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ID
74830
Banca
FCC
Órgão
TRT - 21ª Região (RN)
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Urbanização abala a saúde de moradores do interior da
Amazônia

Mesmo que aumente o conforto, as conseqüências
do ingresso na vida moderna - com alimentos prontos,
televisão, telefone e máquina de lavar roupa - não são nada
boas para a saúde. Hilton Pereira da Silva, médico e
antropólogo do Museu Nacional, encontrou uma taxa elevada
de hipertensão arterial na população de três comunidades rurais
do Pará que gradativamente deixaram o extrativismo (*) e
começaram a usar bens de consumo tipicamente urbanos.
Aracampina, a maior comunidade estudada,

localizada na ilha de Ituqui, às margens do rio Amazonas, tem
cerca de 600 habitantes. Eram 460 há sete anos, quando Hilton
Silva chegou lá pela primeira vez e notou que a vida mudava
rapidamente - conseqüência da proximidade com Santarém, a
quatro horas de barco. "Quando ocorre a transição para o estilo
de vida moderno e urbano, a primeira mudança é a dieta", diz
ele. "Aumenta o consumo de sal, de enlatados e de comida
industrializada, cheia de aditivos químicos."

Nas primeiras vezes em que esteve lá, o
pesquisador notou que os caboclos pescavam intensamente.
Completavam a alimentação com farinha de mandioca, frutas,
feijão e milho. "Hoje, os caboclos deixaram o extrativismo,
trabalham na pesca industrial, para as madeireiras ou em
fazendas e compram carne em conserva, açúcar, café e
biscoitos", relata. "As mudanças na dieta estão causando uma
mudança gradual na fisiologia do organismo, que leva à
hipertensão."

Ainda não há água encanada em Aracampina, mas
os caboclos agora têm luz elétrica, graças ao gerador a diesel,
fogão a gás, televisão ligada a bateria de carro e telefone que
funciona por meio de rádio. Em conseqüência, houve uma
redução da atividade física que ajuda a equilibrar a pressão
arterial. "Por terem acesso a fogão a gás, não buscam mais
lenha na mata", exemplifica Hilton Silva. "E já usam fralda
descartável, que também reduz o trabalho das mulheres". Mas
surgem outras fontes de estresse, como a necessidade de
ganhar mais dinheiro para comprar comida, relógios, bicicletas e
aparelhos de som.

(Pesquisa. São Paulo: Fapesp, abril 2003.)

(*) extrativismo = atividade que consiste em extrair da natureza
quaisquer produtos que possam ser cultivados para fins
comerciais ou industriais.

Está adequada a articulação entre os tempos verbais na frase:

Alternativas
Comentários
  • Os Verbos passaram e viram estam na 3ª pessoa do plural do indicativo concordando com os tempos verbais. Logo, a alternativa correta:  E
  • A) Tempos e conceitos

    Esteve        = Pretérito perfeito do indicativo , determinando algo que aconteceu no passado.

    Notara         = Pretérito mais que perfeito do indicativo , determinando algo que aconteceu antes do passado enunciado.

    Pescassem = Pretérito imperfeito do subjuntivo ,determinando  expressão de desejos, probabilidades e acontecimentos que estão condicionados por outros.  [Eis aí o erro da questão, se tornando ilógico no contexto]

     

    B) Tempos e conceitos

    Se alterasse       = Pretérito imperfeito do subjuntivo , determinando uma probabilidade futura.

    Tinham passado = Locução verbal de verbo no pretérito perf. do indicativo + gerúndio, determinando algo acontecido no passado.  [Eis aí o ilógico do contexto]

     

    C) Tempos e conceitos

    Ingeriam = Pretérito perf. do predicativo no plural , Determinando algo acontecido no passado.

    Fossem   = Pretérito imperfeito do subjuntivo , determinando uma probabilidade.

    Tende      = Presente do predicativo, Determinando algo que acontece agora. [Eis aí a parte ilógica desse contexto]

     

    D) Tempos e conceitos

    Se surgisse = Pretérito imperf. Do subjuntivo , indicando probabilidade para o futuro.

    Elevava       = Pretérito impf. Do indicativo, indicando algo que acontecia no passado. [Eis aí a parte ilógica desse contexto.]

     

    E) GABARITO!