento sem culpa que haverá o ressarcimento dos prejuízos, mas tão somente esses dois.
Um exemplo de inadimplemento sem culpa, mas que NÃO HAVERÁ ressarcimento dos prejuízos: falecimento do contratado (art. 78, X, L 8666)
Italo Porto e Elô estão corretos. Questão muito capciosa!
Prezados,
Acho que o erro da "A" está na palavrava "MEDIANTE", pois dá a entender que o ressarcimento é condição prévia à rescisão.
Na hipotese da questão, a indenização é direito do Contratado, mas pode ser paga posteriormente à rescisão.
A colega "PATRICIA RS" explicou muito bem o erro da letra A. Resumindo: caberá o ressarcimento dos prejuízos nas hipóteses expressamente previstas (art. 79, §2º que faz remissão ao art. 78, incisos XII a XVII), desde que não haja culpa por parte do contratado. Desta forma, serão nesses casos que o contratado terá direito ao ressarcimento dos prejuízos, não quando for inadimplente. Se houver a inadimplência do contratado, haverá simplesmente a rescisão por ato unilateral por parte da Administração sem direito ao ressarcimento dos prejuízos comprovadamente sofridos.
LETRA A (ERRADA): a rescisão unilateral é uma prerrogativa da AP e só pode ocorrer em casos de: inadimplemento por parte da contratada; ilegalidade; interesse público. EM OUTRAS PALAVRAS, A ADMINISTRAÇÃO NÃO PODE FINDAR CONTRATO POR ESTAR DEVENDO A EMPRESA. ISSO ACONTECENDO, SERIA NECESSARIO CONTRATAR OUTRA EMPRESA, O QUE ACARRETARIA EM MAIORES CUSTOS, ALEM DA OBRIGATORIEDADE DE PAGAR A ANTIGA DÍVIDA.
b) Errada! Convênios administrativos não são instrumentos de delegação de serviço público a entidades privadas. Quando um convênio é celebrado entre uma entidade da administração pública e uma pessoa jurídica privada, está-se diante de fomento, de incentivo à realização pela entidade privada, em colaboração com o poder público, de uma atividade privada de interesse social. (Direito Descomplicado, Marcelo Alexandrino & Vicente Paulo, 22ª Edição)
LETRA A
Os casos previstos no §2º do art. 79 (relativos aos incisos XII a XVII do art.78) são inerentes aos casos de interesse público superveniente, de falta da Administração e de caso fortuito ou de força maior. Vê-se, nesses casos, que não há culpa do contrato, razão pela qual:
® Os prejuízos serão ressarcidos;
® A garantia será devolvida;
® Haverá pagamento equivalente ao cumprimento do contrato;
® Haverá, ainda, o pagamento do custo de desmobilização.
Já quando ocorre inadimplência do contratado, haverá apenas o pagamento equivalente ao cumprimento do contrato.
a) Errada: Art 79, § 2o da Lei 8666/93: Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
APENAS quando a rescisão se der com base em determinados fatos, é que será o contratado ressarcido dos prejuízos, desde que não tenha havido culpa. Um ex de inadimplemento sem culpa em que NÃO HAVERÁ ressarcimento dos prejuízos: falecimento do contratado (art. 78, X, L 8666)
b) Errada. O art. 2º, inciso II da Lei 8.987/95 estabelece: II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
Portanto, o convênio não é a forma adequada.
c) Errada. Lei 8666/93 Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Só se pode cumular a multa com as outras sanções, não a advertência.
d) Errada. Art 64, par 2° da Leri 8666: É FACULTADO à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
e) Certo. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o convênio ou o consórcio incluírem repasse de verbas, não previstas na lei orçamentária, será necessária autorização legislativa.
e) gABARITO
A administração pública pode promover a rescisão unilateral do contrato, mediante o ressarcimento dos prejuízos comprovados, nas hipóteses de inadimplemento sem culpa do contratado.
Pelo pensamento de maluco do examinador, acredito que a alternativa quer dizer que o Poder Público só pode rescindir o contrato unilateralmente pagando primeiro (primeiro paga, depois rescinde), sendo que a lei fala que contratado que o contratado vai receber, ou seja, o pagamento da indenização ou restituição não é condição para promover a rescisão.
A- Falecimento do Contratado, não há culpa e não é ressarcido
No que se refere ao controle da administração pública e à improbidade administrativa, assinale a opção correta.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
A lei não diz que somente o judiciário pode efetuar esta detenção mas será que algu´me tem duvida que só o judicário pode prender?
Não vou nem colocar exemplo de lei aqui,mas todo mundo sabe que somente o judiciário pode indisponibilizar bens.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. Obs.: a comissão não poderá de ofício determinar o sequestro de bens de quem estiver sendo investigado. Nem poderá também o MP de ofício, apenas podem requer ao juízo competente a ação.
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Eu acho que o examinador desconhece a Lei. Tá escrito!
Entendo que a alternativa "c" está equivocada porque, apreciando o Tribunal de Contas eventual ato ímprobo, pode ele, em nome do poder de cautela que também possui, determinar a indisponibilidade dos bens do acusado.
8429/92 Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Eu também pensei na possibilidade de o TCU decretar indisponiblidade de bens, mas ocorre que tál órgão não julga processo de improbidade administrativa, além de a questão deixar expressa a questão da legislação aplicável. A banca forçou demais a barra nessa questão.
Impressionante terem alterado o gabarito em vez de anular. Que a deusa nos defenda.
Hahahaha é muito engraçado ler os comentários do pessoal. Espumam raiva. Cara, isso é mero desabor da vida de concurseiro. Numa prova de 100 questões, sempre vai existir umas 05 questões cocozentas. É a vida. A CESPE deveria ter anulado a questão, mas a vida não é justa. Paciência.
Vida à cultura democrática, Monge.
No que se refere ao controle da administração pública e à improbidade administrativa, é correto afirmar que: Em regra, o denominado recurso hierárquico não possui efeito suspensivo.
Foi o estagiário que elaborou essa questão.
No que diz respeito aos agentes públicos, assinale a opção correta
E) correta. http://www.dizerodireito.com.br/2016/04/prazo-decadencial-para-impetrar-ms.html
LETRA A- ATUALIZA-LA CONFORME A SÚMULA nº 592 STJ:
O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.
Letra E
Resumindo:
• Redução de vantagem: prestação de TRATO SUCESSIVO (prazo para o MS se renova).
• Reajuste em valor inferior: prestação de TRATO SUCESSIVO (prazo para o MS se renova).
• Supressão de vantagem: ato ÚNICO (prazo para o MS não se renova).
Fonte: Dizer o Direito.
Q1205303
Julgue o seguinte item conforme a jurisprudência dominante nos tribunais superiores acerca do mandado de segurança.
De acordo com a jurisprudência do STJ, em caso de conduta omissiva ilegal da administração, envolvendo obrigação de trato sucessivo, o prazo decadencial estabelecido pela Lei do Mandado de Segurança se renovará de forma continuada.
Certo
No que diz respeito aos bens públicos e às limitações administrativas, assinale a opção correta.
Processo |
REsp 1169109 / DF RECURSO ESPECIAL 2009/0235001-3 |
Relator(a) |
Ministra ELIANA CALMON (1114) |
Órgão Julgador |
T2 - SEGUNDA TURMA |
Data do Julgamento |
22/06/2010 |
Data da Publicação/Fonte |
DJe 01/07/2010 |
Ementa |
PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DERESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM REINTEGRAÇÃO DE POSSE -INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - INADIMPLÊNCIA DA TAXADE CONCESSÃO DE USO - VALIDADE DA CLÁUSULA QUE AFASTA O DIREITO DEINDENIZAÇÃO OU REEMBOLSO DAS BENFEITORIAS E ACESSÕES INCORPORADAS AOIMÓVEL.1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origemdecide, fundamentadamente, as questões essenciais ao julgamento dalide.2. Presença de interesse processual, consubstanciado nanecessidade/utilidade do provimento jurisdicional, a despeito daproposta de composição administrativa do débito, que não se efetivoupor inércia da parte interessada.3. Não se indenizam benfeitorias realizadas em bem público seexpressamente estabelecido, no contrato de concessão de direito realde uso, que seriam incorporadas ao imóvel, sem direito àindenização, em caso de rescisão por inadimplemento das prestaçõesmensais. Validade da cláusula de não indenizar.4. Inadimplência da taxa de concessão de uso quanto a quarenta ecinco (45) prestações das quarenta e oito (48) previstas nocontrato.5. Recurso especial não provido. |
Pessoal, muito cuidado na hora de interpretar o julgado colacionado pelo colega Wassely Freire, porque o STJ não está
relativizando a imprescritibilidade de bem público, que é característica
ABSOLUTA de todos os bens públicos (uso comum, uso especial e dominicais). Esse
julgado só permitiu a usucapião porque, como se sabe, os terrenos da faixa de
fronteira não são necessariamente bens da União, podendo ser dos Estados e até
mesmo de domínio privado (o artigo 20, §2º, da CT dispõe apenas que a ocupação
e utilização desses terrenos serão reguladas em lei). E, como não se presume a
propriedade em face da União/Estado na falta de título de domínio, justamente
porque não há lei que determine isso, o STJ decidiu pela prescritibilidade do
bem no caso concreto. Logo, a decisão foi feita tendo em vista a regra de distribuição
do ônus da prova, mas, se a União tivesse provado que o bem era dela, certamente
não se poderia declarar a usucapião, já que os bens públicos são imprescritíveis, independentemente onde estejam localizados.
Gabarito: C
Jesus Abençoe! Bons estudos!
Questão desatualizada. O STJ deicidiu no INFORMATIVO 554 pela POSSIBILIDADE da cobrança referida. Vejamos:
Concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. STJ. 1ª Seção. EREsp 985.695 - RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554).
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2015/03/info-554-stj.pdf
Caro, Marcel Torres, acredito que o julgado do Informativo 554 é um pouco diferente do item correto desta questão (C). Se mais alguém puder auxiliar, será de bom agrado.
Conforme colocado pelo colega Erich Rodrigues, a resposta se encontra no REsp 863.577-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/8/2010, que se fundamentou assim (copiei da resposta do Erich):
"A cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo é ilegal (seja para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão, p. ex.) porque :
I - a utilização, neste caso, reverte em favor da sociedade - razão pela qual não cabe a fixação de preço público;
II - a natureza do valor cobrado não é de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia exercido."
