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ID
671110
Banca
FCC
Órgão
TCE-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto seguinte.

Quando se tem em conta que 50% do território nacional é ocupado pelo bioma Amazônia e que 60% do potencial elétrico do
país ainda por aproveitar se localiza nessa área, pode-se intuir as dificuldades que enfrenta a expansão da hidreletricidade no Brasil.
De fato, a Amazônia é, de um lado, um bioma reconhecidamente sensível e de elevado interesse ambiental. De outro, constitui a
fronteira hidrelétrica, ainda que nem todo o potencial lá existente venha a ser desenvolvido.
As questões que se contrapõem são basicamente duas: 1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar
soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a
humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma
opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de
empregos e dinamismo econômico doméstico?
Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual
projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo
objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim. Projetos hidrelétricos, quando instalados em áreas habitadas, podem constituir-
se em vetores do desenvolvimento regional. Quando instalados em áreas não habitadas podem constituir-se em vetores de
preservação dos ambientes naturais.
Por óbvio, qualquer projeto hidrelétrico deve cuidar para que os impactos ambientais sejam mitigados e compensados.
Conciliar as duas questões básicas é possível. Demanda inovação, novas soluções construtivas, esquemas operativos diferenciados,
dentificação de áreas a serem preservadas, responsabilização dos atores envolvidos, vontade política e ampla discussão da
sociedade - são esforços que podem ser feitos na direção de conciliar os imperativos de se preservar a Amazônia e desenvolver seu
potencial elétrico.
Por fim, não é demais lembrar que renunciar a esse potencial significa decidir que a expansão do consumo de energia dos
brasileiros será atendida por outras fontes, não necessariamente mais competitivas ou de menor impacto ambiental.


(Maurício Tolmasquim. CartaCapital, 7 de setembro de 2011. p.61, com adaptações)

Mas isso não tem de ser assim. (3º parágrafo)

O pronome grifado acima refere-se, considerado o contexto,

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - D

    Os dois objetivos políticos- produção de energia para melhorar a competitividade do País, e a preservação da Amazônia- parecem ser dicotômicos. A tese é de como tais objetivos podem vir ao encontro no mesmo programa governamental.
  • Questão muito inteligente; O isso refere-se ao "duplo objetivo que é inatingível" . Lendo a frase toda temos a tendência de jogar na "Análise rasa ..." por isso interpreta-se errado.
    Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo objetivo é inatingível. Mas isso não tem de ser assim.

    Deve-se então identificar quais são os dois objetivos:


    1) Pode o país abrir mão de preservar a Amazônia, de cuidar soberanamente das suas fragilidades e de toda a riqueza de sua biodiversidade, e de deixar um legado de interesse para toda a humanidade?; 2) Pode o país abrir mão de uma vantagem competitiva relevante representada pela hidreletricidade, sendo esta uma opção energética limpa, renovável, barata e de elevado conteúdo nacional, o que significa baixa emissão de carbono, geração de  empregos e dinamismo econômico doméstico?

    Cada objetivo fala de um aspecto diferente: 1 - da preservação da Amazônia e 2- da vantagem de ser ter uma hidrelétrica.

    E como depois ele fala que isso é INATINGÍVEL , revela então que os dois não podem ser alcançados. Portanto Letra D é a mais correta que fala desses diferentes pontos de vista.

  • Exato!

    É uma "ótica ultrapassada" projetos hidrelétricos que destróem o meio ambiente, indicando que "hidrelétricas" e "preservação ambiental" não são possíveis caminhar juntas, sendo um objetivo "inatingível".

    Mas isso não precisa ser assim!

    Projetos modernos permitem aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia.

    []s


  • GABARITO: D

    Uma maneira de descobrir que expressão está sendo substituída pelo pronome demonstrativo isso é simplesmente substituir o pronome pela expressão (ou por uma paráfrase dela), no contexto.
    Veja: “Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos. Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo objetivo é inatingível. Mas a ideia de que não é possível aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia não tem de ser assim ...”.
  • Uma maneira de descobrir que expressão está sendo substituída pelo pronome demonstrativo isso é simplesmente substituir o pronome pela expressão (ou por uma paráfrase dela), no contexto. Veja: “Sem dúvida, não podemos abrir mão de nenhum dos dois objetivos.
    Análise rasa baseada em uma ótica ultrapassada, na qual projetos hidrelétricos provocam necessariamente impactos ambientais irrecuperáveis e não compensáveis, sugere que esse duplo objetivo é inatingível. Mas a ideia de que não é possível aliar construção de hidrelétricas e preservação da Amazônia não tem de ser assim ...”.

    Fonte: A gramática para concursos - Fernando Pestana.