GABARITO CERTO
Além dos estudos já descritos, cabe destacar que Ng et al. (2006), em uma revisão internacional sobre as relações entre o lócus de controle e o bem-estar (sob a forma de diversos construtos), elencam uma série de pesquisas que apontam o lócus de controle como um preditor do bem-estar do indivíduo, assumindo que o lócus de controle interno gera melhores níveis de bem-estar (p. ex., Bono & Judge, 2003; Judge & Bono, 2001; Judge et al., 1998; e Spector et al., 2002 citados por Ng et al., 2006), enquanto o lócus de controle externo associa-se a psicopatologias, como a depressão (Bennassi, Sweeney, & Dufour, 1988; Phares, 1976; Presson & Benassi, 1996; e Watson, 1998, citados por Ng et al., 2006). Nessa linha, os autores defendem que é razoável esperar que exista uma relação entre lócus de controle, trabalho e bem-estar (Ng et al., 2006).
Sob uma ótica específica do contexto de trabalho, estudos realizados por Spector (1988) e por Spector et al. (2002) também sugerem que a internalidade está associada ao bem-estar positivo tanto na vida em geral quanto no trabalho. Assim, Spector (1988) descreve que trabalhadores com orientação de lócus de controle de internalidade, também chamados de internos, tendem a ser mais satisfeitos com seus empregos do que trabalhadores com orientação de lócus de controle de externalidade, também chamados de externos, além de avaliarem seus supervisores de forma mais positiva, apresentarem menos estresse, aproveitarem por mais tempo o ambiente de trabalho e perceberem mais autonomia e controle.
FERNANDES, Sônia Regina Pereira; CARNEIRO, Laila Leite (2015). Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 15(3), jul-set 2015, pp. 257-270