Já o Informativo 554 STJ, determina o seguinte:
"Concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. STJ. 1ª Seção. EREsp 985.695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554)
Portanto, o que consta no primeiro REsp é a proibição do próprio PODER PÚBLICO cobrar da CONCESSIONÁRIA (PODER PÚBLICO => CONCESSIONÁRIA) pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão. Ex: um ESTADO não pode cobrar de uma concessionária de rodovia pela utilização do solo para instalação do postes.
Já no Informativo 554 do STJ, a relação é entre 2 concessionárias (CONCESSIONÁRIA => CONCESSIONÁRIA), uma cobrando da outra, além de haver previsão contratual para isso. Ex: a CONCESSIONÁRIA de rodovia que cobra da CONCESSIONÁRIA de energia elétrica para que esta última pague pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes.
Resumindo, na resposta da questão, a relação é o do Poder Público para com a Concessionária. Já no informativo, é da Concessionária para com outra Concessionária, além de possuir previsão contratual.
Assim, acredito que os 2 entendimentos estão valendo. Se alguém mais puder auxiliar, será muito bom.
"NÃO NASCI PARA COMPETIR COM OS OUTROS, MAS PARA SUPERAR A MIM MESMO"
Victor, você tem razão, esse entendimento da letra C foi reformado pelo STJ em 2014 e o pior é que professor do CERS de Direito Administrativo, Matheus Carvalho, está resolvendo a questão como se certa fosse. Na hora, lembrei que isso tinha mudado e resolvi conferir aqui no QC. Obrigado por seu comentário. Lamentável pagarmos tão caro por um cursinho e nos passarem questões desatualizadas.
Allan Kardec, salvo melhor juízo, ao contrário do que você afirmou, o STJ não reformou o entendimento previsto na assertiva "C".
Como o Victor Tavares esclareceu, o Tribunal mantém, ao menos até abril de 2018, os dois entendimentos, realizando, inclusive, o devido distinguishing.
Em síntese:
(i) o poder concedente não pode cobrar valores de concessionária de serviço público pela utilização do solo, subsolo ou espaço aéreo.
(ii) contudo, o poder concedente pode, com fulcro no artigo 11 da Lei nº 8.987/1995, autorizar a concessionária a efetuar a cobrança pela utilização, por exemplo, da faixa de domínio de rodovia, mesmo em face de outra concessionária de serviço público, desde que haja previsão no edital e no contrato.
A decisão prolatada no AREsp 977.205/SP (DJe: 25.04.2018) evidencia essa distinção.
Cuidado com a alternativa c, desatualizada ?
C) Consoante o STJ, é ilegal a cobrança, pelo poder público, da concessionária de serviço público, pelo uso do solo, subsolo ou espaço aéreo para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão.
O REsp 863.577-RS (Município x Concessionária) trata da cobrança pelo Poder Público, tal qual previsto na alternativa C. Já o EREsp 985.695 - RJ, que supostamente tornaria a questão desatualizada, trata de concessionária de rodovia cobrando de concessionária energia elétrica, no caso em que o contrato preveja receita alternativa. São coisas diferentes.
Concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. STJ. 1ª Seção. EREsp 985.695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554).
No mais, pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que a cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço aéreo é ilegal porque (i) a utilização, neste caso, reverte em favor da sociedade - razão pela qual não cabe a fixação de preço público - e (ii) a natureza do valor cobrado não é de taxa, pois não há serviço público prestado ou poder de polícia. (REsp 863.577-RS)
E no corpo do acórdão:
TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO - USO DO SOLO MUNICIPAL PARA SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA - COBRANÇA. 1. Não pode o município cobrar pelo uso do solo, se o serviço se destina a comunidade municipal. 2. Sem ser taxa (porque inexiste serviço prestado pelo Município) e sem ser contraprestação pela utilização do solo, caracteriza-se como cobrança de um bem público. 3. Ilegalidade da cobrança. 4. Recurso provido em parte. (RMS 11.412/SE, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. p/ acórdão Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJU 18.2.2002)
Alternativa D
“Não se indenizam benfeitorias realizadas em bem público se expressamente estabelecido, no contrato de concessão de direito real de uso, que seriam incorporadas ao imóvel, sem direito à indenização, em caso de rescisão por inadimplemento das prestações mensais. Validade da cláusula de não indenizar.” REsp 1.169.109/DF
Considerando a doutrina e a jurisprudência acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.
QUESTÃO: 81
PARECER: ANULADA
JUSTIFICATIVA: Embora a doutrina destaque que a culpa de terceiro não exclui a
responsabilidade do transportador, pois este responde pelo prejuízo e tem ação de regresso
contra o terceiro causador do dano (art. 735). E a culpa da vítima não exclui a
responsabilidade do transportador, pois apenas constitui causa atenuante de
responsabilidade, e que a jurisprudência seja pacífica no sentido de que a culpa de terceiro
não exclui a responsabilidade do transportador (exemplo: AgRg no Ag 1083789), há
entendimento do STJ excluindo, em caráter excepcional, a responsabilidade na hipótese de
ocorrência de força maior. Como a questão não cogitou da possibilidade de exclusão da
responsabilidade, retratando apenas a regra geral, é recomendável sua anulação. No que diz
respeito à alegação de que estaria correta a opção relativa à incidência de juros de mora a
partir da citação, no caso de condenação do Estado nas ações de responsabilidade
extracontratual, destaca-se que os juros de mora são devidos a partir do evento danoso e
não da citação válida. Nesse sentido: “Está consolidada a orientação deste Tribunal Superior
o entendimento de que para as hipóteses de condenação em ações de responsabilidade
extracontratual os juros de mora incidem desde a data do evento danoso.Devido a esse fato,
opta-se por anular a questão.
Assinale a opção correta acerca da aplicação dos poderes administrativos.
a) Não há, no âmbito da administração pública, a possibilidade de se proceder à distribuição de competência na organização administrativa, sem o estabelecimento de relação hierárquica quanto às respectivas atividades.
Há possibilidade de distribuir as competências sem estabelecer relação hierárquica quanto às atividades: a Constituição da República fixa linhas gerais de competência, concedendo aos Entes da federação, que não possuem hierarquia entre si, as devidas atribuições (art. 21, 22, 25 e 30 da CR).
b) As sanções de natureza administrativa, decorrentes do exercício do poder de polícia, somente encontram legitimidade quando o ato praticado pelo administrado estiver previamente definido pela lei como infração administrativa.
Corretíssimo. A sanção administrativa, por ser ato punitivo, deve observar o princípio da legalidade.
c) O poder de avocar atribuições de competência exclusiva do órgão subordinado constitui uma das decorrências do poder hierárquico.
Não se pode avocar competência exclusiva. Não está expresso em Lei mas a doutrina reconhece a impossibilidade de avocar a competência exclusiva. Nesses casos, a intervenção ocorrerá após decisão dada pelo subalterno.
d) Com fundamento no poder disciplinar, a administração pública pode apurar infrações e aplicar penalidades a servidores públicos e a particulares, ainda que não estejam sujeitos à disciplina interna da administração.
Poder disciplinar é direcionado àqueles submetidos à estrutura funcional da Administração
e) O presidente da República, no exercício do denominado poder regulamentar ou normativo, pode criar ou extinguir ministérios e órgãos da administração pública.
Criar ou extinguir Ministérios e órgãos da administração Pública: somente lei, por intermédio do CN, tudo conforme inciso IX do art. 48 da CR.
"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA AMBIENTAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. ARMAZENAGEM DE PNEUS USADOS IMPORTADOS, SEM AUTORIZAÇÃO DO ÓRGÃO AMBIENTAL COMPETENTE. ART. 70 DA LEI 9.605/98. PENA DE MULTA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. PLENA OBSERVÂNCIA. REVISÃO DO VALOR DA MULTA EM SEDE DE MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. PRECEDENTES.
1. É pacífica a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que não viola o art. 535 do CPC, tampouco nega a prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adota, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia.
2. A aplicação de sanções administrativas, decorrente do exercício do poder de polícia, somente se torna legítima quando o ato praticado pelo administrado estiver previamente definido pela lei como infração administrativa.
e) O presidente da República, no exercício do denominado poder regulamentar ou normativo, pode criar ou extinguir ministérios e órgãos da administração pública.
JUSTIFICATIVA: O presidente tem competência e pode expedir o chamado decreto autônomo sobre a organização e funcionamento da administração federal, conforme previsto no artigo 84, VI, a, da CF. Mas a assertiva está errada porque há ressalvas expressas na CF/88, que devem ser observadas:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
A - ERRADO - QUANDO UMA ENTIDADE POLÍTICA DELEGA COMPETÊNCIA A UMA ENTIDADE ADMINISTRATIVA NÃO DECORRE DE RELAÇÃO HIERÁRQUICA.
B - CORRETO - PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL E DA ANTERIORIDADE DA LEI.
C - ERRADO - COMPETÊNCIA EXCLUSIVA NÃO É PASSÍVEL DE AVOCAÇÃO.
D - ERRADO - SANSÃO APLICADA AO PARTICULAR QUE NÃO POSSUI VÍNCULO ESPECÍFICO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DECORRE DO PODER DE POLÍCIA. O PODER DISCIPLINAR SERÁ APLICADO SOMENTE AOS SERVIDORES PÚBLICOS E AOS PARTICULARES COM VÍNCULO ESPECÍFICO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
E - ERRADO - É DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA LEGISLAR, MEDIANTE DECRETO AUTÔNOMO, SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO (DESDE QUE NÃO IMPLIQUE NO AUMENTO DE DESPESAS E NEM EXTINGUE ÓRGÃOS PÚBLICOS), E SOBRE A EXTINÇÃO DE FUNÇÕES E CARGOS PÚBLICOS QUANDO VAGOS.
GABARITO ''B''
Qual o fundamento do erro da assertiva da alternativa "C"? Lendo a lei 9784/99 percebo que a única vez que fala de competência exclusiva é quando fala em delegação. Não há nenhuma menção a impossibilidade de avocação de competência exclusiva.
Nem acho coerente que, por exemplo, o ente político, central, não possa avocar a competência de um órgão subordinado a ele.
Inclusive, a lógica da avocação é completamente diferente da lógica da delegação, uma vez que a delegação pode ainda emprestar a competência do exercício do ato para entes paralelos, fora da linha hierárquica, razão por que se justifica a vedação à delegação de competência exclusiva.
Porém, não há justificativa sentido que, similarmente, impeça a avocação de competência exclusiva.
No aguardo por quem possa elucidar melhor o assunto.
Obrigado.
