SóProvas


ID
1203727
Banca
FCC
Órgão
TCE-CE
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A velhice na sociedade industrial

A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. 


Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá- los com cuidados “para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “administrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesitará em usar a força. Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? 

Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego, os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o conselho.

(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade)

Transpondo-se para a voz ativa a construção aproveita-se dele o braço servil, a forma verbal resultante deverá ser:

Alternativas
Comentários
  • aproveita-se dele o braço servil é o mesmo que O BRAÇO SERVIL APROVEITA-SE DELE.

    tem uma macete que diz que a voz ativa e a passiva sintética possuem o mesmo numero de verbos na passagem de voz. a regra diz que o sujeito vira agente da passiva e o complemento vira sujeito. 

    como não é possível sujeito preposicionado ficou claro que o termo "braço servil" seria sujeito e "dele" complemento. Assim ficaria ele aproveita o braço servil (verbo concordando com seu sujeito).

    olhando as alternativas vi que só tem a forma APROVEITAM, ai decidi voltar no texto e no texto a frase encontra-se da seguinte forma Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o conselho. 

    só voltando no texto consegui ver o porque da flexão do verbo ao plural.

    achei confuso ter uma flexão no texto e outra no trecho base para responde-la, estando na prova real eu ficaria um tempão tentando entender os porquês da questão.

  • Para fazer a transposição da VOZ PASSIVA SINTÉTICA para a VOZ ATIVA:
    1) Retirar a particula apassivadora;
    2) Verificar se o verbo está flexionado na 3ª P. PL. Sem Referência.


    "Aproveita-se dele o braço servil"
    Aproveita: VTD
    -se: PA
    o braço servil: SUJEITO PACIENTE 

    Agente da Passiva está indeterminado, logo, o sujeito também deverá estar quando for feita a transposição. 


    "Aproveitam dele o braço servil"
    Aproveitam: VDT
    o braço servil: OD

    SUJEITO INDETERMINADO.


    Se não flexionar o verbo, o sujeito ficará oculto, assim:
    (ELE) "Aproveita dele o braço servil"  


  • Na voz passiva sintética, o verbo aproveitar está sendo conjugado no presente do indicativo. Isso quer dizer que a transposição para a voz ativa faz com que o verbo aproveitar fique no presente do indicativo. Poderia ser conjugado tanto na terceira pessoa do singular quanto no plural, mas desde que fosse no presente do indicativo. A única alternativa que respeitou a regra gramatical foi a D. Na questão C, o erro está no modo em que o verbo foi conjugado. Notem que ele está conjugado no Presente do Subjuntivo, o que torna a questão errada.