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São dois tipos de sofrimento e não 3 como afirma a questão. Ambas possuem uma dimensão ética e deve ser aí que a questão tenta confundir o candidato, mas não que tal dimensão ética que alguns autores chegam a citar a gabarite a ser mais um tipo de sofrimento. Portanto, sofrimento ético não é considerado.
Para Dejours (2009) o sofrimento pode ser criativo ou patogênico. No criativo, o indivíduo mobiliza-se na transformação do seu sofrimento em algo benéfico para ele mesmo. Para isto, deve encontrar certa liberdade na organização do trabalho que ofereça margem de negociação entre as imposições organizacionais e o desejo do trabalhador.
O surgimento do sofrimento patogênico estaria relacionado à ausência de flexibilidade da organização do trabalho, a qual impede que o sujeito encontre vias de descarga pulsional nas suas atividades laborais, utilizando-se de estratégias defensivas para suportar o contexto de trabalho.
Espero ter ajudado. Bons estudos a todos.
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Vitor, acho que o erro da questão é quando diz que "sofrimento ético é o único vivenciado no contexto de precarização", uma vez que o sofrimento sofrido pela precarização do trabalho não se resume a apenas um tipo de sofrimento.
Além disso, como referencia o artigo "Sofrimento no trabalho na visão de Dejours" apresenta 4 tipos de sofrimento:
a) sofrimento singular (dimensão
diacrônica): é herdado da história psíquica de cada indivíduo;
b) sofrimento atual (dimensão sincrônica):
ocorre quando há o reencontro do sujeito com o trabalho;
c) sofrimento criativo: quando o sujeito
produz soluções favoráveis para sua vida, especialmente, para sua saúde;
d) sofrimento patogênico: é ao contrário do
sofrimento criativo, ou seja, quando o indivíduo produz soluções desfavoráveis
para sua vida e que estão relacionados à sua saúde
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Sofrimento ético é um conceito. Também é chamado de sofrimento ético-político.
O sofrimento ético tem a ver com a possibilidade do trabalhador não se conformar com as condições injustas e desumanas. É muito comum nos trabalhadores de saúde. É, por exemplo, a capacidade do trabalhador se manter inconformado com as mortes decorrentes da falta de assistência ou da precarização dos hospitais. Agora, claro, este conceito se aplica a qualquer contexto de trabalho.
Tem um artigo muito bom que ajuda a entender esse conceito: "O sofrimento ético-político e a reforma sanitária: algumas considerações sobre os trabalhadores em uma unidade de saúde da família" (Curvo e Silva, 2011).
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ERRADO. Para Dejours (2009) o sofrimento pode ser criativo ou patogênico. No criativo, o indivíduo
mobiliza-se na transformação do seu sofrimento em algo benéfico para ele mesmo. O surgimento do
sofrimento patogênico estaria relacionado à ausência de flexibilidade da organização do trabalho, a
qual impede que o sujeito encontre vias de descarga pulsional nas suas atividades laborais, utilizando-se
de estratégias defensivas para suportar o contexto de trabalho. (Fonte: Professora Marina Becalli).