#avagaéminha
A) Não há, no âmbito da administração pública, a possibilidade de se proceder à distribuição de competência na organização administrativa, sem o estabelecimento de relação hierárquica quanto às respectivas atividades. ERRADO
A "pegadinha" da questão se dá na afirmativa de que existe relação hierárquica entre "atividades", quando na verdade ela pode se dar apenas entre órgãos. Ademais, embora a Administração Pública funcione primordialmente dentro de um modelo burocrático de escalonamento de funções, com relação hierárquica entre os diversos órgãos (numa feição piramidal), é certo que existem órgãos que não possuem relação hierárquica entre si, por executarem funções diversas no mesmo nível hierárquico, por exemplo.
B) As sanções de natureza administrativa, decorrentes do exercício do poder de polícia, somente encontram legitimidade quando o ato praticado pelo administrado estiver previamente definido pela lei como infração administrativa. CERTO
A sanção decorrente do poder de polícia da Administração Pública só pode ser aplicada se houver lei previamente estabelcendo determinada conduta como infração administrativa. Isso porque ao particular é dado fazer tudo o que a lei não proíbe (art.5o, II, da CF/88) e apenas em havendo previsão legal da possibilidade de limitação à liberdade ou à propriedade em prol do bem comum, com a descrição da conduta e da devida sanção, pode ela ser imposta,
C) O poder de avocar atribuições de competência exclusiva do órgão subordinado constitui uma das decorrências do poder hierárquico. ERRADO
A questão é polêmica, pois a "pegadinha" da questão estaria no fato de que a competência seria exclusiva do órgão subordinado, de modo que, para essas, não caberia avocação. Ocorre que uma das facetas do poder hierárquico consiste, precisamente, na faculdade de avocar, isto é, de chamar para si funções originariamente atribuídas a um subordinado (e a assertiva traz como existente a relação hierárquica), de modo que, a menos que a lei expressamente preveja essa exclusividade, haverá possibilidade de avocação.
D) Com fundamento no poder disciplinar, a administração pública pode apurar infrações e aplicar penalidades a servidores públicos e a particulares, ainda que não estejam sujeitos à disciplina interna da administração. ERRADO
Poder disciplinar consiste na faculdade que possui a Administração Pública de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina interna de seus órgãos e serviços. Há, pois, que haver uma relação de sujeição especial entre a Administração e aquele que se sujeit a seu poder disciplinar.
E) O presidente da República, no exercício do denominado poder regulamentar ou normativo, pode criar ou extinguir ministérios e órgãos da administração pública. ERRADO
Diz o art. 84, VI, da CF/88, que compete privativamente ao Presidente da República dispor, por meio de decreto sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Acerca da aplicação dos poderes administrativos,é correto afirmar que: As sanções de natureza administrativa, decorrentes do exercício do poder de polícia, somente encontram legitimidade quando o ato praticado pelo administrado estiver previamente definido pela lei como infração administrativa.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Não pode avocar atribuições de competência exclusiva do órgão.
Considerando a concessão de status de direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado no ordenamento jurídico nacional, assinale a opção correta.
Considerando a concessão de status de direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado no ordenamento jurídico nacional, assinale a opção correta.
Quanto à letra "b", para acrescentar aos comentários dos colegas, a natureza jurídica está bem delineada pela Constituição, no artigo 225, quando qualifica o meio ambiente como "bem de uso comum do povo". Portanto, não há controvérsia. Alternativa INCORRETA.
Letra D
De acordo com o art. 2º da Lei 6.938/91:
Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana...
Direito ambiental esquematizado / Frederico Augusto Di Trindade Amado. (...) Trata-se de disciplina transversal que se alastra aos demais ramos jurídicos, pois informa e troca informações com todos eles (...) com o Direito Econômico são íntimas as relações, pois a Defesa do Meio Ambiente é um princípio constitucional desse ramo, devendo-se tratar diferentemente os agentes que causem menor impacto ambiental na sua produção. Aliás, é nítida a natureza econômica das normas ambientais, que acaba importando em intervenção estatal na economia, existindo, inclusive, instrumentos econômicos de efetivação da Política Nacional do Meio Ambiente, a exemplo do seguro, da servidão e da concessão ambiental(...) Correta letra D
O que possui natureza reflexa é o próprio bem ambiental, e não as normas de proteção, motivo pelo qual a letra "a" não é a correta.
O direito ambiental é horizontal, inter-relacionando-se com o direito econômico na busca do desenvolvimento sustentável (art. 170, VI, CF/88). (estatégia -PGM/BH)
GABARITO: LETRA D.
"O Direito Econômico é a disciplina jurídica que regula a política econômica das nações, especialmente o modo de intervenção estatal na economia, ao passo que o Direito Ambiental rege as atividades humanas aptas a gerar a degradação ambiental, com o objetivo de controlar a poluição para mantê-la dentro dos padrões de tolerância da legislação, a fim de realizar a sustentabilidade, ambos os ramos buscando o bem-estar das pessoas."
Frederico Amado, 2015, Direito ambiental esquematizado.
OBS.: no concurso do TRF2 de 2009 (CESPE) caiu uma questão praticamente idêntica. Vide Q45105:
Segundo Cristiane Derani, os fatores natureza, trabalho e capital compõem a tríade fundamental para o desenvolvimento da atividade econômica. Isso seria o bastante para justificar a indissociabilidade entre direito econômico e direito ambiental. Contudo, existe outro ponto, tão ou mais forte que este, qual seja,
a) as finalidades de ambos os ramos do direito coincidem, posto que propugnam pelo aumento do bem-estar ou qualidade de vida individual e coletiva (GABARITO).
Alternativa correta: letra "d". O Direito Ambiental é a área do conhecimento jurídico que se dedica ao estudo das interações entre o homem e a natureza e dos mecanismos legais de utilização racional dos recursos naturais e de proteção do meio ambiente. Já o Direito
Econômico surgiu como ramo do ordenamento jurídico que visa analisar o necessário equilíbrio entre os interesses dos agentes econômicos e os da coletividade, passando pela utilização dos recursos naturais[1]. É flagrante a interrelaçâo entre esses dois ramos do Direito, haja vista que ambos buscam salvaguardar a elevação do nível de qualidade de vida das pessoas, seja sob o enfoque individual, seja sob o enfoque coletivo.
[1] SOUZA, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo: Saraiva, 1980.
Alternativa "a": está incorreta. As normas de proteção ambiental não têm natureza reflexa, mas, sim, direta. Com o advento da CRFB/1988, as normas de proteção ambiental conquistaram status constitucional, inaugurando uma ordem jurídica ambientai no País. Esse fenômeno possibilitou que elas fossem aplicadas em razão da própria legitimidade de que gozam no ordenamento jurídico ambiental, Logo, elas incidem diretamente, produzindo efeitos no sentido de efetivar e ampliar a tutela ambiental. Aliás, como vantagem decorrente da constitucionalização' da ordem pública ambiental, está o controle de constitucionalidade de atos normativos hierarquicamente inferiores que afetem negativamente as normas de proteção ambiental, de modo difuso/por via de exceção ou concentrado/por ação direta de inconstitucionalidade.[1]
[1] THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 5a ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 118.
Fonte: Revisaço Magistratura Federal 2016 - Editora juspodivm - p. 1715-1716
Alternativa "b": está incorreta. O meio ambiente saudável é classificado pela doutrina clássica como interesse difuso e de terceira geração. Para a melhor compreensão dessas classificações, é de fundamental importância a análise do caput do art. 225 da Constituição Federai de 1988: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações." O meio ambiente ecologicamente equilibrado consubstancia direito de "todos". O legislador constituinte originário optou por esclarecer, já no início do Capítulo dedicado ao meio ambiente, tratar-se de um interesse de caráter transindividual, por extrapolar o âmbito particular, individual.Todos nós, de forma indistinta, somos interessados na preservação do melo ambiente saudável, direito fundamental intrinsecamente vinculado ao direito à vida. Não restam dúvidas de que o direito à integridade do meio ambiente constitui, portanto, prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, protegido pela Carta Magna de 1988.[1] Resta claro, portanto, que não se pode afirmar que a natureza jurídica do meio ambiente constitua objeto de controvérsia.
Alternativa "c": está incorreta. Tratanclo-se de bem indisponível, é dever do Poder Público buscar a reparação integral {/n integrurri) do meio ambiente degradado, não ficando a critério do agente público a valoraçãododano.
Alternativa "e": está incorreta. Com a finalidade precípua de atender os interesses sociais na melhoria de condições de concentração no meio urbano, como a conurbaçãoesuperurbanização,e também de organização espacial das metrópoles, a Constituição Federal de 1988 previu, no artigo 25, § 3°, que a criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões é de competência dos Estados federados, por meio de edição de lei complementaij. Ademais, vale recordar que essas três instituições supramencionadas são órgãos de planejamento, compostos por Municípios, e dotadas de personalidade jurídica.7 Nesse sentido, é errônea a afirmação de que a competência para tanto seja exclusiva dos Municípios.
[1] STF: MS 22.164, Rei. Min. Celso de Mello, DJ 17.11.1995.
Fonte: Revisaço Magistratura Federal 2016 - Editora juspodivm - p. 1715-1716
a) As normas de proteção ambiental brasileiras têm natureza reflexa (bate e volta???).
ERRADA. Trata-se de um ramo do direito difuso, ou de terceira geração, já que os interesses defendidos por esse ramos do Direito não pertencem à categoria de interesse público (Direito Público) nem de interesse privado (Direito Privado). Daí os interesses difusos, cuja proteção não cabe a um titular exclusivo, mas a toda a coletividade e a cada um de seus membros. http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/consid_gerais_direito_ambiental.pdf
b) Para o ordenamento jurídico nacional, a natureza jurídica do meio ambiente é controversa.
Tem bases estruturadas na própria CF/88, no Plano Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81) na lei de Ação Civil Pública, sendo a natureza jurídica consolidada como de direito difuso.
c) Aplica-se o princípio da subsidiariedade às ações praticadas contra o ambiente, ficando a critério do agente público a valoração do dano.
A responsabilidade civil por danos ambientais é OBJETIVA. Exceto à (respons.) do Estado no caso de omissão - SUBJETIVA. Lei 6.938/1981 Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
d) O direito ambiental e o direito econômico são áreas do direito que se inter-relacionam, estando ambas voltadas para a melhoria do bem-estar das pessoas e para a estabilidade do processo produtivo.
