SóProvas


ID
671134
Banca
FCC
Órgão
TCE-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As questões de números 7 a 14 baseiam-se no texto seguinte.

Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.

(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)

... rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade ... (1º parágrafo)

Há relação de causa e efeito no desenvolvimento do texto entre as situações que aparecem em:

Alternativas
Comentários
  • O 2o.§ exemplifica algumas estratégias de defesa contra a influência do acaso em nossas vidas.
    O comando da questão pede uma relação de "causa e efeito".
    "O fato de" situações inesperadas surgirem na minha vida "faz com que" eu tente planejá-la o mais racional possível, para tentar evitar surpresas! :-)

    []s
  • Luciano,

    Tenho muita dúvida em questões como essa.
    Você sempre usa "o fato de" ... "faz com que"?
    Ajuda?
    Obrigada!
  • Renata,
    uso esse raciocínio em questões para descobrir se a conjunção "porque" é causal ou explicativa.
    Mas, claro, pode ser aplicado para questões, como esta aqui, para verificar a relação de causa/consequência.

    "fato de" [A] "fez/faz com que" [B]

    Se a resposta for sim, [A] é causa e [B] é consequência/efeito.

    []s
  • Luciano,

    Muito obrigada! Ajudou demais!

    Bons estudos.
  • Alguém poderia comentar o erro da alternativa e ?

  • Colegas,
     
    Usando o macete do (o fato de) e (faz com que) é totalmente coerente a resposta E.
    (O fato de) medo de acontecimentos imprevistos na vida cotidiana (faz com que) a constatação de que grandes catástrofes sempre possam ocorrer.
     
    Alguém poderia comentar?
     
    Obrigado,
     
    Marcello
  • Particularmente, eu não gosto da expressão "macete".
    Dá a impressão - falsa! - de que você vai usá-lo e ele vai resolver seu problema!
    Melhor encarar como uma "ferramenta"!

    A letra (E) entendo assim.

    "constatação" significa "ato de constatar, que é tomar conhecimento de".

    Ter ou não medo de imprevistos na vida não vai fazer com que catástrofres ocorram ou deixem de ocorrer. Elas podem sempre ocorrer independente do seu medo!

    Fulano tem medo de bala perdida. Abre o jornal e lê notícia que beltrano foi morto por bala perdida.
    Fulano não tem medo de bala perdida. Abre o jornal e lê notícia que beltrano foi morto por bala perdida.

    Não há nenhum nexo causal entre medo e ocorrência de catástrofres.

    []s
  • Obrigado Luciano por seu último comentário. A resposta fica evidente quando se observa a causa e o efeito na frase.

    Abraço,

    Marcello
  • O erro da letra "E" - O fato do "medo" não necessariamente é consequência de grandes catástrofes. Ainda ele afirma que sempre irá ocorrer.
    Medo ou não, catástrofes podem ocorrer, independe.


    Letra "A"  - o que se afirma? Temos, com a resposta, a consequência:  planejamento racional das atividades diárias, levado a efeito por certas pessoas. 

    Mesmo raciocínio em: 
    http://www.questoesdeconcursos.com.br/questoes/0578d3cb-58
  • Alternativa E.

     Catástrofes causa medo, logo, causa e efeito.

     A questão diz: o medo  sempre causa catástrofes, logo, efeito e causa.  O comando da questão pede causa e efeito, portanto letra E está errada, porque as orações estão invertidas, e mais, catástrofe causa medo e o medo não causa catástrofes.

  • Macetes....

    Cometários sobre a "E"....

    Mas, o gabarito é "A"

  • Colegas, eu meio que discordo da interpretação que foi dada na letra E. Para mim ele está correto.


    Muita gente entendeu que o item E está errado porque o medo não causa os eventos, pois ele sempre irão ocorrer, mas veja que o item não se refere aos eventos e sim à constatação que esses eventos sempre irão ocorrer, ora, alguém precisa fazer a constatação.


    É perfeitamente plaúsivel que um fulano constate que esses eventos sempre irão ocorrer porque o tal fulano tem medo deles (neurose) assim como é perfeitamente plaúsivel que o mesmo fulano planeje sua rotina porque está inquieto diante desses eventos.


    A única coisa que o item A tem de melhor em relação ao item E é a coerência com as ideias do texto, porém isso extrapola o que a questão pede.


    Quem discorda, favor, imagine que o gabarito fosse a letra E. Esse raciocínio iria parecer mais aceitável nesse caso? Pergunto isso porque o fato de um item ser o gabarito cria um bias em favor dele, que só não acontece quando o erro é grosseiro e perceptível. 

  • O item A fala em "planejamento racional das atividades". Em que parte do 2ª parágrafo é falado disso? No 2º parágrafo eu só consegui ver um grupo que planeja torcendo para que o acaso não interfira - o que não me transmite racionalidade - e outro grupo que é infantil/supersticioso.

  • Segundo a jurisprudência do STF nenhum crime pode ser obrigatoriamente iniciado em regime fechado.

  • Segundo a jurisprudência do STF nenhum crime pode ser obrigatoriamente iniciado em regime fechado.