SóProvas


ID
721060
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Economia religiosa 

    Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula. 
    É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc. 
    A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. 
    Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina. 
    Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio. 

(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em:

Alternativas
Comentários
  • A palavra "crítica" comporta "censura"?

    Talvez tenha sido considerado certo pelo fato da questão ter pedido dentro do "contexto"... o prelado criticou uma professora que hostilizou um garoto por não rezar. Essa "crítica", nesse contexto, talvez pode ser traduzido como censura.


    Alguém tem alguma explicação?
  • Como a letra a "traduz" os termos censura e prelado verbatim como no website abaixo, é possível que ele tenha sido referência da FCC para a prova:

    http://www.dicionarioweb.com.br/censura.html

    De fato, censura pode ser definido como crítica.

    prelado: s.m. Título honorífico de dignitário eclesiástico.

    censurar:Criticar, condenar, reprovar, repreender

    O vocabulário das demais opções:


    b)Consignemos- consignar significa confiar a outrem, relegar,deixar em custódia. Não tem a ver com admitir.

    c)ensino religioso e ensino clerical não são equivalentes: um prevê ensino orientado ao entendimento de crenças diversas; o outro é aquisição de conhecimento para a prática de cultos monoteístas, principalmente catolicismo. Prematuramente e desde cedo tb não implicam um o outro.

    d) onipresentes em rádios (3º parágrafo) = discriminadas por emissoras de rádio. onipresente= sempre presente, universal.

    e)não poderia representar ônus- sem responsibilidade, sem encargo. Nada a ver com acarretar prejuízo
  •  a) A declaração do prelado vem como crítica (1o pará- grafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura.
  •  a) A declaração do prelado vem como crítica (1o parágrafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura  
  • Bom...vou tentar ajudar o colega, embora não tenho muita certeza.
    na alternativa "C", eu acho que o erro é que ensino religioso abrange todo e qualquer tipo de religião, já o ensino clerical é apenas uma (Não tenho certeza).
    Na alternativa "D" "Onipresentes" significa Estar Presente, o que diferencia da ideia de "Discriminar" que é atribuir distinções.



  • A palavra crítica comporta o significado de censura:

    7.Ato de criticar, de censurar; censura, condenação.

    Fonte: Aurélio
  • Prematuro quer dizer "antes da hora ideal".
    Isso não tem o mesmo sgnificado de "desde cedo".
  • Tb não entendi o erro da letra C, se alguem souber, me avisa por mensagem, por favor... :) 
  • Sobre a alternativa C: Me corrijam se eu estiver errada!

    O que torna, acredito eu, a altenativa C errada é a ação do verbo.
    sejam desde cedo expostos ao ensino religioso: os jovens (sujeito)  sofrem a ação. (Voz passiva) venham prematuramente a expor-se no ensino clerical: os jovens (sujeito) praticam a ação ( Voz ativa)


  • Sobre a letra C também não enxergo o erro.

    Segundo HOUAISS

     

    Prematuro

     adjetivo
       que amadurece antes do tempo próprio; temporão
       que chega antes do tempo normal
       que se realiza antes da ocasião própria; antecipado, extemporâneo, precoce
     

    Clerical

    adjetivo de dois gêneros
    1    relativo ao clero
    2    favorável ao clero ou à Igreja

     

    Cedo

    advérbio
    1    antes do tempo ou da ocasião própria, combinada
    Ex.: desculpe, mas você chegou muito c. 
    2    ao alvorecer; de madrugada
    Ex.: acostumaram-se a acordar bem c. 
    3    dentro em pouco; em breve tempo; depressa, rapidamente
    Ex.: c. virão os remorsos 

     

    Observando as partes que negritei não consigo encontrar também o erro da alternativa C.

  • Sobre a letra C: Religioso e clerical não são sinônimos. Nem toda religião é "clerical".