GABARITO. A Lei de Educação Ambiental, Lei 9.795/99 estabelece que seus objetivos são: Art. 5º- São objetivos fundamentais da educação ambiental: I: o desenvolvimento de uma compreensão do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
e) Com relação à competência ambiental executiva, dispõe a CF que a organização e o planejamento de aglomerações urbanas e microrregiões competem exclusivamente aos municípios.
CRFB/88 Art. 25. § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
ESSA QUESTÃO DE COMPETÊNCIA JÁ DEU O QUE FALAR PRINCIPALMENTE NO QUE TANGE A REGIÕES METROPOLITANAS. “Maurício Corrêa argumentou que a lei complementar criadora da região metropolitana do Rio de Janeiro e da microrregião dos Lagos ocorreu pela via legislativa adequada, tendo sido assegurada a participação dos municípios nos Conselhos Deliberativos. No que se refere à questão do saneamento básico, disse que a matéria extrapola o interesse exclusivo dos municípios, justificando-se a atuação do estado-membro.”
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=86200
Sobre a alternatica D: “O fator natureza, ao lado do fator trabalho e do fator capital compõem a tríade fundamental para o desenvolvimento da atividade econômica. Isso seria o bastante para justificar a indissociabilidade entre direito econômico e direito ambiental. Contudo, existe outro ponto, tão ou mais forte que este: a finalidade do direito ambiental coincide com a finalidade do direito econômico. Ambos propugnam pelo aumento do bem-estar ou qualidade de vida individual e coletiva.” (DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. São Paulo: Max Limonad, 1997, p.17)
Direito ambiental está voltada para estabilidade do processo produtivo? Essa é nova para mim...
Gabarito: D.
A proteção dos bens ambientais vincula-se tradicionalmente ao emprego de instrumentos de comando e controle e, mais recentemente, à incorporação dos denominados instrumentos econômicos. Acerca da política de proteção ambiental adotada no ordenamento brasileiro, assinale a opção correta.
QUESTÃO: 84
PARECER: ANULADA
JUSTIFICATIVA: Segundo Lei n.º 9985 - art. 9.º A Estação Ecológica tem como objetivo a
preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. § 3o A pesquisa científica
depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está
sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em
regulamento. Assim sendo, há restrição de pesquisa por parte do órgão, motivo pelo qual
opta-se por anular a questão.
O direito ambiental nasceu com a conferência da ONU em Estocolmo, no ano de 1972, sobre o AMBIENTE HUMANO. Dessa conferência nasceu a DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO. O meio ambiente foi declarado como um DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL.
Mas a proteção ao meio ambiente é bem anterior a esse momento, já existindo referências legais sobre a proteção ambiental antes mesmo dessa conferência, a exemplo do regimento do Pau-Brasil de 1605, voltado para a proteção das florestas brasileiras.
A tutela do meio ambiente, devido à complexidade que engendra, envolve definição de políticas públicas, utilização adequada de instrumentos de prevenção e controle das atividades econômicas e atuação constante do poder público. Acerca desse tema, assinale a opção correta.
Art. 1º Fica instituído o Fundo Nacional de Meio Ambiente, com o objetivo de desenvolver os projetos que visem ao uso racional e sustentável de recursos naturais, incluindo a manutenção, melhoria ou recuperação da qualidade ambiental no sentido de elevar a qualidade de vida da população brasileira.
2.5 Natureza Jurídica
Em razão do que preleciona o Art. 225 c/c Art. 225, §1º da Constituição Federal brasileira, o estudo de impacto ambiental (EIA) tem natureza jurídica de instituto constitucional. Além disso, é relevante frisar que ele constitui um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, tal instrumento atua como um subsídio para alcançar os objetivos constitucionais traçados pela Política Nacional do Meio Ambiente.
Com efeito, no interior deste processo de licenciamento, a formalidade corresponde a um elemento de suma importância. Destarte, a existência de um vício formal pode resultar na anulação de uma licença ambiental, desta forma, a análise da conjetura formal deve preceder o exame do mérito do estudo de impacto ambiental.
É importante salientar que o EIA vincula a Administração Pública no sentido de impor limites à discricionariedade e liberdade de atuação do administrador. Isso acontece em virtude de que a Administração Pública deverá ater-se ao conteúdo do EIA não podendo amenizar as exigências contidas no Estudo nem se eximir de cumpri-las.
A Lei da PNMA, de modo a compatibilizar o desenvolvimento econômico-social do País com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, instituiu como instrumentos para a sua efetivação a avaliação de impactos ambientais – AIA e o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. Tais instrumentos significaram um marco no direito ambiental brasileiro, pois, até então, apenas as variáveis econômicas eram consideradas no desenvolvimento de planos, projetos e empreendimentos, sem a inserção da preocupação com o meio ambiente[56].
A AIA, em sua concepção original, era destinada a todos os níveis de decisão, incluindo a avaliação de políticas, planos e programas - PPPs[57], que é mais conhecida como avaliação ambiental estratégica (AAE). O Decreto regulamentador da Lei da PNMA, e a Resolução Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 01/86, contudo, ao vincularem a AIA ao processo de licenciamento ambiental de empreendimentos, terminaram por restringir a aplicação do instrumento[58], como se constata pela quase exclusividade da experiência brasileira com AIA ser voltada para projetos[59]. Também por esse fato, verifica-se a confusão[60] existente entre AIA e o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, sendo o EIA apenas uma das formas de AIA de abrangência restrita ao licenciamento de obra ou atividade que possa causar significativa degradação ao meio ambiente, ou seja, AIA de projetos.
Essa confusão entre AIA e EIA acaba por restringir a abrangência da AIA à análise de impactos de projetos, restando fora do seu alcance às políticas, planos e programas, ou seja, a AAE. Ademais, diversos outros tipos de estudos ambientais podem ser enquadrados como espécies de AIA, a exemplo do estudo de viabilidade ambiental, relatório preliminar ambiental, relatório do controle ambiental, entre outros[61]. Tais estudos, em se equiparando a AIA ao EIA, deixam de ter previsão na Lei da PNMA, o que demonstra não ser a interpretação mais adequada.
A ''B'' está errada porque o CONAMA não desenvolve projetos, mas:
Art. 8. Compete ao CONAMA
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
6.938
Gabarito: C
JESUS abençoe! Bons estudos!!
ERRADA a) O estudo de impacto ambiental exigido por órgão ambiental competente pode ser objeto de reforma judicial.
Encontrei apenas a possibilidade de nulidade do Estudo, tendo em vista a área de influencia, mas não a possibilidade do Judiciário reformar o próprio EIA/RIMA, mas apenas determinar novos estudos, pois vejamos:
Ambiental. Ação Civil pública. Continencia com a ACP n. 2006.70.12.000511-0. Construção da usina hidrelétrica de Salto Grande. Estudo de Impacto Ambiental insuficiente. Área subdimensionada. Proteção do ecossistema d abacia hidrográfica do Rio Chopim e das populações afetadas. Audiencia pública cancelada. Necessidade de novo estudo considerando a bacia hidrográfica como unidade territorial. Multa diária em caso de descumprimento da ordem judicial. (TRF 4º Região, APELREEX 200570120010677, 30/09/2009)
ERADA - b) Entre as atribuições do Conselho Nacional do Meio Ambiente, integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente, inclui-se o desenvolvimento de projetos para o uso racional e sustentável de recursos naturais e para melhorar a qualidade de vida da população.
Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO);
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
CORRETA c) Comparado à avaliação de impacto ambiental, o estudo de impacto ambiental tem abrangência restrita.
A Res. 01/86 do CONAMA vinculou a AIA ao licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos potencialmente poluidores, que requerem a elaboração de EIA e de seu respectivo relatório (Rima). Assim verifica-se que o EIA/Rima tem abrangência restrita, sendo exigido para licenciamento de qualquer obra ou atividade que possa causar significativa degradação ao meio ambiente. Fonte:http://renatohorta.files.wordpress.com/2010/02/apostila-tma.pdf
ERRADA d) O estudo de impacto ambiental tem natureza jurídica de ato administrativo ambiental.
Principio 17 Declaração do Rio/92 – “a avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.”
O ato administrativo seria a licença.
ERRADO e) A autorização para o funcionamento de atividade potencialmente degradadora do ambiente independe da localização do empreendimento ou de estudos preliminares de uso do solo.
Quanto à D: O EIA tem natureza jurídica de instrumento preventivo de proteção do meio ambiente, com amparo constitucional.
O Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) além de um instrumento da PNMA, lei 6938/81 é uma metodologia de estudos para prever consequencias dos impactos futuros caso determinado empreendimento seja implantado.
Já o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), é um estudo obrigatório para atividades potencialmente lesivas ao meio ambiente, necessário para se obter uma Licença Ambiental.
A responsabilidade em caso de dano ao ambiente é reconhecida, no artigo 225 da CF, como princípio de proteção ambiental e deve ser repartida entre o poder público, a sociedade e o particular. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta.
qual erro da letra a?
O comentário da Franciely foi, na minha opinião, o que esclareceu o erro da alternativa "a". Se a responsabilidade é por risco, não há falar em dano e nem, consequentemente, em nexo causal, pois a conduta não causou dano algum. O comportamento criador do risco já é suficiente para responsabilizar o agente.
Se o dano existe, aí a responsabilidade é por ele (objetiva, no campo civil, e subjetiva, no campo penal).
Galera, ainda a respeito do intem "a", penso que em virtude do princípio da precaução o agente responde, mesmo não havendo a demonstração do dano efetivo da conduta que desrespeitar o regramento ambiental, devendo o agente ser compelido a adotar medidas que mitiguem eventuais danos que, pela conjectura atual, não seja aferível.
SMJ, o erro da assertiva A está em:
1. generalizar a responsabilidade em matéria ambiental, uma vez que no âmbito penal é subjetiva e no âmbito cível é objetiva, calcada no risco integral (OBS: nesse mesmo ano, na Q 203943 o CESPE entendeu que a responsabilidade admnistrativa por dano ambiental é fundada na teoria do risco criado, não risco integral).e
2. porque há julgados do STJ mitigando a exigência da demonstração de nexo causal entre dano e conduta, como é o caso do dano ambiental que ocorre na propriedade que posteriormente é adquirida por outra pessoa. Bem, nesse caso o adquirente não cometeu a conduta lesiva ao meio ambiente, não havendo que se falar em nexo causal, NO ENTANTO, em razão de se tratar de obrigação propter rem, ele deverá ser demandado na ação ambiental (o que não o impede de ajuizar ação regressiva ou de incluir o verdadeiro responsável pelo dano na demanda para que ambos respondam juntos, vez que a obrigação é solidária). STJ, REsp 1071741/SP, rel Min. Herman Benjamin, pub. 16/12/10.
