Este é terreno em que um projeto
ético-político profissional comprometido com a universalização dos direitos
pode enraizar se e expandir-se.
O Serviço
Social latino-americano está reconstruindo uma face acadêmica, profissional e social
renovada, cujas origens remontam ao movimento de reconceituação, voltada à defesa
dos direitos de cidadania e dos valores democráticos, na perspectiva da
liberdade, da equidade e da justiça social. Na contramão dos dogmas oficiais,
segmentos da categoria dos assistentes sociais têm buscado um compromisso efetivo
com os interesses públicos, atuando na defesa dos direitos sociais dos cidadãos
e cidadãs e na sua viabilização junto aos segmentos majoritários da população, o
que coloca a centralidade da questão social para o trabalho e a formação
profissional no contexto latino-americano.
Poder-se-ia
dizer que, na América Latina, os assistentes sociais há muito acenaram a bandeira
da esperança - essa rebeldia que rejeita o conformismo e a derrota -, contradizendo
a cultura da indiferença, do medo e da resignação que conduz à naturalização
das desigualdades sociais, da violência, de preconceitos de gênero, raça e etnia.
E conseguiram manter viva a capacidade de indignação ante o desrespeito aos direitos
humanos e sociais de homens e mulheres, crianças, jovens e idosos das classes subalternas
com os quais trabalhamos cotidianamente. A categoria profissional desenvolve
uma ação de cunho sócio-educativo na prestação de serviços sociais, viabilizando
o acesso aos direitos e aos meios de exerce-los, contribuindo para que necessidades
e interesses dos sujeitos de direitos adquiram visibilidade na cena pública e possam,
de fato, ser reconhecidos
Marilda Villela Iamamoto: As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo. Trajetória e desafios. In. http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/congresos/reg/slets/slets-018-001.pdf