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ID
787744
Banca
FCC
Órgão
TJ-PE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A Justiça Restaurativa é uma corrente surgida há cerca de quarenta anos nas áreas de criminologia e vitimologia. Assume-se como um novo paradigma de justiça, caracterizado essencialmente pela

Alternativas
Comentários
  • A Justiça Restaurativa, corrente surgida há cerca de quarenta anos nas áreas da Criminologia e Vitimologia, assume-se como um novo paradigma de justiça, caracterizado essencialmente pela promoção de uma efetiva participação dos principais interessados - vítimas e infratores - na solução de cada caso concreto. Esta "devolução" do conflito aos seus "legítimos proprietários" assenta no estabelecimento de um processo de comunicação que permite à vítima transmitir ao infrator o sofrimento causado em virtude do crime sofrido ao mesmo tempo que proporciona ao infrator a possibilidade de assumir perante a vítima a responsabilidade pelo mal perpetrado e de proceder à respectiva reparação. A Justiça Restaurativa tem sido levada à prática através de diferentes modelos, sendo os mais comuns a mediação vítima infrator e as conferências de grupos familiares.

    Fonte: MARQUES, Frederico Moyano
    Justiça restaurativa / Frederico Moyano Marques
    In: Temas de vitimologia : realidades emergentes na vitimação e respostas sociais / coordenação [de] Ana Isabel Sani.
  • (B)

    A Justiça Restaurativa é um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato são solucionados.

    Citarei alguns exemplos:

    ➢ A Lei dos Juizados Especial Criminais (Lei nº 9.099/95), visando estimular a Justiça Consensual (Restaurativa ou Pacificadora), apresenta a possibilidade de Composição Civil dos Danos (autor compensa a vítima por meio de acréscimo patrimonial) e Transação Penal (antecipação de penas restritivas de direito em troca do cumprimento de algumas condições);

    ➢ Lei nº 9.807/99, criando instrumentos de proteção às testemunhas e vítimas;

    ➢ Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) com diversos mecanismos de proteção da vítima mulher (medidas protetivas), procedimentos céleres e impossibilidade de penas de caráter puramente pecuniário;

    ➢ Lei nº 11.719/08, responsável por modificar o Código de Processo Penal no sentido de obrigar o juiz no momento da sentença penal condenatória a fixar valor mínimo de indenização visando a reparação dos danos sofridos pela vítima.

  • A justiça restaurativa, superando o sistema penal tradicional retribucionista, associa-se ao modelo de reação social restaurador ou integrador, em que o enfrentamento do fenômeno criminal foca na reparação dos danos e deve se pautar na noção de direito penal mínimo, com a priorização de medidas alternativas à pena privativa de liberade (reparação, restituição, prestação de serviço comunitário) para a resolução de conflitos, contemplando a participação da vítima, do delinquente e da sociedade.