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O gabarito preliminar consta que a questão está CERTA. Mas o Prof. Marlos fez um comentário sobre esse assunto dizendo que a questão encontra-se ERRADA.
Em “Manual de Economia – Professores da USP 4a edição, capítulo 17, pág. 349):
“A chamada corrente inercialista defendia a tese de que a inflação brasileira seria basicamente inercial, razão pela qual as políticas de controle monetário encetadas até 1985 não provocaram reduções da taxa de inflação. Consideram que, desde que equacionada a questão do desequilíbrio do setor público, o processo inflacionário brasileiro só seria contido pela eliminação do mecanismo de indexação. Essa a proposta que estava por detrás do chamado Plano Cruzado, implantado em fevereiro de 1986.”
“A manutenção do congelamento por um período relativamente longo, com essa pressão de demanda, provocou a formação de ágios e a maquiagem na qualidade dos produtos. O resultado foi uma explosão inflacionária após o descongelamento, em fins de 1986. Dessa forma, o plano falhou na sua gestão, provavelmente por relegar políticas ortodoxas de controle de demanda, em especial na questão do déficit público. (grifo nosso)
Outros planos, como o Plano Bresser e o Plano Verão, também utilizaram o congelamento de preços e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro.”
Também podemos encontrar em Economia Brasileira Contemporânea – Amaury Gremaud, 7a edição – Ed. Saraiva, capítulo 17, pág. 435:
“A principal característica de todo o governo Sarney foi um grande descontrole das contas públicas com aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno, a prazos mais curtos, com giros diários, e cuja necessidade de rolagem inflexibilizava a taxa de juros. (grifo nosso).
Percebemos que a inflação de demanda resultante do aumento da renda dos cidadãos não foi uma das principais causas do fracasso dos planos econômicos da segunda metade dos anos 80.
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Questão muito subjetiva, pois concordo com o comentário do policial acima. Por sinal, muito bom o livro e o autor por ele indicado (Marlos Vargas). Marquei o item como Errado, mas talvez possa ser cotada como Certa pelo fato de que embora a demanda do aumento da renda dos cidadãos não tenha sido a principal causa do aludido fracasso, talvez o Cespe tenha considerado como uma das causas (não necessariamente a principal) do fracasso dos planos econômicos brasileiros na chamada Década Perdida. Não fiz essa prova, mas é o tipo de item que deixaria em branco.
Só um detalhe, é a quinta vez que insiro a soma correta dos números que são pedidos logo abaixo do comentário e o site fica dizendo que estão errados...
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O que diz a banca:
Normalmente, os planos de controle inflacionário nos anos 1980 foram acompanhados de congelamento de preços e reajustes salariais para posterior congelamento junto com os demais preços. Esse diagnóstico inercialista demandava tal medida não ortodoxa de congelamento. Porém, tais reajustes geravam pressão de demanda e, consequentemente, pressão para a volta do aumento dos preços. Os salários também faziam parte do congelamento de preços, porém antes eles sofriam reajustes e isto levava a ganhos reais para os trabalhadores e, então, pressão de demanda e consequente fracasso de tais planos.
Avante, bons estudos!!!
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"De fato, o que levou ao fracasso do plano Cruzado, depois Bresser, Verão e Collor I e II foi justamente a negação da existência da inflação de demanda como determinante do espiral inflacionário que prevaleceu no Brasil durante a década perdida!
Só para que você tenha ciência disso, basta lembrar que quando Sarney instituiu o Plano Cruzado em 1986, adicionou aos salários mínimos um abono salarial de 8%. Com isso, o governo acabou aumentando a renda dos trabalhadores que, agora sem medo da inflação, passaram a gastar ainda mais, aumentando a inflação de origem na demanda!
Logicamente, existia a inflação inercial, mas essa já havia sido detectada por todos os formuladores de planos econômico na época, não sendo causa do fracasso dos planos."
(Estratégia Concursos)
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Apenas complementando, em Economia Básica, de Nali de Jesus
Sousa, Pg.195, diz:
“... O Plano Cruzado, em 1986, implicando na mudança da
moeda do cruzeiro para o cruzado, o que reduziu a taxa de inflação para 65%
naquele ano. Acreditava-se que a inflação seria anulada pela desindexação feita
simultaneamente com o congelamento de preços e salários. O insucesso do plano
resultou da incapacidade de combater o déficit público. Além disso, o Plano
concedeu aumento real de salário no inicio de sua implementação : o
congelamento de preços gerou, simultaneamente, pressão de custos para as
empresas e pressão de demanda. A retratação da oferta e a pressão da demanda
provocara, desabastecimento no período do congelamento. Com o descongelamento,
os preços explodiram, subindo para 416% ao ano, em 1987, em função do aumento
das expectativas inflacionárias. As empresas receando novos congelamentos
estabeleciam preços bem mais elevados, ao mesmo tempo em que concediam
descontos nas notas fiscais. Desse modo, elas praticavam preços de mercado,
enquanto resguardavam o direito de manipular o preço, em caso de novo
congelamento, reduzindo os descontos...”
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a inflação de demanda ocorre quando a economia está próxima do PLENO EMPREGO.
É causada pelo crescimento dos meios de pagamento e não é acompanhada pelo crescimento da produção.
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Por conta dessa inflação de demanda que o Plano Collor procurou congelar os ativos financeiros. Assim, quando a inflação fosse controlada, ele iria descongelar paulatinamente os ativos para evitar um novo choque inflacionário (de demanda, neste caso).
Resposta: CERTO.