Não, a sublimação não e utilizada como defesa para mediar o confronto entre os desejos do sujeito e os da organização. A sublimação surge do resultado de uma negociação bem sucedida entre os desejos inconscientes do sujeito e a realidade e não como uma defesa de tal confronto.
"...Em termos ideológicos, a sublimação no trabalho pode suscitar questionamentos a respeito do seu papel no processo de alienação. Por isso vale destacar que a sublimação não significa necessariamente resistência às mudanças, bem como pressupõe criatividade e participação do trabalhador, não constituindo um processo passivo e conformado diante das imposições das situações de trabalho, mas sim, um resultado de uma negociação bem sucedida entre desejos inconscientes do sujeito e a realidade..." (Professora Assistente do Depto de Psicologia da UFPE. Mestre em Psicologia Social e do Trabalho. UnB).
há casos em que o trabalho é favorável ao equilíbrio mental e a saúde corporal, uma boa adequação entre a organização do trabalho e a estrutura mental do indivíduo é possível, para tanto é necessário que algumas condições, ou pelo menos uma delas, seja realizada. Estas consistem em que as exigências (intelectuais, motoras, psicossensoriais) da tarefa estejam de acordo com as necessidades do trabalhador, onde o exercício da tarefa proporcione prazer; outro aspecto diz respeito ao conteúdo do trabalho enquanto fonte de satisfação sublimatória (situação, diga-se de passagem, muito rara e só encontrada em situações privilegiadas) onde o trabalhador pode modificar a organização do seu trabalho de acordo com seus desejos e necessidades, ou seja, sendo o trabalhador responsável pelo conteúdo, ritmo de trabalho, modo operatório. Vale ressaltar que, essas características aqui mencionadas não eximem que, em algum momento, o trabalho não venha a apresentar um conteúdo de sofrimento, mas o prazer do trabalho permite uma melhor defesa e estruturação física e psíquica, pelo menos a priori (Dejours, 1992).
a psicodinâmica identifica que o trabalho humano não ocupa um lugar marginal dentro da construção da identidade do sujeito, e que deve ser dada ênfase ao estudo da sublimação, ao invés de processos patológicos, porque a energia sublimada é essencial para a construção e a manutenção da economia psicossomática de cada um.
Em termos ideológicos, a sublimação no trabalho pode suscitar questionamentos a respeito do seu papel no processo de alienação. Por isso vale destacar que a sublimação não significa necessariamente resistência às mudanças, bem como pressupõe criatividade e participação do trabalhador, não constituindo um processo passivo e conformado diante das imposições das situações de trabalho, mas sim, um resultado de uma negociação bem sucedida entre desejos inconscientes do sujeito e a realidade.