SóProvas


ID
696103
Banca
FCC
Órgão
TJ-RJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Entre a palavra e o ouvido
Nossos ouvidos nos traem, muitas vezes, sobretudo quando decifram (ou acham que decifram) palavras ou expressões pela pura sonoridade. Menino pequeno, gostava de ouvir uma canção dedicada a uma mulher misteriosa, dona Ondirá. Um dia pedi que alguém a cantasse, disse não saber, dei a deixa: “Tão longe, de mim distante, Ondirá, Ondirá, teu pensamento?” Ganhei uma gargalhada em resposta. Um dileto amigo achava esquisito o grande Nat King Cole cantar seu amor por uma misteriosa espanhola, uma tal de dona Quiçás... O ator Ney Latorraca afirma já ter sido tratado por seu Neila. Neila Torraca, é claro. Agora me diga, leitor amigo: você nunca foi apresentado a um velhinho chamado Fulano Detal?


(Armando Fuad. Inédito)

Está INADEQUADO o emprego do elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Letra B errada
    • b) Os sons das palavras, (a que/aos quais) poucas vezes dedicamos plena atenção, podem ser bastante enganosos.
    Obs: O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo, devendo concordar com a coisa possuída, é um pronome relativo utilizado em orações subordinadas para retomar um termo da oração anterior.
  • b) Os sons das palavras, a cujos poucas vezes dedicamos plena atenção, podem ser bastante enganosos. errado- Os sons das palavras, aos quais poucas vezes dedicamos plena atenção, podem ser bastante enganosos.
    \/
    Os sons cujas as palavras poucas vezes dedicamos plena atenção podem ser bastante enganosos.


  • O ERRO DA LETRA 'C' EST'A NO FATO DE;

    O pronome relativo cujo, pode ser empregado com qualquer atencedente, por"em concorda com o termo posposto, ao qual indica posse ou depend^encia. n~ao admite artigo.

    Ex; H'a pessoas cuja inimizade nos honra.
           A inimizade das pessoas nos honra.


    Fonte; A GRAM'ATICA DO CONCURSANDO - VESTCON -
  • O pronome relativo CUJO indica posse (algo de alguém).

    Na montagem do período devemos colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo).
    Essa relação (alguém cujo algo) não existe na frase “Os sons das palavras, a cujos poucas vezes dedicamos plena atenção”.

    Vale lembrar que o pronome CUJO deve ter SUBSTANTIVOS como antecedente e consequente. Além disso, deve concordar com a coisa possuída. Isso também não ocorre na frase em questão.

    Obs.: NUNCA podemos usar ARTIGO depois de cujo. Logo a frase “Os sons cujas as palavras” está incorreta também.


    Bons estudos! =)
  • Observe: Cujo - todas a frases que tem o pronome  relativo cujo são adjunto adnominal ou complemento nominal e também temos substantivo antes e depois da palavra cujo.

     
  • Correta letra B! Não se utiliza artigo antes ou depois de "cujo".
    • a) A traição a que por vezes está sujeita nossa audição pode ter resultados divertidos.
    • A nossa audição está sujeita a que? Eis a explicação de "a" na frente do "que".
    • b) Os sons das palavras, a cujos poucas vezes dedicamos plena atenção, podem ser bastante enganosos.
    • O uso de "a" na frente de "cujos" está inicialmente correto; poucas vezes dedicamos plena atenção a quem? Eis o "a" de "cujos".
    • Primeiro erro: plena atenção é feminino; diz-se "a atenção", não "o atenção." Cujo remete a algo anterior, contudo concorda com termo sucessor, no caso, atenção. 
    • Segundo erro: cujo usado quando o sentido é de posse. Não há esse sentido. Uso inapropriado.
    • c) A melodia e o ritmo de uma frase, em cujo embalo podemos nos equivocar, valem pelo efeito poético.
    • Em que podemos nos equivocar? Eis o "em" do "que".
    • d) E afinal, por onde andará dona Ondirá, senhora misteriosa de quem o leitor foi fã cativo, quando menino?
    • O leitor foi fã cativo de quem? Eis o "de" do "quem".
    • e) E dona Quiçás, a quem Nat King Cole jamais teve a honra de ser apresentado, morará ainda em Madri?
    • Nat jamais teve a honra de ser apresentado a quem? Eis o "a" de "quem".
  • Não entendi por que a letra 'c' está correta. O verbo 'equivocar' não pede preposição 'com'?! Portanto, também não estaria errada, já que a preposição colocada na oração foi a preposição 'em'? Ou seja, ficaria: "podemos nos equivocar com o embalo (...)" e não "podemos nos equivocar em". Alguém poderia me explicar. Obrigada.
  • Vanessa,

    A alternativa C está correta. Vou dividir o período original em duas frases:

    " A melodia e o ritmo de uma frase valem pelo efeito poético."

    "NO embalo do ritmo de uma frase, podemos nos equivocar. "

    No contexto, o "em" não faz parte da regência do verbo equivocar, mas sim do adjunto adverbial "no embalo do ritmo de uma frase".

    Juntando as duas frases, temos:

    " A melodia e o ritmo de uma frase, EM CUJO embalo podemos nos equivocar, valem pelo efeito poético."


  • Jéssika Alves, eu penso um pouco diferente....

    O verbo “equivocar”, pronominal, é transitivo indireto (quem se equivoca, equivoca-se Em algo; em cujo embalo = objeto indireto).

    a) Alternativa certa – A traição a que por vezes está sujeita nossa audição pode ter resultados divertidos.

    Oração adjetiva: a que por vezes está sujeita nossa audição. Ordem direta: nossa audição está sujeita a que (a que = à traição). (Quem está sujeito, está sujeito a algo; a que = complemento nominal.)

    b) Alternativa errada – (versão corrigida) Os sons das palavras, a que poucas vezes dedicamos plena atenção, podem ser bastante enganosos. Não se pode usar o pronome relativo “cujos”, pois não há relação de posse. Além disso, esse pronome deve estar entre dois substantivos, o que não acontece aqui. Oração subordinada adjetiva: a que (ou aos quais) poucas vezes dedicamos plena atenção. Ordem direta: dedicamos plena atenção a que = dedicamos plena atenção aos sons. 

    c) Alternativa certa – A melodia e o ritmo de uma frase, em cujo embalo podemos nos equivocar, valem pelo efeito poético. 

    Oração subordinada adjetiva: em cujo (em cujo = em seu) embalo podemos nos equivocar. Ordem direta: podemos nos 

    equivocar em cujo embalo (em cujo embalo = embalo da melodia e do ritmo de uma frase). O verbo “equivocar”, pronominal, é transitivo indireto (quem se equivoca, equivoca-se Em algo; em cujo embalo = objeto indireto).

    d) Alternativa certa – E afinal, por onde andará dona Ondirá, senhora misteriosa de quem o leitor foi fã cativo, quando menino?

    Oração subordinada adjetiva: de quem o leitor foi fã cativo. Ordem direta: o leitor foi fã cativo de quem = o leitor foi fã cativo de dona Ondirá (quem é cativo, é cativo de alguém). 

    e) Alternativa certa – E dona Quiçás, a quem Nat King Cole jamais teve a honra de ser apresentado, morará ainda em Madri?

    Oração subordinada adjetiva: a quem Nat King Cole jamais teve a honra de ser apresentado. Ordem direta: Nat King Cole jamais teve a honra de ser apresentado a quem (a quem = a dona Quicas). Observemos que “quem é apresentado, é apresentado A alguém”.

    Fonte: https://www.editoraferreira.com.br/medias/1/media/Livros/Sumarios/combo_3_fcc.pdf