SóProvas


ID
671137
Banca
FCC
Órgão
TCE-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As questões de números 7 a 14 baseiam-se no texto seguinte.

Tememos o acaso. Ele irrompe de forma inesperada e imprevisível em nossa vida, expondo nossa impotência contra forças
desconhecidas que anulam tudo aquilo que trabalhosamente penamos para organizar e construir. Seu caráter aleatório e gratuito
rompe com as leis de causa e efeito com as quais procuramos lidar com a realidade, deixando-nos desarmados e atônitos frente à
emergência de algo que está além de nossa compreensão, que evidencia uma desordem contra a qual não temos recursos. O acaso
deixa à mostra a assustadora falta de sentido que jaz no fundo das coisas e que tentamos camuflar, revestindo-a com nossas
certezas e objetivos, com nossa apreensão lógica do mundo.
Procuramos estratégias para lidar com essa dimensão da realidade que nos inquieta e desestabiliza. Alguns, sem negar sua
existência, planejam suas vidas, torcendo para que ela não interfira de forma excessiva em seus projetos. Outros, mais infantis e
supersticiosos, tentam esconjurá-la, usando fórmulas mágicas. Os mais religiosos simplesmente não acreditam no acaso, pois creem
que tudo o que acontece em suas vidas decorre diretamente da vontade de um deus. Aquilo que alguns considerariam como a
manifestação do acaso, para eles são provações que esse deus lhes envia para testar-lhes sua fé e obediência.
São defesas necessárias para continuarmos a viver. Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que
podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos
paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.
Entretanto, tem um tipo de homem que age de forma diversa. Ao invés de fugir do acaso, ele o convoca constantemente. É o
viciado em jogos de azar. O jogador invoca e provoca o acaso, desafiando-o em suas apostas, numa tentativa de dominá-lo, de curvá-
lo, de vencê-lo. E também de aprisioná-lo. É como se, paradoxalmente, o jogador temesse tanto a presença do acaso nos demais
recantos da vida, que pretendesse prendê-lo, restringi-lo, confiná-lo à cena do jogo, acreditando que dessa forma o controla e anula
seu poder.

(Trecho de artigo de Sérgio Telles. O Estado de S. Paulo, 26 de novembro de 2011, D12, C2+música)

... o terror nos paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis.

O emprego do tempo e modo dos verbos grifados acima indica, considerando-se o contexto,

Alternativas
Comentários
  • paralisaria e faríamos  estão no futuro do pretérito do indicativo.
    O "indicativo" expressa um fato real, de maneira definida.
    O "futuro do pretérito" expressa incerteza, condição.
    Também é empregado como forma polida de presente, em geral denotadora de desejo.
    []s
  • O futuro do pretérito é empregado para:

    - indicar um futuro dependente de alguma condição.

    - indicar um fato (futuro) posterior em relação a outro passado.

  • Quando expressa ciscunstância de condição, o futuro do pretérito se relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos tidos como de difícil concretização.

     "Se a ideia de que estamos à mercê de acontecimentos incontroláveis que podem transformar nossas vidas de modo radical e irreversível estivesse permanentemente presente em nossas mentes, o terror nos paralisaria e nada mais faríamos a não ser pensar na iminência das catástrofes possíveis."

    Portanto, opção D
  • Segundo a professora Claudia Kozlowski:

    Futuro do Préterito - esse é um tempo bastante especial, pois apresenta diversas circunstâncias:

    1) Fato posterior a um fato passado: Você me garatiu[FATO PASSADO] que o nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO];

    2) Fato que não chegou a se realizar: Eu iria à sua casa, mas tive um problema;

    3) Também pode denotar incerteza: Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico;

    4) Hipótese relacionada a uma condição: Se você tivesse comprado o carro [CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE];

    5) Polidez: Você poderia me passar o sal?;
  • Parabéns pelo comentáro Samir! Didático e completo!

    Valeu!!!!