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ID
1116295
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto III


Este caderno de Jorge de Lima bem que se poderia chamar "as impressões dum homem que esteve no cárcere". E são estes poemas mesmo um canto comovido à terra de que ele esteve segregado. E há neles qualquer coisa das surpresas e dos espantos que sofre um homem que tudo via em névoa, ao sair de uma operação de catarata. As cores como que vivem com outra intensidade.
Tudo isso nos versos de Jorge de Lima está contado com muita força e comoção. Da boa e legítima comoção que é a que vem da simplicidade, que é a que sai das fontes mais preciosas do coração. [...]
É vinda de dentro da terra, da vida sentimental do Nordeste, a maior parte dos poemas desse caderno. Quem os escreveu fez como um desterrado que a saudade conduziu ao retorno. E que voltasse com todos os sentidos atacados de fome. E se encontra o Nordeste por toda a parte em seus poemas. [...] É ainda no caráter puramente regionalista de sua poesia que se distingue o Sr. Jorge de Lima. Porque o seu regionalismo não é um limite à sua emoção e não tem por outra parte o caráter de partido político daquele que rapazes de S. Paulo oferecem ao país com as insistências de anúncios de remédio. O regionalismo do jovem poeta nordestino é a sua emoção mais que a sua ideologia. O Nordeste não vem em sua poesia como um tema ou uma imposição doutrinária, vem como a expressão lírica de um nordestino evocar a sua terra.



(Nota preliminar a Poemas escolhidos. REGO, José Lins do. in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, vol. I, p. 140-142)


Texto IV


Já uma vez me afoitei a sugerir esta ideia: a necessidade de reconhecer-se um movimento distintamente nordestino de renovação das letras, das artes, da cultura brasileira - movimento dos nossos dias que, tendo se confundido com a expansão do muito mais opulento "modernismo" paulista-carioca, teve, entretanto, condições próprias - "ecológicas", poderia dizer-se com algum pedantismo - de formação, aparecimento e vida.
Desse "movimento do Nordeste" pode-se acrescentar que foi uma espécie de parente pobre, capaz de dar ao rico valores já quase despercebidos de outras partes do Brasil e necessitados apenas dos novos estímulos vindos do Sul e do estrangeiro para se integrarem no conjunto de riqueza circulante e viva constituída por elementos genuinamente brasileiros, essenciais ao desenvolvimento da nossa cultura em expressão honesta do nosso ethos, da nossa história e da nossa paisagem e em instrumento de nossas aspirações e tendências sociais como povo tanto quanto possível autônomo e criador. [...]
Experiência brasileira não falta a Jorge de Lima: ele é bem do Nordeste. Não lhe falta o contato com a realidade afro-nordestina. E há poemas seus em que os nossos olhos, os nossos ouvidos, o nosso olfato, o nosso paladar se juntam para saborear gostos e cheiros de carne de mulata, de massapê, de resina, de muqueca, de maresia, de sargaço; para sentir cores e formas regionais que dão presença e vida, e não apenas encanto literário, às sugestões das palavras: que parecem lhes dar outras condições de vida além da tecnicamente literária. [...]
Jorge de Lima, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, [...] põe o estrangeiro que se aproxima da poesia brasileira em contato com uma das nossas maiores riquezas: a interpretação de culturas, entre nós tão livre, ao lado do cruzamento de raças. Dois processos através dos quais o Brasil vai-se adoçando numa das comunidades mais genuinamente democráticas e cristãs do nosso tempo.



(Nota preliminar a Poemas negros. FREYRE, Gilberto in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, v. I, p. 157 e 158)


O Nordeste não vem em sua poesia como um tema ou uma imposição doutrinária... (Texto III, 3º parágrafo)

Nos segmentos transcritos do Texto III, o verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em:

Alternativas
Comentários
  • Tempo: presente
    Modo : indicativo
    Letra D , portanto, é a correta.

  • 3ª pessoa do singular (ele) do presente do indicativo

    O nordeste ... vem (Ele vem) eu venho, tu vens, "ele vem"

    Alternativa D: a que sai (Ele sai) eu saio, tu sais, "ele sai"

  • maravilha de explicação...amei...

  • Professor.....obrigado pela explicação;

  • PROFESSOR NOTA 1000000... O MELHOR PROFESSOR DO QC!

    CORRETA: D

  • VEM = pres. indicativo 

    a) fez = pret. perf 
    b) esteve = pret. perf.. indic 
    c) via = pret. imp. indc 
    d) sai = PRES INDI 
    e) voltasse = pret. imp. subj

  • Eu só não entendi pq a letra A está errada, não poderia SER ELE FEZ?

  • Por que é que os professores do QC SEMPRE comentam as questões com mais acertos? Em compensação, as que têm número de erros maior que o de acertos estão abandonadas (como a questão anterior, QUE CARNIÇA DE RESPOSTA É AQUELA?).


    Enfim. Fica o desabafo.


    Ajudem aí, galera, vamos pedir comentários em TODAS as questões de português, principalmente as de interpretação de textos!

  • Gostei do comentário do professor, muito bom.

  • Em "O Nordeste não vem...", o verbo vir tem o significado de aparece. Portanto, poderíamos escrever: " O nordeste não aparece em sua poesia como um tema ou uma imposição doutrinária..." Fica fácil de perceber que "aparece" está conjugado na 3a pessoa do modo indicativo.

  • Excelente explicacao gostei muito .

  • Vamos estudar galera !!!!!

  • GABARITO D

     

    Comentário:   O    v e  r b o    “ v e m ”   e n c o n t r a -se  no  presente  do  indicativo  (eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes, eles vêm). Este é um verbo irregular.  


      O  mesmo tempo verbal ocorre na alternativa (D): eu saio, tu sais, ele sai, nós saímos, vós saís, eles saem

     

       N a s   a l t e r n a t i v a s   ( A )   e   ( B ) ,   o s   v e r b o s   “ fez ”   e   “ esteve ”   e n c o n t r a m -se no pretérito perfeito do indicativo,  


       N a   a l t e r n a t i v a   ( C ) ,   o   v e r b o   “ via ”   e n c o n t r a -se no pretérito imperfeito do indicativo,

     
       N  a   a l t e  r n a  t  i v a    ( E ) ,   o   v e r b o   “ voltasse ”    e n c o n t r a -se  no  pretérito imperfeito do subjuntivo,
     

  • PRESENTE DO INDICATIVO.

    DICA PARA AJUDAR A GRAVAR:

    - ELE VEM, MAS AINDA NÃO VEIO!

    -ELE SAI, MAS AINDA NÃO SAIU!

  • Resposta: D

    1ª Passo: Separar o verbo (do enunciado) e conjugar.

    2ª Passo: Conjugar todos os verbos das alternativas e encontrar o correspondente.

    Vem -> Presente do Indicativo

    a) Fez -> pretérito perfeito do indicativo

    b) Esteve -> pretérito perfeito do indicativo

    c) Via -> pretérito imperfeito do indicativo

    d) Sai -> Presente do Indicativo

    e) Voltasse -> pretérito imperfeito do subjuntivo