alternativa e
"Mas a formulação de Lúcio Costa não era apenas universal ou apriorística;
contemplava também o contingente, o circunstancial, o particular, a realidade
local, e buscava simultaneamente responder à questão sobre o que poderia ser a
arquitetura moderna (nomeadamente, a forma arquitetônica moderna) no Brasil
contemporâneo. Nisso, precisamente, radicava uma diferença essencial com
relação a todos aqueles que, no epicentro da modernidade, se perguntavam, com
razão, sobre as condições de possibilidade da arte tradicional num mundo
plenamente industrializado. Era sob este aspecto sobretudo que a “escolha” do
modelo lecorbusieriano encontrava suas principais razões de ser: mais do que a
simples conjugação de técnica e beleza descrita por Argan, tratava-se, antes de
tudo, de um modelo que, sem embargo da importância dada à noção de “ordem”
(ao ideal de beleza ou à beleza ideal), valorizava ao extremo a experiência
mundana das formas sensíveis, das “coisas boas de olhar”..."
Fonte: http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/6999/6999_7.PDF