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ID
65524
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TJ-DFT
Ano
2008
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Paulo, com 16 anos de idade, foi levado ao psicólogo
por sua mãe, separada, com outro filho de 10 anos de idade. Na
escola, Paulo foi motivo de observação de alguns professores
diante de seus comportamentos de isolamento, seu jeito triste,
sempre em um canto, esquivando-se de qualquer tentativa de
aproximação por parte de colegas ou professores. Para a mãe,
essa passividade estava em contraponto com a rebeldia que
apresentava em casa, com o que já não sabe como agir, por
exemplo, quando ele se recusa a ir para a escola, chegando a
agredi-la, dizendo ter medo das pessoas. Para a mãe, Paulo
sempre foi uma criança tímida e agressiva em casa, e no início da
adolescência parece ter ficado pior, mais fechado ainda,
preferindo ficar em seu quarto, saindo de casa apenas para a
escola. Ela também não o via com amigos.

Acerca do psicodiagnóstico, examinando a problemática do caso
hipotético acima em função das questões psicodinâmicas da fase
da adolescência, julgue os itens que se seguem.

No primeiro passo do psicodiagnóstico de Paulo, em que se deve levantar os motivos da consulta, pode-se definir como hipótese inicial que sua problemática justifica-se pelo enfrentamento das questões sintônicas relativas à fase da adolescência e que, provavelmente, isso deve se agravar pela dificuldade da mãe em manejar suas reações.

Alternativas
Comentários
  • Errado Creio que o erro da questão está na ordem da frase, já que para a mãe, Paulosempre foi uma criança tímida e agressiva em casa, e no início daadolescência parece ter ficado pior.Corrigindo a frase: "...sua problemática justifica-se pela dificuldade da mãe em manejar suas reações e que, provavelmente, isso deve se agravar pelo enfrentamento das questões sintônicas relativas à fase da adolescência." Alguém emcontrou algum outro erro?
  • Acredito que o erro esteja em afirmar que poderia deduzir essa hipótese em uma primeira sessão, pois o primeiro passo do psicodiagnóstico é fazer anamnese. Portanto, em uma primeira sessão de psicodiagnóstico o terapeuta deve levantar dados, como: "Informações básicas: nome, sexo, idade, profissão. Queixa e duração: o que trouxe a pessoa à consulta, há quanto tempo isso a aflige, evolução ao longo do tempo, fatores de piora e melhora, o que busca no tratamento. Dados biográficos de interesse: local de nascimento; gestação, parto e amamentação; histórico relacional (amigos e amores); origem do nome próprio, histórico profissional. Família: ordem de nascimento, relação com pais e irmãos (preferências, rivalidades, elementos que marcaram positiva e negativamente), situação na infância e atual, quem foram as pessoas importantes (mãe, pai, irmãos, avós, tios, outros). Tratamentos: doenças importantes atuais e passadas; tratamentos realizados: intervenções corporais (RPG, eutonia, rolfing etc.), uso de drogas, internações, psicoterapias, medicamentos, cirurgias." (disponível no site: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1782579-roteiro-anamnese/)FASES DO PSICODIAGNÓSTICO:Fase 1: Anamnese. Fase 2: Aplicação de testes. Fase 3: Uma ou duas sessões de ludodiagnóstico. Fase 4: Entrevista devolutiva, em que se comunicam os resultados obtidos e, se for necessário, é feita a indicação de tratamento, que pode incluir encaminhamento ao neurologista, serviços de fonoaudiologia, psicoterapia, reforço escolar, etc. (Disponível no site: http://www.mariuzapregnolato.com.br/?cont=area_atuacao_psicodiagnostico)
  • Acho que na verdade, a hipótese inicial seria de que o garoto sofria de um transtorno de personalidade, como por exemplo, o de esquiva, e isso se agravou na adolescência. Enfrentamento das questões sintônicas relativas à fase da adolescência na verdade, viria de forma secundária, como agravamento de um problema anterior
  • Acredito que poderíamos levantar como hipótese inicial a questão do "bullying" na escola, do que Paulo se esquiva, do que ele tem medo... enfim, não ficou claro na questão o problema relacionado à fase da adolescência, ficou mais evidente algum problema com a escola, fato que nem querer ir à escola Paulo quer.
  • "... pode-se definir como hipótese inicial que sua problemática justifica-se pelo enfrentamento das questões DISTÔNICAS relativas à fase da adolescência..."

    Erick Erikson em sua Teoria Psicossocial propõe oito estágios no desenvolvimento humano, desde o nascimento até a morte. Cada estágio tem uma crise que tanto pode ser um momento de oportunidade para o desenvolvimento, quanto de regressividade, dependendo da sua resolução entre as forças distônicas e sintônicas de cada estágio. Assim, o mesmo autor diz que, quando há uma resolução positiva da crise, emerge uma potencialidade que passa a fazer parte da vida da pessoa, e, da mesma forma, quando não há resolução da crise, emerge uma patologia que também passa a fazer parte da vida da pessoa.

    http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:q-gmmBEH_44J:pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS1982-12472008000100003%26lng%3Dpt%26nrm%3Diso+sint%C3%B4nicas&cd=7&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

  • A questão coloca como se o problema de Paulo fosse justificado com a chegada da adolescência, quando sabemos que este problema já existia anteriormente e que foi agravado agora. 
  • Acredito que o problema está na afirmação PROVAVELMENTE. As hipóteses diagnósticas podem ser feitas, várias delas, e desde o primeiro contato com o paciente, cabendo na sequência do processo, o aprofundamento na compreensão dos sintomas, do histórico da doença e evoluindo em direção a definição da melhor hipótese diagnóstica.

  • A questão coloca como se o problema de Paulo fosse justificado com a chegada da adolescência, quando sabemos que este problema já existia anteriormente e que foi agravado agora.(Como colocou muito bem a colega abaixo)  Além disso, não podemos julgar a mãe e culpa-la como a questão colocou (isso deve se agravar pela dificuldade da mãe em manejar suas reações.)

    Por todos esses aspectos, questão errada..