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"A mudança organizacional é percebida neste modelo como uma resposta a um meio-ambiente negociado e estruturado pelas organizações do setor, as quais influenciam ativamente o rumo dos acontecimentos e dos fatos característicos de sua Indústria. Os indivíduos são percebidos como atores participando e influenciando nesta mudança, nos seus diversos níveis de atuação. Considera-se que eles possuem naturalmente uma margem
de manobra em seu nível organizacional e por isso a negociação é vista como necessária à boa implantação da estratégia."
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MODELO POLÍTICO:
Eficiência econômica negociada, não correspondendo necessariamente à eficiência social a curto prazo (aceitação de conflitos, buscando-se no entanto absorvê-los através da negociação política);
(...)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MODELO INSTRUMENTAL:
Avaliar as necessidades e os recursos dos grupos organizacionais,
(...)
Fonte: FGV-EAESP/GVPESQUISA - O MODELO POLÍTICO E O MODELO INSTRUMENTAL DE GESTÃO DE PESSOAS
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II - O modelo atual de gestão de pessoas busca avaliar não mais os recursos como na Era Industrial. Os recursos; como máquinas, equipamentos (recursos materiais), capital e investimentos (recursos financeiros) e até recursos humanos (pessoas com fornecimento de mão-de-obra ou de atividade laboral); deixaram de ser a preocupação no atual modelo de gestão de pessoas. Hoje, na Era da Informação, as organizações estão preocupadas em formar talentos, competências humanas, que usam os recursos para melhorar e aprimorar a organização. Ou seja, os recursos não são mais os principais instrumentos para se alcançar a exclência organizacional, mas apenas a base, a retaguarda sobre a qual as competências humanas agem. Não adianta nada a empresa possuir vários recursos materiais, máquinas e equipamentos, se não tem conhecimento para poder inovar e diferenciar a empresas de seus concorrentes.
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Comentário da própria FVG sobre a questão:
Fonte
MOTTA, F. & VASCONCELOS, I. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2004, pp. 87-89.
As opções II e III dizem respeito ao modelo instrumento de gestão de pessoas, segundo a fonte citada.
Além disso, ambas as opções fazem menção às funções dos gerentes e não às características do modelo.
Por isso, estão erradas e somente a I é uma característica do modelo político.
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Modelo Político de Gestão de Pessoas:
O modelo político de gestão de pessoas está associado às organizações pós-industriais, ou orgânicas, e diferencia-se do modelo instrumental de gestão de pessoas, associado às organizações industriais ou mecânicas. Este modelo favorece a emancipação dos indivíduos, o seu desenvolvimento político e cognitivo e o seu acesso a uma identidade autônoma na organização. Neste modelo de gestão, reconhece-se a existência de conflitos na organização, mas busca-se superá- los através da negociação, chegando-se a propostas de consenso entre as partes.
O modelo político visa oferecer possibilidades de debate e negociação na organização, a fim de promover o contraditório em busca de soluções mais completas em torno das quais se obtenham os consensos. Busca-se vislumbrar as diversas opções de ação antes de decidir, tendo-se como pressuposto que esta é uma forma mais inteligente de se lidar com a realidade complexa. O planejamento por cenários é um dos procedimentos adotados neste sistema. Um bom gerente, segundo este modelo, é um árbitro que tem como objetivo obter esta coesão integrando os interesses particulares dos diferentes grupos de atores sociais visando à obtenção de uma solução negociada junto à direção da empresa, resultando em uma espécie de "pacto político" (Brabet, 1993; Mascarenhas, 2003; Vasconcelos e Vasconcelos, 2002).
As principais características do modelo político são:
· Eficiência econômica negociada, não correspondendo necessariamente à eficiência social em curto prazo (aceitação de conflitos, buscando-se no entanto absorvê-los através da negociação política);
· Empresa construída socialmente através da ação política dos diversos grupos organizacionais;
· Avaliação dos resultados feita pelos grupos organizacionais envolvidos no processo de decisão;
· Maior qualificação e politização dos grupos organizacionais para a interação social eficaz;
· Decisões racionais e éticas referindo-se à resolução de conflitos, à obtenção do consenso e às questões de poder.
· Indivíduos vistos como atores políticos válidos com potencial de desenvolvimento positivo buscando concretizar ativamente seus próprios interesses; modelo ético aplicado à organização.
O modelo político de gestão de pessoas está ligado ao conceito de construção de uma harmonia social no longo prazo, a despeito dos conflitos, e favorece a aprendizagem de circuito duplo.
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De acordo com Vascocelos (2004) dois modelos de gestão de pessoas têm estado em evidência nas organizações. o primeiro é o modelo instrumental característico de um sistema de produção industrial, onde a gestão de resursos humanos em seu papel tradicional (II) avalia a necessidade e os recursos dos grupos organizacionais, baseado no conceito de que (III) eficiência social gera eficiência econômica e vice-versa.
O segundo é o modelo político de gestão de recursos humanos, desenvolvido a partir dos estudos de motivação de Herzberg. Neste modelo, a (I) mudança organizacional é percebida como uma resposta a um meio ambiente negociável pelas organizações do setor as quais influenciam ativamente os acontecimentos e os rumos do setor, em outras palavras a mudança organizacional é visto como algo desejável e necessário.
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Como o próprio nome diz, o modelo político reconhece a existência de conflitos, logo, não pode simplesmente buscar atingir maior produtividade nem apenas avaliar as necessidades das organizações e seus recursos e, sim, compreender a necessidade de mudanças organizacionais.
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Gabarito letra "A"
bons estudos