SóProvas


ID
1091911
Banca
FUNCAB
Órgão
IF-RR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        A figura do ancião, desde o início dos relatos das primeiras civilizações, é muito controversa e discutida. No mundo ocidental, o senso comum das principais culturas muitas vezes discordava dos ensinamentos das filosofias clássicas sobre as contribuições da velhice para a sociedade. O estudo das reais condições trazidas pelo avanço da idade gerou diversas discussões éticas sobre as percepções biossociais dos processos de mudança do corpo. Médicos, biólogos, psicólogos e antropólogos ainda hoje não conseguem obter consenso sobre esse fenômeno em suas respectivas áreas.

     Muitas culturas ocidentais descrevem o estereótipo do jovem como corajoso, destemido, forte e indolente. Já a figura do idoso é retratada como um peso morto, um chato em decadência corporal e mental. Percepção preconceituosa que foi levada ao extremo no século XX pelos portugueses durante a ditadura de Antônio Salazar, notório por usar a perseguição aos idosos como bandeira política. Atletas e artistas cotidianamente debatem o avanço da idade com medo e desgosto, enquanto especial istas da saúde questionam se há deterioração ou mudança adaptativa do corpo humano.

     Nas culturas orientais, assim como na maioria das filosofias clássicas, a velhice é vista de um ângulo positivo, sendo fonte de sabedoria e meta para uma vida guiada pela prudência. O sábio ancião, que personifica a figura do homem calmo, austero, e que muitas vezes é capaz de prever certas situações e aconselhar, se destaca em relação ao jovem cheio de energia e de hormônios instáveis. Porém, apesar dos filósofos apreciarem o avanço da idade, nem todos eles tinham a mesma opinião sobre a velhice. O jovem Platão tinha como inspiração o velho filósofo Sócrates. Apesar de ser desfavorecido materialmente, Sócrates possuía muita experiência e uma sabedoria ímpar que marcou a história do pensamento. Em A República , Platão retrata uma discussão filosófica sobre a justiça ocorrida na casa do velho Céfalo, homem importante e respeitável em Atenas, que propiciava discussões filosóficas entre os mais velhos e os jovens que contemplavam os diálogos.Na sociedade ideal desse filósofo, os jovens muitas vezes eram retratados como inconsequentes e ingênuos, a exemplo de Polemarco, filho de Céfalo.
Nesta sociedade ideal, crianças e adolescentes não recebiam diretamente o ensino da Filosofia. Por ser um conhecimento nobre e difícil, [ela] era ensinada somente para pessoas de idade mais avançada.

     Dentre os filósofos clássicos, o maior crítico sobre a construção filosófica da ideia de “velhice” era o estoico Sêneca. Para ele, Platão, Aristóteles e Epicuro construíram uma concepção mitológica da figura do velho. Os idosos que ele conheceu em Roma muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos. Muitos deles, observou Sêneca, pareciam tranquilos, mas no fundo não eram. A aparente tranquilidade decorria de seu cansaço e desânimo por não conseguir mais lutar por aquilo que queriam. Não buscaram a ataraxia enquanto jovens, ou seja, a tranquilidade da alma e a ausência de perturbações frente aos desafios impostos pela vida.

     Se envelhecer é uma “droga”, como afirma o ator Arnold Schwarzenegger, ou se [a velhice] é a “melhor idade”, como dizem muitos aposentados, esses discursos não contribuem para uma resposta definitiva para o estudo científico.Afinal, o conceito de velhice não é um fenômeno puramente biológico, mas também fruto de uma construção social e psicoemocional.

MEUCCI, Arthur. Rev. Filosofia : março de 2013, p. 72-3.

Ao se reescrever a oração adjetiva destacada em“Os idosos QUE ELE CONHECEU EM ROMA muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos [...]” (§ 4) cometeu-se um erro de regência nominal em:

Alternativas
Comentários
  • Letra E " Os idosos que ele pediu colaboração em Roma".

    Correto " Os idosos de que ele pediu colaboração em Roma".

                                                  ele pediu colaboração dos idosos (de que) em Roma

    O PRONOME RELATIVO "QUE " EXERCE FUNÇÃO DE COMPLEMENTO NOMINAL E EXIGE A PREPOSIÇÃO "DE".

  • quem pede colaboração, pede á alguem não??

  • Quem colabora, colabora com alguma coisa. Sendo bem simples.

  • pediu colaboração a quem? - aos idosos

    Logo, exige a preposição a. Ficando assim:

    Os idosos a quem (que) ele pediu colaboração em Roma.

  • É só fazer pergunta ao verbo. Pediu colaboração a quem!? (Aos idosos).

    Deveria ter uma preposição (a) junto com Os

  • A oração correta seria:

    Os idosos para que ele pediu colaboração em Roma.

    Pois quem pede colaboração - pede para alguma coisa.

  • Esses erros são para deixar a questão mais embaraçada?? As questões dessa banca já são emblemáticas e ainda temos que separar palavras juntas, e ainda temos que considerar/desconsiderar itens que se repetem.. Vida de concurseiro não é fácil 

  • d) nos quais ele encontrou apoio em Roma
    d) nos quais ele encontrou apoio em Roma
    A questão acima foi copiada e colada pelo site, que nem sequer se deu ao trabalho de fazer uma revisão.

    d) nos quais ele encontrou apoio em Roma

    e) que ele pediu colaboração em Roma

    Como a questão está no PDF baixado da prova.


    Agora me digam: como acertar nesse caso em que a opção correta não foi colocada a nossa disposição???



  • O texto da alternativa e) é:

    e) que ele pediu colaboração em Roma

  • O pronome relativo "que" não admite preposição "a"

  • escolham um deles:colaboração com,em,para;com...em,em...para.

    http://www.uninove.br/PDFs/Serie%20Palavra%20Final/Regencia%20nominal%20e%20verbal.pdf


  • Quem PEDE, pede algo A alguém.

    Logo, a frase deveria ficar, como mencionado acima: 

    Aos idosos que ele pediu colaboração em Roma

    como era: 
    Os idosos QUE ELE CONHECEU EM ROMA 

  • Tenho um método para resolver essas questões que a funcab adora cobrar:

    a) Quem tem contato tem contato com alguém

    b) Quem mostra interesse mostra interesse por alguma coisa

    c) Quem tem conhecimento tem conhecimento de alguma coisa

    d) quem encontra apoio encontra apoio em alguma coisa

    e) quem pede colaboração pede colaboração de alguma coisa.


    Espero que ajude!

  • Agora lasco... cada um deu uma regência diferente... Algum prof de portugues para ajudar??

  • ...a quem ele pediu colaboração em Roma.   pedir algo (OD) a alguém (OI).

  • O verbo pedia a preposição a 

  • Banca sem criatividade. O CESPE, apesar de tudo, sabe formular questões.

  • Concordo com a colega Emanuela. 


    O certo é "a quem ele pediu colaboração em Roma", pois quem "pede", pede algo a alguém. 


    Ao contrário do que foi dito, o pronome relativo "que" admite a preposição "a". 


    Veja: "As pessoas a que recorri atenderam-me bem". 


    Com preposição dissílaba,  não se usa o pronome "que", deve-se substituir por "qual" e variações. 


    "Os assuntos sobre que falei são difíceis" (errado).


    "Os assuntos sobre os quais falei são difíceis" (certo). 


    Bons estudos. 


  • ele pediu colaboração a quem? "Os idosos a quem ele pediu colaboracao..."

  • Que questão pessimamente formulada!