FONTE: Coleção Leis Especiais para concursos, Direito Ambiental, 9ª edição, 2016, ed. Juspodivm, p.
Espero ter auxiliado.
Letra A) ERRADA. Não se responsabiliza o RISCO, mas sim o DANO.
O Pagamento pelo risco, ANTES DO EFETIVO DANO, estaria mais para o usuário-pagador do que para o poluidor.
SE HOUVER DANO, aí sim se adota a teoria do risco integral.
Talvez o erro da alternativa A seria falar em nexo de causalidade uma vez que o risco integral prescinde de nexo causal conforme melhor doutrina.
Aglutinando e atualizando as respostas.
A - INCORRETA - aparentemente, a banca se filiou à teoria do risco criado pois, conforme ja explicado acima, esta teoria admite as excludentes de fato de terceiro, culpa exclusiva da vitima, caso fortuito ou força maior. E, portanto, NÃO é suficiente a demonstração do estabelecimento de causalidade entre a ação e o dano, conforme a alternativa afirmou.
Outra resposta: A responsabilidade em matéria ambiental deve ser desdobrada em (civil, penal e administrativa). Assim, a questão erra em generalizar a adoção da responsabilidade objetiva, que deve ser aplicada apenas na esfera civil (risco integral, conforme doutrina majoritária). Já no âmbito penal, a responsabilidade é subjetiva, ou seja, depende culpa (lato sensu).
Outra resposta: a responsabilidade se dá em razão do DANO, fundado na teoria do Risco. Não há responsabilidade pelo mero risco.
B – Errada. A jurisprudência predominante no STJ é no sentido de que, em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado pelo seu causador direto. AgRg no REsp 1001780 / PRAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOESPECIAL2007/0247653-4.
C – errada. A responsabilidade penal ambiental enseja indenização, que pode ser apurada na esfera civil ou arbitrada, ainda que preliminar e minimamente, na esfera penal.
D - CORRETA - como é difícil quantificar o dano ambiental de forma objetiva, até mesmo a reparação civil deverá estar norteada pelo principio da conservação, devendo, portanto, ser a mais ampla possível de modo a permitir seja a reconstituição, a reparação ou até mesmo a substituição do bem ambiental degradado. E é por isto que deverá a responsabilidade civil por dano ambiental observar todos os requisitos elencados, além da capacidade econômica do poluidor/degradador.
E – A responsabilidade objetiva por dano ambiental se dá na esfera civil, EXCLUSIVAMENTE, e não é “proposta pelo MP”, mas sim o critério para avaliação da imputação do dever de reparar o dano.
Lembrando que a corrente majoritária, hoje, é de risco integral para todos os danos ambientais.
A minoritária é risco criado/administrativo ambiental, sendo apenas excepcionalmente risco integral.
Abraços.
Sobre a letra A, vejam o gabarito dessa outra questão (Q88356):
A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação de dano e do nexo de causalidade. Mas na esfera ambiental, mesmo o nexo de causalidade tem sua prova dispensada, em prol da efetiva proteção do bem jurídico tutelado. O adquirente responderá pelos danos solidariamente com o causador do desastre.
Para a efetiva proteção do meio ambiente, a CF concede funções diferenciadas ao MP, ao Poder Judiciário e à administração pública. A esse respeito, assinale a opção correta.
e) O compromisso de ajustamento de conduta constitui instituto semelhante ao do direito civil denominado transação. ERRADO, pois por meio do termo de compromisso não é dado aos legitimados transigirem acerca do conteúdo da obrigação apenas quanto ao modo de cumprimento
D - CORRETA. Ao MP é reconhecida legitimidade para atuar, como parte e como fiscal da lei, na defesa dos interesses individuais e coletivos, dentro dos limites constitucionais e institucionais, incluindo-se os que se refiram ao meio ambiente.
O que tornar correta a questão com relação a atuação do MP na proteção de direitos individuais é a parte grifada, dentro dos limites constitucionais e institucionais.
Quando os direitos individuais possuem relevancia social há legitimidade de atuação do MP em sua defesa (é o caso da proteção do meio ambiente).
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Outros exemplos:
Outros exemplos de direitos individuais homogêneos que, por serem dotados de relevância social, o Ministério Público poderá tutelá-los por meio de ACP:
1) questionar edital de concurso público para diversas categorias profissionais de determinada prefeitura, em que se previa que a pontuação adotada privilegiaria candidatos que já integrariam o quadro da Administração Pública municipal (STF RE 216443);
2) defesa de mutuários do Sistema Financeiro de Habitação (STF AI 637853 AgR);
3) em caso de loteamentos irregulares ou clandestinos, inclusive para que haja pagamento de indenização aos adquirentes (REsp 743678);
4) defesa de direitos de natureza previdenciária (STF AgRg no AI 516.419/PR);
5) anular Termo de Acordo de Regime Especial - TARE firmado entre o Distrito Federal e empresas beneficiárias de redução fiscal. O referido acordo, ao beneficiar uma empresa privada e garantir-lhe o regime especial de apuração do ICMS, poderia, em tese, implicar lesão ao patrimônio público, fato que legitima a atuação do parquet na defesa do erário e da higidez da arrecadação tributária (STF RE 576155/DF);
6) pretender que o poder público forneça medicação de uso contínuo, de alto custo, não disponibilizada pelo SUS, mas indispensável e comprovadamente necessária e eficiente para a sobrevivência de um único cidadão desprovido de recursos financeiros;
7) defesa de direitos dos consumidores de energia elétrica;
8) defesa do direito dos consumidores de não serem incluídos indevidamente nos cadastros de inadimplentes (REsp 1.148.179-MG).
9) seguro DPVAT. O STJ reconhecendo a alta relevância social do seguro DPVAT cancelou o enunciado da sua súmula 470:
Súmula 470-STJ (cancelada): O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado.
http://www.dizerodireito.com.br/2014/08/mp-tem-legitimidade-ativa-para-defender.html
http://www.dizerodireito.com.br/2015/06/stj-cancela-sumula-470-entenda.html
a) No exercício do poder de polícia em defesa do ambiente, a administração pública executa ações de natureza unicamente repressiva. Errada, pois a administração pública também executa ações de natureza preventiva. Ex: licenciamento ambiental
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b) Promover inspeções e diligências investigativas que envolvam autoridades administrativas constitui forma de atuação judicial do MP. Errada, pois se trata de exemplo de atuação extrajudicial do MP
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c) A competência para julgar ação proposta por empresa particular com concessão de fornecimento de serviço público, mesmo sem o interesse da União, de suas autarquias ou empresas, será sempre da justiça federal. Errada, pois : Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
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d) Ao MP é reconhecida legitimidade para atuar, como parte e como fiscal da lei, na defesa dos interesses individuais e coletivos, dentro dos limites constitucionais e institucionais, incluindo-se os que se refiram ao meio ambiente. CORRETO Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:(...)III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
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e) O compromisso de ajustamento de conduta constitui instituto semelhante ao do direito civil denominado transação. ERRADO, pois por meio do termo de compromisso não é dado aos legitimados transigirem acerca do conteúdo da obrigação apenas quanto ao modo de cumprimento
No que se refere aos recursos hídricos e seus meios de proteção, assinale a opção correta.
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
b) INCORRETA??? Alguém consegue dizer o erro desta alternativa?
Lei 9.433/97. Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos poderão delegar a organizações sem fins lucrativos relacionadas no art. 47 desta Lei (organizações civis de recursos hídricos), por prazo determinado, o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos.
sobre a B, entendo que o art. 51 diz o exercício "de funções" e a alternativa B diz "todas as funções". daí o erro
Considerando as substâncias que comportem risco à vida, à qualidade de vida e ao ambiente e os cuidados necessários para o seu manuseio, assinale a opção correta
Lei 7.802 - 89 - Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art. 2º desta Lei, só poderão ser produzidos, exportados, importados, comercializados e utilizados, se previamente registrados em órgão federal, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura.
§ 1º Fica criado o registro especial temporário – RET - para agrotóxicos, seus componentes e afins, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação.
Art. 4º Os veículos e equipamentos (como tanques e contêineres) destinados ao transporte de produto perigoso a granel deverão ser fabricados de acordo com as Normas Brasileiras ou, na inexistência destas, com norma internacional aceita
V - produção e consumo;
Alternativa D errada...
Dá um desânimo com umas questões dessas....
Será verdade?
Estatística da questão em 11.06.2015.
1120 acertaram.
760 erraram.
É, acho que vou escolher outra profissão!!!
lei 7802/89
ERRADA - A) Entidades públicas de ensino e pesquisa (não)podem realizar experimentos com substâncias químicas, independentemente de registro.Art. 6º As embalagens (já não é granel) dos agrotóxicos e afins deverão atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de lavagem, classificação, reutilização e reciclagem;
II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados pelo conteúdo ou de formar com ele combinações nocivas ou perigosas;
III - devem ser suficientemente resistentes em todas as suas partes, de forma a não sofrer enfraquecimento e a responder adequadamente às exigências de sua normal conservação;
IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser aberto pela primeira vez.
ERRADA - C) Na responsabilização por dano causado a terceiro em decorrência de acidente com veículo cuja carga transportada não envolva substância perigosa, considera-se o risco da atividade e aplica-se a responsabilidade objetiva.
ERRADA - D) É exclusiva da União a competência para legislar sobre a produção e o consumo de substâncias que comprometam a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
Art. 10. Compete aos Estados e ao Distrito Federal, nos termos dos arts. 23 e 24 da Constituição Federal, legislar sobre o uso, a produção, o consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como fiscalizar o uso, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno.
CERTA - E) O registro de substância química que prejudique a vida, a qualidade de vida e o ambiente deve ser realizado por órgão federal
Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art. 2º desta Lei,só poderão ser produzidos, exportados, importados, comercializados e utilizados, se previamente registrados em órgão federal, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura.
Gabarito: E
LETRA "C" - Para o caso de alguém ter se confundido, como eu, o contrato de transporte implica responsabilidade objetiva do transportador perante a pessoa transportada, não perante terceiros. Nesse último caso, necessária a aferição de culpa, nos moldes da responsabilidade subjetiva.
CC/02:
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
(...)
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
ERRADO a) Entidades públicas de ensino e pesquisa podem realizar experimentos com substâncias químicas, independentemente de registro.
