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ID
926848
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
CNJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No que se refere à atuação do psicólogo e às técnicas e teorias
utilizadas por esse profissional, julgue os itens subsecutivos.

Forclusão é um termo do meio jurídico utilizado pela psicanálise para se referir a determinado processo psíquico que, como proposta pelo CID-10 ou DSM-IVTR, deixou de ocorrer em dado momento do desenvolvimento, mas que pode advir, posteriormente, sem resultar em danos psíquicos, até os sete anos.

Alternativas
Comentários

  • O erro deve estar em TERMO DO MEIO JURIDICO e todo o resto do enunciado, com o se vê abaixo, ao contrário é um termo tipicamente psicanalítico.
    Segundo Freud a Verwerfung designa a expulsão de um conteúdo da experiência para fora do eu, em função do princípio do prazer. A existência na realidade encontrar-se-ia denegada a sua representação. A Verwerfung implica a negação da identificação, na medida em que esta assenta na assunção do patronímio, tal como é explicitado por Freud em O Homem Moisés e a Religião Monotheísta.

    Lacan introduz o conceito forclusion para designar a falta que dá à psicose a sua condição essencial, com a estrutura que a separa das neuroses. Trata-se de um significante, o Nome-do­-Pai, que foi rejeitado da ordem simbólica da linguagem, reaparecendo no real, por exemplo, sob forma de alucinação. Este significante tem como correlativo o significado da castração. 0 sujeito psicótico, não tendo passado pela castração simbólica, vê-se, em determinadas condições, confrontado com a castração real.

    http://www.edtl.com.pt/?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=210&Itemid=2

  • No Seminário 5 - As Formações do Inconsciente, Lacan (1957-1958/1999) formaliza o conceito de foraclusão do Nome-do-Pai, tal como já vinha desenvolvendo desde o Seminário 3 - As Psicoses (Lacan, 1955-1956/1992) e no texto "De uma Questão Preliminar a Todo Tratamento Possível da Psicose" (Lacan, 1958/1998), quando foi assim nomeado.

    Nesse último texto, define a foraclusão como o mecanismo que estaria na origem da estrutura psicótica - estabelecendo, aí, uma clínica diferencial em relação à neurose, cujo mecanismo fundante é o recalque - e que consistiria na rejeição do significante do Nome-do-Pai para fora do registro do simbólico, sendo esse fracasso da metáfora paterna, essa falha na operação de castração, o que conferiria à psicose sua condição essencial. 

    A verwerfung original será tida por nós, portanto, como foraclusão do significante. No ponto em que, veremos de que maneira, é chamado o Nome-do-Pai, pode pois responder no Outro um puro e simples furo, o qual pela carência de efeito metafórico, provocará um furo correspondente na significação fálica. (Lacan, 1958/1998, p. 564) 

    Os significantes foracluídos, diferentemente do que ocorre no recalque, no qual são reintegrados ao inconsciente via simbólico, retornam de fora pela via do real, como é o caso dos fenômenos alucinatórios. 

    No Seminário 5, Lacan estabelece o significante do Nome-do-Pai como aquele que fundamenta a Lei, que representa o Outro do Outro. O Outro é entendido como tesouro significante e garantido pela Lei para exercer sua função. Trata-se, portanto, de um Outro completo e consistente. Dito de outra forma, a função do pai é central na questão do Édipo; o pai, aqui, não só é visto como pai simbólico, mas mais precisamente como metáfora, cuja função no complexo de Édipo é substituir o primeiro significante (o materno) introduzido na simbolização.

    É o que propõe, já no Seminário 3

    O complexo de Édipo quer dizer que a relação imaginária, conflituosa, incestuosa nela mesma, está destinada ao conflito e à ruína (…) é preciso aí uma lei, uma cadeia, uma ordem simbólica, uma intervenção da ordem da palavra, isto é, do pai. Não o pai natural, mas do que se chama o pai. A ordem que impede a colisão e o rebentar da situação no conjunto está fundada na existência desse nome do pai. (…) Essa Lei fundamental é simplesmente uma Lei de simbolização. É o que o Édipo quer dizer. (Lacan, 1955-1956/1992, pp. 100-114)

    Considerando-se a psicose como portadora de uma falha simbólica estrutural, a noção de suplência, nesse momento, pode ser entendida como algo que metaforiza a função paterna foracluída, como é o caso da metáfora delirante. Apesar de não se referir à escrita de Schreber, formalmente, como exercendo função de suplência, refere-se a sua língua fundamental como uma rede de natureza simbólica que impediria a dissolução total de seu imaginário.

  • Q viagem!!