SóProvas


ID
666649
Banca
FCC
Órgão
INSS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 8 baseiam-se no texto seguinte.

          Em fins do ano passado foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que introduz no artigo 6o da Constituição Federal, relativo aos direitos sociais, frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade.
          Pondera-se também que a busca individual pela felicidade pressupõe a observância da felicidade coletiva. Há felicidade coletiva quando são adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a sociedade será mais feliz se todos tiverem acesso aos básicos serviços pú- blicos de saúde, educação, previdência social, cultura, lazer, entre outros, ou seja, justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivíduos a busca da felicidade.
          Pensa-se possível obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingênuo entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituição serem os direitos sociais essenciais à busca da felicidade, se vai, então, forçar os entes públicos a garantir condições mínimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a Constituição.
          A menção à felicidade era própria da concepção de mundo do Iluminismo, quando a deusa razão assomava ao Pantheon e a consagração dos direitos de liberdade e de igualdade dos homens levava à crença na contínua evolução da sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra. Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalços que a História produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado de Direito é um anacronismo patente, sendo inaceitável hoje a inclusão de convicções apenas compreensíveis no irrepetível contexto ideológico do Iluminismo.           Confunde-se nessas proposições bem-intencionadas, politicamente corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educação, a segurança, a saúde, o lazer, a moradia e outros mais são considerados direitos fundamentais de cunho social pela Constituição exatamente por serem essenciais ao bemestar da população no seu todo. A satisfação desses direitos constitui prestação obrigatória do Estado, visando dar à sociedade bem-estar, sendo desnecessária, portanto, a menção de que são meios essenciais à busca da felicidade para se gerar a pretensão legítima ao seu atendimento.
          O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas não há felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A felicidade é um sentimento individual tão efêmero como variável, a depender dos valores de cada pessoa. Em nossa época consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfação dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade, passível de ser desfeita por um desastre, por uma doença.           
          Assim, os direitos sociais são condições para o bem estar, mas nada têm a ver com a busca da felicidade. Sua realização pode impedir de ser infeliz, mas não constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz.

                    (Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espaço Aberto, 5 de fevereiro de 2011, com adaptações)

... frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade.

A relação de regência exemplificada acima NÃO ocorre APENAS em:

Alternativas
Comentários
  • ... frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade. (complemento nominal)

    A relação de regência exemplificada acima NÃO ocorre APENAS em:

        a) a observância da felicidade coletiva.

        b) acesso aos básicos serviços públicos.

        c) crença na contínua evolução da sociedade.

        d) a pretensão legítima ao seu atendimento.

        e) dos valores de cada pessoa. (única opção com adjunto adnominal)

    Considero-a uma questão difícil porque não estou acostumado a esse enunciado feito dessa maneira. As bancas geralmente colocam frases inteiras e destacam bem o sintagma que deve ser observado.
  • As alternativas “a”, “b”, “c” e “d” relacionam-se à regência nominal, pedindo, portanto, complemento nominal. A letra “e” diz respeito a adjunto adnominal.
    Complemento Nominal X Adjunto Adnominal.
    O adjunto adnominal formado por locução adjetiva, às vezes pode ser confundido com o complemento nominal quando esta locução se referir a um substantivo. Lembre-se:
    1) O complemento nominal pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, mas o adjunto adnominal só se refere a substantivos;
    2) Sempre que o termo preposicionado referir-se a um substantivo, indicando posse ou especificação, será adjunto adnominal. (Ex.: Os valores de cada pessoa.)
    Critérios que poderão auxiliar na diferenciação:
                            Complemento Nominal                               Adjunto Adnominal
    Sempre indica o ser passivo (recebedor da ação) Sempre indica o ser ativo (agente da ação)
    Tem por base um verbo transitivo Não tem por base um verbo transitivo
    Não indica posse Sempre indica posse
    Completa geralmente o sentido de um substantivo abstrato Completa geralmente o sentido de um substantivo concreto
     
    Exemplos:
    A intervenção do diretor provocou indignação na empresa.
    Obs.: o diretor interveio (é o ser ativo) = adjunto adnominal.
    A eleição do novo diretor deixou em euforia toda a empresa.
    Obs.: o diretor foi eleito (é o ser passivo) = complemento nominal.
    Fonte: professores Douglas Tufano e Rodrigo Bezerra.