§ 1º Fica criado o registro especial temporário para agrotóxicos, seus componentes e afins, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação.
ERRADO b) O transporte de substâncias químicas tóxicas pode ser feito a granel.
Art. 6º As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer:
1. vazamento,
2. evaporação,
3. perda ou
4. alteração de seu conteúdo e
5. de modo a facilitar as operações de lavagem, classificação, reutilização e reciclagem;
II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados:
1. pelo conteúdo ou
2. de formar com ele combinações nocivas ou perigosas;
III - devem ser:
1. suficientemente resistentes em todas as suas partes,
2. de forma a não sofrer enfraquecimento e
3. a responder adequadamente às exigências de sua normal conservação;
IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser aberto pela primeira vez.
ERRADO c) Na responsabilização por dano causado a terceiro em decorrência de acidente com veículo cuja carga transportada não envolva substância perigosa, considera-se o risco da atividade e aplica-se a responsabilidade objetiva.
Acidente normal de transito que deverá ser visto a luz da responsabilidade civil subjetiva.
ERRADO d) É exclusiva da União a competência para legislar sobre a produção e o consumo de substâncias que comprometam a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
Art. 10. Compete aos Estados e ao Distrito Federal, nos termos dos arts. 23 e 24 da Constituição Federal, legislar sobre:
1. o uso,
2. a produção,
3. o consumo,
4. o comércio e
5. o armazenamento dos agrotóxicos,
6. seus componentes e afins, bem como fiscalizar:
a. o uso,
b. o consumo,
c. o comércio,
d. o armazenamento e
e. o transporte interno.
CORRETO e) O registro de substância química que prejudique a vida, a qualidade de vida e o ambiente deve ser realizado por órgão federal
Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art. 2º desta Lei, só poderão:
1. ser produzidos,
2. exportados,
3. importados,
4. comercializados e
5. utilizados,
6. se previamente registrados em:
a. ÓRGÃO FEDERAL,
b. de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores:
i. da saúde,
ii. do meio ambiente e
iii. da agricultura.
Considerando a regulação dos recursos energéticos no Brasil, assinale a opção correta.
QUESTÃO: 90
PARECER: ANULADA
JUSTIFICATIVA: O Decreto n. 5.793/2006 alterou a redação do inciso referente à presença do cidadão brasileiro especialista em energia para representante civil especialista em energia. Motivo pelo qual opta-se por anular a questão.
O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de legislação nacional, e a comunidade internacional também cria regras, que podem conflitar com as nacionais. A respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre as normas internas e as internacionais, assinale a opção correta.
As correntes monista e dualista apresentam respostas diferentes para o conflito entre normas internas e internacionais. Para os monistas, o direito é um sistema jurídico único, sendo os direitos interno e internacional dois ramos desse único sistema jurídico. Diante da unicidade do direito defendida por essa teoria, pode haver conflito entre direito interno e internacional quando os dois dispõem diferentemente sobre o mesmo assunto. Para resolver a questão, os teóricos se dividem em dois: monistas internacionalistas (ex: Kelsen); e monistas nacionalistas, que se baseia no conceito de soberania absoluta do Estado, de Hegel. Para os internacionalistas, as normas internacionais são hierarquicamente superiores às internas, de modo que prevalecem em caso de conflito. Para os nacionalistas, o direito interno tem primazia sobre o direito internacional. É válido lembrar, contudo, que o segundo posicionamento é refutado pelo direito internacional, o que está previsto no artigo 46 da Convenção de Viena de 1969, onde está previsto que um Estado não pode descumprir um tratado do qual faça parte sob a alegação de que o tratado viola disposição de seu direito interno. Já para a corrente dualista, direito interno e internacional são dois sistemas distintos e independentes, de modo que não há conflito e suas normas – cada um é soberano em seu campo de atuação. A alternativa (A) está incorreta.
A principal diferença prática entre monistas e dualistas se encontra na internalização da norma internacional. Para os monistas, não é necessário processo específico de internalização das normas internacionais. Elas têm validade direta nos países assim que seus representantes assinam um tratado. Já para os dualistas, há necessidade de transformar a norma internacional em direito interno, seja de forma explícita ou implícita, a depender das exigências de cada país. A maior parte dos países adota o dualismo, como o Brasil, que, segundo o STF, adota o dualismo moderado, pois os costumes internacionais têm aplicabilidade direta e não se exige a transformação dos tratados em lei interna, embora se deva respeitar processo de recepção específico. Um exemplo prático de monismo são os países membros da União Europeia em relação às normas comunitárias. Essas normas não precisam ser internalizadas nos Estados membros da União Europeia. Cabe ressaltar, entretanto, que a maioria dos países da UE adotam o dualismo em relação aos demais tratados e convenções firmados fora do bloco. A alternativa (B) está incorreta.
Embora haja imprecisão do termo ratificação. No caso dos países que adotam a teoria monista, a assinatura do tratado já é suficiente para obrigar o Estado a cumprir o tratado, uma vez que não há processo de internalização de normas internacionais para essa corrente. Já a ratificação é a manifestação da vontade definitiva de um Estado em se obrigar, após aprovação do tratado no âmbito interno do país. Percebe-se que, na questão, o termo ratificação foi utilizado de forma genérica e imprecisa, pois, diante de seu significado técnico, ele não cabe para os países que adotam a corrente monista. A alternativa (C) está correta.
Define o monismo, e não o dualismo, como foi explicado na alternativa (A). A alternativa (D) está incorreta.
A corrente monista se divide em internacionalistas e nacionalistas, como explicado na alternativa (A). Tendo em vista que o direito internacional não admite, regra geral, a prevalência do direito interno sobre o internacional (artigo 46 da Convenção de Viena de 1969), a corrente internacionalista, que defende que o direito internacional é hierarquicamente superior ao direito interno, é a mais aceitável para explicar conflitos de normas dentro do monismo. A alternativa (E) está incorreta.
a assertiva C traz conceito de dualismo moderado, nao?
"Aparentemente o Brasil adotou o dualismo moderado, visto que incorpora ao ordenamento interno, por meio de decreto presidencial, o tratado ja em vigor na ordem internacional e que foi ratificado pelo Brasil".
No monismo, não é necessaria a feitura de novo diploma legal que transforme o dto internacional em interno.
fonte: Portela
Também achei que o gabarito trouxe a corrente do dualismo moderado....
A letra C está correta e indica precisamente a corrente monista, que apregoa a existência de uma ordem jurídica una, na qual convivem as normas internas e internacionais. Nesse sentido, o ato de ratificação do tratado, para o monismo, viabiliza a sua entrada em vigor na ordem internacional, como também sua entrada em vigor na ordem interna (pois o ordenamento seria UNO, não havendo a exigência de um procedimento adicional para além da ratificação).
Ressalte-se que a ratificação é um dos requisitos indispensáveis para que o tratado entre em vigor na esfera internacional (além de outros requisitos, como o número mínimo de partes subscritoras do ato etc.).
No Brasil, após a ratificação (que já pode tornar o ato vinculante no plano internacional, mas não é suficiente para sua internalização no ordenamento pátrio), há um procedimento adicional para a internalização, a saber: a promulação e a publicação, por meio de decreto presidencial. Daí porque parece ser possível concluir que o Brasil adota o dualismo moderado (há um procedimento posterior, para além da ratificação).
A alternativa “a” está incorreta, pois vimos que as soluções e as respostas apresentadas pela corrente monista e pela corrente dualista são totalmente diferentes. Para a corrente dualista, as ordens jurídicas são separadas; para a corrente monista, a ordem jurídica seria única.
A alternativa “b” está incorreta. Mesmo que o aluno não saiba, trata-se de afirmação difícil de considerar como correta. Uma afirmação tão peremptória como essa é problemática, pois sempre vai existir alguma exceção. Ademais, os Países Baixos e a Holanda adotam a teoria monista internacionalista.
A alternativa “c” está correta. Para a corrente monista, como a ordem jurídica internacional e ordem jurídica interna formam uma única ordem jurídica, quando um tratado é aprovado no âmbito internacional, ele faz parte imediatamente à ordem jurídica daquele Estado.
A alternativa “d” está incorreta, pois isso é o que diz a teoria monista – a teoria dualista diz exatamente o contrário.
A alternativa “e” está incorreta, pois dentro da corrente monista, existem três subdivisões:
internacionalista, nacionalista e moderada.
Assinale a opção correta, com relação às fontes do direito internacional nos termos previstos no Estatuto da Corte da Haia.
Estatuto da Corte Internacional de Justiça
Artigo 38
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
Na letra (A), o costume deve espelhar o reconhecimento generalizado, pelos sujeitos de DIP, de determinadas práticas como sendo obrigatórias. Dessa forma, regra geral, não se pode falar em costume caso ele constitua prática de apenas uma nação. Entretanto, a doutrina admite a formação de costumes regionais, aplicáveis somente aos países da região que realizam a prática em questão. Tendo em vista a possibilidade de existirem costumes regionais, a questão foi anulada.
A alternativa (B) está incorreta. Regra geral, tratados não têm efeitos sobre terceiros que não aderiram ao documento. Dessa forma, a CIJ não pode se valer de tratados que não são reconhecidos pelas partes para resolver conflitos.
A alternativa (C) está incorreta. De acordo com o artigo 38, 5 do Estatuto da CIJ, a doutrina é considerada meio auxiliar, e não principal para a solução de conflitos entre países.
A alternativa (D) está correta. A expressão ex aequo et bono significa equidade, o que se constitui em um método de raciocínio jurídico, baseado em um princípio de justiça. É possível que a CIJ resolva um conflito por meio da equidade, segundo o artigo 38, 6, do Estatuto da CIJ, desde que seja conveniente às partes.
A alternativa (E) está incorreta, pois as convenções internacionais especiais podem ser usadas para decidir conflitos internacionais.
Questão anulada.
GAB PRELIMINAR: D
QUESTÃO: 92 PARECER: ANULADA JUSTIFICATIVA: A questão dever ser anulada, pois além da questão correta dada pelo gabarito oficial, há interpretação possível de ser considerada correta também a assertiva que afirma que "o costume de determinada nação pode ser usado na resolução de conflitos internacionais", uma vez que o costume regional para alguns autores pode ser considerado espécie de costume internacional, o que tornaria válida essa assertiva tendo em vista divergência da doutrina
Com relação à estrutura, ao funcionamento e aos princípios da ONU, estabelecidos na Carta das Nações Unidas, assinale a opção correta.
