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[...] a profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à "evolução da ajuda", à "racionalização da filantropia", nem à "organização da caridade"; vincula-se à dinâmica da ordem monopólica [...]. Na emergência profissional do Serviço Social, não é este que se constitui para criar um dado espaço na rede sócio-ocupacional, mas é a existência deste espaço que leva à constituição profissional. [...] não é a continuidade evolutiva das protoformas ao Serviço Social que esclarece a sua profissionalização, e sim a ruptura com elas. (Netto, 2007, p. 69-70)
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É a partir dos efeitos do desenvolvimento do capitalismo monopolista que se exige a atuação do assistente social. É pelo desenvolvimento daquele que surge o espaço socio-ocupacional para os AS.
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Como afirma Netto (2009), é somente na ordem societária comandada pelo monopólio que se gestam as condições histórico-sociais para que, na divisão social ( e técnica) do trabalho, constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como as do assistente social. A profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à “evolução da ajuda”, à “racionalização da filantropia” nem à “organização da caridade”; vincula-se à dinâmica da ordem monopólica (p.73).
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O Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, constituindo-se uma especialização do trabalho coletivo. Possui como objeto de intervenção as expressões da questão social, conforme Iamamoto e Carvalho( IAMAMOTO, M. V., CARVALHO. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41 edição. São Paulo: Cortez, 2014). A partir do exposto, iremos comentar cada alternativa:
a) Esta alternativa está incorreta. O Serviço Social surge enquanto demanda das classes dominantes e da Igreja Católica para intervir nas expressões da questão social, durante o capitalismo monopolista. O processo de urbanização e industrialização traziam à tona a divisão da sociedade em classes e a disparidade entres aqueles que detinham os meios de produção e os trabalhadores, conforme José Paulo Netto (Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez, 2006).
b) Esta alternativa está correta. O Serviço Social tem sua gênese na ordem monopólica e no desenvolvimento dos processos de urbanização e industrialização e aprofundamento das expressões da questão social. Assim, fazia-se necessário para o desenvolvimento da ordem que se instituía um profissional capaz de intervir nas expressões da questão social. Deste modo, inicialmente enquanto mero "executor" de políticas sociais, através das mesmas, intervinha-se na questão social. A política social é considerada, então, espaço ocupacional e lócus privilegiado, legitimado e institucionalizado de atuação do assistente social, conforme Netto (NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez, 2006).
c) Esta alternativa está incorreta. Netto (NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez, 2006), aponta que houve um rompimento com as práticas iniciais da profissão, uma mudança de paradigma. Portanto, não há continuidade ou evolução, e sim negação das antigas práticas conservadoras.
d) Esta alternativa está incorreta. A profissão adquire maturidade teórica em meados dos anos de 1980, rompendo com o conservadorismo e pautando-se, a partir de então, com a construção de um Projeto ético-político, no pensamento social crítico. Portanto, não há organização e racionalização da filantropia, e sim rompimento com essas práticas benemerentes, moralistas e pontuais.
e) Esta alternativa está incorreta. Não há um espaço exclusivo de atuação para o Serviço Social na atualidade. A profissão possui como objeto de intervenção as expressões da questão social, as quais aparecem nos mais distintos espaços. Ademais, o que existe é a definição pela Lei que regulamente a profissão (Lei n. 8.662/1993) das atribuições e competências profissionais do assistente social. Deve ser ressaltado que o Serviço Social é definido enquanto uma especialização do trabalho coletivo pois possui um objeto de intervenção e, portanto, isso justifica sua existência na sociabilidade capitalista.
RESPOSTA: B