Vamos analisar o texto completo da obra citada no enunciado da questão:
"Caracterizamos a entrevista inicial como entrevista semidirigida. Uma entrevista é semidirigida quando o paciente tem liberdade para expor seus problemas começando por onde preferir e incluindo o que desejar. Isto é, quando permite que o campo psicológico configurado pelo entrevistador e o paciente se estruture em função de vetores assinalados pelo último. Mas diferindo da técnica de entrevista totalmente livre, o entrevistador intervêm a fim de: a) assinalar alguns vetores quando o entrevistado não sabe como começar ou continuar; b) assinalar situações de bloqueio ou paralisação por incremento da angústia para assegurar o cumprimento dos objetivos da entrevista; c) indagar acerca de aspectos da conduta do entrevistado, aos quais este não se referiu espontaneamente, acerca de 'lacunas' na informação do paciente e que são consideradas de especial importância, ou acerca de contradições, ambiguidades e verbalizações 'obscuras'".
Trecho do livro O Processo Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas, capítulo II: A Entrevista Inicial, de María L. S. de Ocampo e María E. Garcia Arzeno.
O gabarito da questão é a alternativa D, pois foi retirado ipsis litteris da obra de Ocampo e Arzeno.
Crítica: na minha opinião a questão foi muito mal formulada, pois descontextualizou o assunto. As autores, na obra, dizem que a entrevista semidirigida se diferencia da entrevista livre não pela conceituação apresentada na alternativa D, mas sim por outros fatores elencados nas alíneas a, b e c, no texto transcrito acima. Isto é, a conceituação apresentada na alternativa D pode sim ser aplicada à entrevista livre, desde que não estejam presentes os elementos das alíneas a, b e c. A questão do concurso cobra do candidato não o raciocínio ou a compreensão do assunto, mas sim a memorização de um enunciado que, tirado do seu contexto, se torna inadequado. Questão muito mal formulada que merecia ser anulada.