- ID
- 726151
- Banca
- FCC
- Órgão
- TRT - 6ª Região (PE)
- Ano
- 2012
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto
seguinte.
Os livros de história sempre tiveram dificuldade em falar
de mulheres que não respeitam os padrões de gênero, e em
nenhuma área essa limitação é tão evidente como na guerra e
no que se refere ao manejo de armas.
No entanto, da Antiguidade aos tempos modernos a história
é fértil em relatos protagonizados por guerreiras. Com
efeito, a sucessão política regularmente coloca uma mulher no
trono, por mais desagradável que essa verdade soe. Sendo as
guerras insensíveis ao gênero e ocorrendo até mesmo quando
uma mulher dirige o país, os livros de história são obrigados a
registrar certo número de guerreiras levadas, consequentemente,
a se comportar como qualquer Churchill, Stálin ou Roosevelt.
Semíramis de Nínive, fundadora do Império Assírio, e Boadiceia,
que liderou uma das mais sangrentas revoltas contra os
romanos, são dois exemplos. Esta última, aliás, tem uma está-
tua à margem do Tâmisa, em frente ao Big Ben, em Londres.
Não deixemos de cumprimentá-la caso estejamos passando por
ali.
Em compensação, os livros de história são, em geral,
bastante discretos sobre as guerreiras que atuam como simples
soldados, integrando os regimentos e participando das batalhas
contra exércitos inimigos em condições idênticas às dos homens.
Essas mulheres, contudo, sempre existiram. Praticamente
nenhuma guerra foi travada sem alguma participação feminina.
(Adaptado de Stieg Larsson. A rainha do castelo de ar. São
Paulo: Cia. das Letras, 2009. p. 7-8)