O objetivo principal da ONU é a manutenção da paz e da segurança internacionais, o que está no artigo 1º da Carta das Nações Unidas. Nesse contexto, a organização preza pela solução pacífica de controvérsias (artigo 2º, parágrafos 3 e 4) em detrimento do uso da força, que só pode ocorrer excepcionalmente em situações expressamente previstas na Carta. A alternativa (A) está incorreta.
A solidariedade é essencial para se alcançar a paz e a segurança internacionais. A solidariedade está prevista, por exemplo, no artigo 1º, 3, onde se afirma que um dos propósitos da organização é a cooperação internacional em diversos âmbitos, como o econômico, social, cultural e humanitário. A alternativa (B) está incorreta.
As medidas coercitivas só podem ser tomadas no caso de ameaça à paz e à segurança internacionais prevista no capítulo VII da Carta das Nações Unidas. Para adotar essas medidas, é necessária aprovação do Conselho de Segurança da ONU. A alternativa (C) está correta.
A obrigação de promover a paz e a seguranças internacionais é, nos dias atuais, norma imperativa de direito internacional, devendo ser respeitada por todos os países, inclusive aqueles que não sejam membros da ONU. No artigo 2º, 6 da Carta, menciona-se a questão dos países não membros da ONU e a necessidade de manutenção da paz e da segurança, mas ressalta-se que, atualmente, isso é norma de jus cogens, ou seja, válida para todos os Estados do mundo. A alternativa (D) está incorreta.
Não existe princípio de igualdade orçamentária na ONU, uma vez que não se pode exigir a mesma contribuição financeira de países tão diferentes em termos econômicos. Isso inviabilizaria a existência da organização. No artigo 17, 2, prevê-se que os membros custearão os gastos da organização, mas que as cotas pagas serão fixadas pela Assembleia Geral. A alternativa (E) está incorreta.
PRINCÍPIOS DA ONU
Para decorar, inventei o seguinte:
"PA TO NÃO SOLUÇA"
PAz mundial
TOlerância entre os povos
NÃO-Intervenção
SOLUÇão pacífica dos conflitos
Acertei, ja posso ser Juiz?
GB: C
PMPI vai que cole!
Assinale a opção correta a respeito dos objetivos e da estrutura da Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada pela Conferência de Paz (Tratado de Versalhes, Parte XII), nos termos da Declaração de Filadélfia (Constituição da OIT).
As estruturas da ONU e da OIT não são semelhantes. Enquanto a ONU tem uma estrutura que guarda semelhança com a de muitas organizações internacionais, com uma secretaria, assembleia e conselho, a OIT tem estrutura tripartite, com representação dos governos, empregadores e empregados. A alternativa (A) está incorreta.
A direção da OIT cabe ao Conselho de administração (artigos 2º e 7º da Constituição da OIT). Esse Conselho é renovado de três em três anos por meio de eleições. A alternativa (B) está incorreta.
A OIT é secretariada pela Repartição ou Secretaria Internacional do Trabalho, que é órgão permanente da organização. A alternativa (C) está incorreta.
A OIT não incentiva a criação de sindicatos únicos. A organização incentiva, na verdade, a criação de tantas organizações quanto forem necessárias ou convenientes no âmbito do trabalho. A história mostra que, quando se impôs a existência de sindicatos únicos, muitas vezes a proteção dos direitos trabalhistas foi comprometida. A alternativa (D) está incorreta.
Como já se mencionou anteriormente, a OIT tem estrutura tripartite (governos, empregadores e trabalhadores), o que leva à formação de órgãos colegiados, como o Conselho de Administração. Diante da representação dos três polos de interesse na relação trabalhista, um dos objetivos da OIT é favorecer a proteção da eficiência econômica e da equidade social. A alternativa (E) está correta.
A colocação de satélites no espaço sideral e a chegada do homem à Lua na década de 60 do século passado ensejaram a criação de normas internacionais sobre o espaço extra-atmosférico. Entre tais normas, destaca-se o tratado sobre os princípios aplicáveis à exploração e uso do espaço extra-atmosférico, assinado em 1967 e, posteriormente, a convenção sobre a responsabilidade internacional por danos causados por objetos espaciais, em 1972. Com base nessas normas e nos princípios internacionais, assinale a opção correta.
Existem duas modalidades de responsabilidade internacional: por fatos ilícitos internacionais, regida pelo costume; e por atos não proibidos pelo DIP, previstas em tratados. No primeiro caso, basta que haja a prática do ilícito e que ele possa ser atribuído a algum Estado para que se configure a responsabilidade internacional, não havendo necessidade de dano. Já no caso dos atos não proibidos pelo DIP, o dano é essencial. Na questão apresentada, verifica-se uma hipótese de responsabilidade internacional por ato não proibido pelo DIP, uma vez que o lançamento de objetos espaciais é legal. Existe uma convenção de 1972 que regulamenta o assunto e seu artigo 2º prevê a responsabilização daquele que, pelo lançamento de objetos espaciais, causar danos na superfície da Terra ou em aeronaves, o que está presente na assertiva (A). A alternativa (A) está correta.
Não há identidade entre espaço aéreo e extra-atmosférico. Espaço aéreo é o espaço da atmosfera terrestre, situando-se sobre água e terra. Esse espaço pode estar sob a soberania dos países, o que ocorre com o espaço aéreo sobrejacente ao território dos Estados ou pode ser um espaço aéreo internacional, sobre o qual nenhum país é soberano. Já o espaço extra-atmosférico é o que se chama, também, de espaço sideral, que constitui, basicamente, todo o espaço que transcende a atmosfera da Terra. A alternativa (B) está incorreta.
A colocação de objetos portadores de armas nucleares em órbita é proibida, o que se encontra no artigo 3º, §3 do Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em Outros Corpos Celestes: “States Parties shall not place in orbit around or other trajectory to or around the moon objects carrying nuclear weapons or any other kinds of weapons of mass destruction or place or use such weapons on or in the moon”. O texto prevê a proibição de objetos carregadores de armas nucleares ou de destruição em massa na lua ou em sua órbita.
A proibição expressa de instalação de base militar na lua está no artigo 3º, §4 do Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em Outros Corpos Celestes. A alternativa (C) está incorreta.
Como foi visto no comentário da letra (A), os danos causados por objetos lançados em órbita geram responsabilidade internacional para o país que lançou o objeto. Isso está previsto no artigo 2º da Convenção sobre Responsabilidade Internacional por danos decorrentes do Lançamento de Objetos Espaciais, de 1972. A alternativa (E) está incorreta.
A Lua pode ser base para equipamentos humanos, exceto quando haja fins militares.
Abraços.
Os elementos de conexão brasileiros constituem parte da norma do direito internacional privado que determina o ordenamento jurídico a ser aplicado a determinada causa. Assinale a opção correspondente à correta correlação entre fato(s) jurídico(s) e elemento de conexão na Lei de Introdução do Código Civil
LICC:
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alternativa a: ERRADA
Artigo 7º, §4º LICC: O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
logo, temos o seguinte: situação do regime de bens - domicílio dos cônjuges
-----------------------------------------------------------
alternativa b: ERRADA
Artigo 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
qualificação e regulação das obrigações - lei do país em que se originaram
-----------------------------------------------------------
alternativa c: ERRADA
Artigo 7º, §1ºRealizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
formalidades de celebração e impedimentos do casamento — lei brasileira
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alternativa d: CORRETA
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
conceitos-quadro
Elemento de conexão (é a parte da norma de DIPrivado que determina qual o ordenamento jurídico que se aplicará a uma determinada questão. Essa questão está conectada a mais de um ordenamento jurídico quando há a possibilidade de aplicação das leis internas de mais de um Estado)
Capacidade, personalidade, direitos de família e nome
Lei do domicílio
lex domicilli
Formalidades de celebração do casamento e impedimentos dirimentes
Lei do local da celebração
Invalidades do casamento
Lei do primeiro domicílio conjugal, caso os nubentes tenham domicílios diversos.
Regime de bens
Lei do local do domicílio dos nubentes (se diverso, o primeiro domicílio conjugal)
lex domicilli
Qualificar bens e regular relações a ele concernentes – móveis e imóveis
Lei do país em que estiverem situados
lex rei sitae
Bens móveis destinados a transporte ou trazidos com o proprietário
Lei país domicílio do proprietário
Penhor
Lei país domicílio do possuidor
qualificar e reger as obrigações
Obrigações contratuais e extracontratuais
Lei do país em que se constituírem
Obrigações que necessitam de formalidades especiais
Lei do local onde foram constituídas e lei do local da execução.
sucessões
Lei do domicílio do de cujus
Sucessões com relação a cônjuge ou filhos brasileiros
Lei mais favorável (brasileira ou do domicílio do de cujus)
Capacidade para suceder
Lei do domicílio do herdeiro ou legatário
Pessoa jurídica
Lei do local onde se constituírem
Testamento
Lei do local onde foi elaborado o documento.
locus regit actum
Valeu pelo quadro, vivo esquecendo essas hipóteses.. Haja
Memória!!!
a) situação do regime de bens — lex domicilii: domicílio dos cônjuges, se diverso, primeiro domicílio conjugal (art. 7º, §4º, LINDB);
b) qualificação e regulação das obrigações — locus regit actum: lei do país em que se constituírem (art. 9º, caput, LINDB);
c) formalidades de celebração e impedimentos do casamento — local da celebração (art. 7º, §1º, LINDB);
d) personalidade e capacidade — lex domicilii: domicílio da pessoa (art. 7º, caput, LINDB);
e) penhor — lex domicilii: domicílio da pessoa em cuja posse se encontre a coisa apenhada (art. 8º, §2º, LINDB).
Art. 7º da LINDB:
"A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitoa de família".
Sendo o correto a alternativa C
Personalidade e Capacidade - Domicílio da Pessoa
LINDB
Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Para não esquecer quando é aplicada a Lei do Domicílio neste artigo, imagine que você está em seu domicílio com uma FACA NO PÉ.
FAmília
CApacidade
NOme
PErsonalidade
ESTRANEIDADE = elemento de conexão
Sobre o que o seja o chamado elemento de "estraneidade", ressalta-se que é sinônimo de "elemento de conexão internacional", senão vejamos: "Ocorre que, em decorrência do estreitamento das relações internacionais, com o crescente fluxo de pessoas e bens, as relações de caráter privado cada vez mais perpassam as fronteiras nacionais, fazendo com que tais relações tenham a chamada “conexão internacional” (“elemento estrangeiro” ou “elemento de estraneidade”), em vista disto, um mesmo fato pode estar submetido a duas ou mais legislações.