  • O termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal (logo)

                                                (adjetivo)
                                                esenciais à busca da felicidade
                                                              complemento nominal

    Os complementos nominais são exigidos pela transitividade do nomes a que se ligam; indicam portanto o paciente ou o alvo da noção expressa pelo substantivo.

        (substantivo) = observância de algo
    a)a observância da felicidade coletiva
                                      Alvo = complemento nominal

    (substantivo) = acesso a algo
    b) acesso aos básicos serviços públicos.
                                      Alvo = complemento nominal

    (substantivo) = crença em algo
    c) crença na contínua evolução da sociedade.

                                      Alvo = complemento nominal

          (substantivo) = pretensão a algo
    d) a pretensão legítima ao seu atendimento.
                                                Alvo = complemento nominal

           (substantivo)
    e) dos valores de cada pessoa.
                           agente ou possuidor da noção expressa pelo substantivo
                                                     adjunto adnominal



     
  • Na maioria das vezes quando a questão fala sobre regência refere-se a Complemento nominal(CN) e adjunto adnominal (AA).
    Pois, a preposição que introduzir o adjunto adnominal NUNCA constituirá regência. Então basta distinguir o AA do CN!

    Sintetizando, 

    *CN: se refere a adjetivo, adverbio e substantivo abstrato (antecedido por preposição). é facil, viu preposição olha para a palavra anterior, se for um dos dois primeiro será de fato um CN. Se for um substantivo abstrato e exercer o papel de paciente também será CN.

    *AA: TODO artigo, pronome adjetivo(ex.:minha) e os termos que se referem a substantivo abstrato que exercerem a função de agente da ação e substantivo concreto.

    *acho que estão todos os casos ai em cima, caso contrario, retifiquem por favor!

    Substantivo concreto

    * nomes que levam a uma imagem ou todos os que não são substantivo abstrato. EX.: nuvem, tempo, vida etc. ( esqueça aquela noção de que substantivo concreto  é aquele que se pode pegar! )

    * na Sintaxe será: aposto ou AA

    Substantivo abstrato 

    * oriundos de verbos ou de adjetivo (ex.: cantar-canto,pular-pulo, belo-beleza, alegre-alegria)  ou sentimentos.

    * na Sintaxe será: AA (agente) ou CN (paciente)

     

    `frase com a menção de que são essenciais à busca da felicidade`

    verbo ser: VL , logo, terá predicativo o qual tem valor de ADJETIVO ! Não precisa nem pensar, o que se liga a adjetivo é CN)

    a) a observância da felicidade coletiva.

    Observância vem do verbo observar, logo é um substantivo abstrato. Agora basta saber se a `felicidade` é agente (AA) ou paciente (CN). A felicidade é observada, logo, paciente, e por fim, CN.

    b) acesso aos básicos serviços públicos

    Acesso vem do verbo acessar, logo é um substantivo abstrato. Como o anterior, faça sempre a pergunta: os básicos serviços públicos acessam ou são acessado? R.: são acessado, paciente logo, CN.

    c) crença na contínua evolução da sociedade. 

    Evolução vem do verbo evoluir, logo é um substantivo abstrato. A sociedade é paciente da ação de evoluir, logo CN.

    d) a pretensão legítima ao seu atendimento.

    pretensão vem do verbo pretender, logo, substantivo abstrato. E do mesmo modo, faça a pergunta para saber se é agente ou paciente, e novamente perceberá que é paciente, CN.

    e) dos valores de cada pessoa

    Valores vem de verbo? vem de adjetivo? é um sentimento ? NÁO. Logo, não será um substantivo abstrato e sim CONCRETO. O que se liga a substantivo concreto é AA. Como já visto, a preposição que introduz o adjunto adnominal não possui regência.

    Resposta: E

    Espero ter ajudado!

  • Não entendi o enunciado... Não entendi o que a questão queria!

  • Alane Sousa

    A questão aborda sobre regência (preposição) exigida pelo substantivo, se exige ou não e se está correto o seu complemento.