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ID
1154515
Banca
FGV
Órgão
MPE-MS
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I  

                          
Consumo impróprio?

            Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil.
            A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
            Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.
            Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na arraia- miúda.
            O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro, um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação obrigatória para desintoxicação.
            Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime - e certamente o grande risco é tratar o viciado como traficante - o que pode acabar por levá-lo mesmo para o tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de transformar usuários em bandidos.
            E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio.
            Se vingar, vai criar um trabalhão para a polícia: como garantir que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo impróprio?

                                                                                     (Luiz Garcia, O Globo, 28/12/2012)


Assinale a alternativa em que as duas ocorrências do vocábulo sublinhado não possuem o mesmo sentido.

Alternativas
Comentários
  • Não entendi a diferença da a. 

  • Acho que na A o primeiro para indica destino, no segundo finalidade

  • Eu penso que o primeiro " para" da letra A é preposição; e o segundo é advérbio

  • Fui por eliminação, mas gostaria de saber a função semântica de cada "para" na letra a.

    Obrigada! 

  • Na primeira ocorrência, o termo “para” é uma preposição, exprimindo ideia de finalidade. Já na segunda ocorrência, o conectivo expressa noção de “benefício”

  • Na letra A, o primeiro para é objeto direto, quem cria, cria algo/alguma coisa para alguém. O segundo para exprime finalidade.

  • Comentário: Questão sobre semântica. Segundo o contexto, identificamos que a letra (A) é nossa resposta. Na primeira ocorrência, o termo “para” é uma preposição, exprimindo ideia de finalidade. Já na segunda ocorrência, o conectivo expressa noção de “benefício”.
    Nas demais opções, temos os seguintes sentidos:
    (B) assunto
    (C) intensidade
    (D) condição
    (E) intermédio

    https://www.pontodosconcursos.com.br/Aluno/Aluno/.../16771?aulaid..

  • Sobre alternativa A, o primeiro para indica a quem se destina, o segundo indica finalidade.

  • biiiiiirl , pulei da cadeira , acerteeeei

    destino x finalidade