Dito isto, deveria, então, haver uma forma clara, bem definida de como solucionar o problema, pois não é possível imaginar que um mesmo fato seja julgado em dois, três ou quatro países ao mesmo tempo, com base em legislações diferentes, podendo-se chegar, inclusive, a soluções diversas; ocorre que não há.
Mesmo existindo conexão internacional, isto é, conexões pessoais, reais, formais ou voluntárias, que façam com que a questão posta seja regulada por mais de uma legislação, cabe ao Estado soberano na qual esteja a pessoa, os bens ou na qual se desenvolvam as relações jurídicas definir, diante de determinado elemento de conexão, quem caberá julgá-lo e de acordo com que legislação".
A)situação do regime de bens — nacionalidade dos cônjuges
A alternativa está INCORRETA como
é possível observar no comentário da alternativa D.
B) qualificação e regulação das obrigações — domicílio dos contratantes
A alternativa está INCORRETA como
é possível observar no comentário da alternativa D.
C) formalidades de celebração e impedimentos do casamento — nacionalidade dos
nubentes
A alternativa está INCORRETA como
é possível observar no comentário da alternativa D.
D) personalidade e capacidade — domicílio da pessoa
É a alternativa CORRETA, de acordo com o previsto no art. Art. 7o da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942, como se pode observar:
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
NOTA DA PROFESSORA: É fundamental atentar para o fato de que esta questão foi aplicada no ano de 2011, com base LICC. No entanto, ela foi alterada pela LEI Nº 12.376, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010, que então passou a se chamar “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro” – LINDB.
Fonte: Lei de
Introdução ao Código Civil Brasileiro, DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO
DE 1942.
E) penhor — local do bem
A
alternativa está INCORRETA como é possível observar no comentário
da alternativa D.
Gabarito do Professor: Alternativa D.
A arbitragem constitui-se em método previsto no direito internacional e no direito brasileiro para a resolução de controvérsias. A legislação brasileira que trata da arbitragem foi elaborada tendo como parâmetro o modelo de arbitragem internacional das Nações Unidas. Assinale a opção correta, tendo como parâmetro a lei que regula, no Brasil, a arbitragem (Lei n.º 9.307/1996).
A alternativa (A) está incorreta, pois a escolha dos árbitros ocorre de acordo com a vontade das partes. Para ser árbitro, não precisa ter qualquer qualificação especial, embora haja a restrição de não poder ser pessoa jurídica. Não existe um magistrado da causa quando se trata de arbitragem, que é um processo privado e não conta com a participação de magistrados.
A alternativa (B) está correta, pois a sentença arbitral não está, de fato, sujeita à homologação do Poder Judiciário para surtir efeitos entre as partes. Cabe ressaltar, contudo, que se a sentença arbitral for estrangeira, deverá haver homologação pelo STJ, o que acontece, também, com todas as sentenças estrangeiras proferidas pelas justiças de outros países.
A alternativa (C) está incorreta porque não é qualquer matéria que poderá ser objeto de arbitragem. A arbitragem cabe somente em relação aos direitos patrimoniais disponíveis.
O árbitro, como foi dito no comentário da alternativa (A), é escolhido pelas partes, não havendo interferência da justiça comum no processo de arbitragem, que é privado, mas com eficácia de processo público.
A alternativa (E) está incorreta porque a escolha pela arbitragem jamais é compulsória. Ela é uma decisão das partes em conflito e nada pode obrigá-las a optar pela arbitragem. Entretanto, vale ressaltar que, uma vez escolhida a arbitragem como meio de solução de controvérsia, o problema deverá obrigatoriamente ser resolvido por arbitragem, a não ser que o assunto verse sobre objeto que, legalmente, não pode ser decido por esse método.
E mesmo que houvesse previsão legal, ela seria inconstitucional, por ofensa ao princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF = a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito).
ATENÇÃO! A lei 13.129/2015 traz a Reforma da Lei de Arbitragem. Houve significa mudança. Há, como de costume, excelente material de estudo sobre a mudança legislativa no site dizer o direito. Segue o link:
http://www.dizerodireito.com.br/2015/05/comentarios-lei-131292015-reforma-da.html
Tirou onda !!!
Situação I: Bernardo, juiz federal, recebeu carta rogatória da França para ouvir o depoimento de testemunha brasileira de roubo ocorrido em Paris. S
ituação II: Michelle, juíza francesa, recebeu carta rogatória do Brasil para citar Manoel, brasileiro residente em Paris, em processo de divórcio em curso no Brasil.
Sabendo que o magistrado nacional pode aplicar direito estrangeiro quando executar sentença estrangeira ou quando cumprir carta rogatória, assinale a opção correta acerca das situações hipotéticas apresentadas acima
Sabendo que é ativa em relação aquele que enviou, e passiva em relação aquele que recebeu, e seguindo de descrição abaixo:
1.Primeira situação1.1. Justiça brasileira - é PASSIVA
1.2. Justiça francesa - é ATIVA
2. Segunda situação
2.1. Justiça brasileira - é ATIVA
2.2. Justiça francesa - é PASSIVA
Resposta correta e a alternativa "d", conforme o tópico 1.2. acima.
Carlos Vásquez, terrorista internacional argentino, explodiu bomba na sede da prefeitura de determinado município brasileiro, por estar inconformado com o rompimento da relação amorosa que mantinha com a chefe do Executivo municipal. A Argentina tentava obter do governo brasileiro a extradição de Carlos Vásquez havia vários anos, sem resposta favorável.
Considerando a situação hipotética apresentada e o instituto da responsabilidade internacional do Estado, amparado na máxima “ninguém deve prejudicar outrem”, assinale a opção correta.
Considere que o Japão denuncie ao procurador do TPI crime contra a humanidade cometido pelo governo da China contra população do Tibet. Com base nessa situação hipotética e no Decreto n.º 4.388/2002, que aprovou o Tratado de Roma, por meio do qual foi instituído o TPI, assinale a opção correta.
O TPI não é obrigado a aceitar a denúncia do procurador. O procurador, quando considera que existe fundamento suficiente para abrir inquérito, apresenta pedido de autorização nesse sentido ao juízo de instrução, o qual só autorizará a abertura do inquérito se julgar que o fundamento é válido e suficiente (artigo 15, parágrafos 3 e 4 do Estatuto de Roma). Além disso, há uma série de questões relativas à competência e à admissibilidade de um caso perante o TPI, previstas no artigo 17 do Estatuto, que podem obstar a aceitação de uma denúncia. A alternativa (A) está incorreta.
Os Estados membros também podem apresentar denúncia ao TPI, o que está previsto no artigo 14 do Estatuto: “Qualquer Estado Parte poderá denunciar ao Procurador uma situação em que haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários crimes da competência do Tribunal e solicitar ao Procurador que a investigue, com vista a determinar se uma ou mais pessoas identificadas deverão ser acusadas da prática desses crimes”. A alternativa (B) está incorreta.
A população vítima não tem competência para reclamar a responsabilidade penal de um indivíduo perante o TPI. A competência cabe, apenas, ao procurador do tribunal, ao Conselho de Segurança da ONU ou aos Estados Partes, conforme está previsto no artigo 13 do Estatuto de Roma. A alternativa (C) está incorreta.
Seu fundamento jurídico encontra-se no artigo 15, §2 do Estatuto de Roma: “O Procurador apreciará a serie ade da informação recebida. Para tal, poderá recolher informações suplementares junto aos Estados, aos órgãos da Organização das Nações Unidas, às Organizações Intergovernamentais ou Não Governamentais ou outras fontes fidedignas que considere apropriadas, bem como recolher depoimentos escritos ou orais na sede do Tribunal”. A alternativa (D) está correta.
O procurador não está obrigado a denunciar (artigo 15, §§ 1 e 3). Vale ressaltar, também, que a China não é membro do TPI e que esse tribunal só tem competência sobre indivíduos nacionais de Estados membros. As únicas possibilidades de um nacional de Estado não membro ser julgado pelo TPI ocorre ou quando o Conselho de Segurança leva a questão ao tribunal, com base no capítulo VII da Carta da ONU, ou quando o Estado que não é membro leva ou aceita que nacional seu seja julgado pelo tribunal (artigo 12, §3). A alternativa (E) está incorreta.
Por eliminação, chega-se à letra D. Contudo, a questão é mal formulada na medida em que menciona "crime contra a humanidade cometido pelo governo da China", o que pode gerar confusão, uma vez que o TPI não julga Estados (cuja responsabilidade internacional é de ordem civil), mas apenas indivíduos (resposabilidade criminal).
A República popular da China não é signatária do Estatuto de Roma
Artigo 15 - Procurador
1. O Procurador poderá, por sua própria iniciativa, abrir um inquérito com base em informações sobre a prática de crimes da competência do Tribunal.
2. O Procurador apreciará a seriedade da informação recebida. Para tal, poderá recolher informações suplementares junto aos Estados, aos órgãos da Organização das Nações Unidas, às Organizações Intergovernamentais ou Não Governamentais ou outras fontes fidedignas que considere apropriadas, bem como recolher depoimentos escritos ou orais na sede do Tribunal.
3. Se concluir que existe fundamento suficiente para abrir um inquérito, o Procurador apresentará um pedido de autorização nesse sentido ao Juízo de Instrução, acompanhado da documentação de apoio que tiver reunido. As vítimas poderão apresentar representações no Juízo de Instrução, de acordo com o Regulamento Processual.
4. Se, após examinar o pedido e a documentação que o acompanha, o Juízo de Instrução considerar que há fundamento suficiente para abrir um Inquérito e que o caso parece caber na jurisdição do Tribunal, autorizará a abertura do inquérito, sem prejuízo das decisões que o Tribunal vier a tomar posteriormente em matéria de competência e de admissibilidade.
5. A recusa do Juízo de Instrução em autorizar a abertura do inquérito não impedirá o Procurador de formular ulteriormente outro pedido com base em novos fatos ou provas respeitantes à mesma situação.
6. Se, depois da análise preliminar a que se referem os parágrafos 1o e 2o, o Procurador concluir que a informação apresentada não constitui fundamento suficiente para um inquérito, o Procurador informará quem a tiver apresentado de tal entendimento. Tal não impede que o Procurador examine, à luz de novos fatos ou provas, qualquer outra informação que lhe venha a ser comunicada sobre o mesmo caso.