SóProvas


ID
1239838
Banca
FGV
Órgão
AL-MT
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               Degenerados 
   Descobriram num apartamento da cidade de Augsburg, perto
de Munique, Alemanha, mais de 1400 quadros desaparecidos
durante a Segunda Guerra Mundial. Os quadros incluem pinturas
e desenhos de expressionistas alemães como Georg Grosz e Max
Beckmann mas também de artistas como Matisse, Chagal, Renoir,
Toulouse-Lautrec, Picasso e outros mestres europeus.
A descoberta, segundo o "New York Times", foi há algum tempo,
mas as autoridades alemãs só a noticiaram agora porque temiam
que a revelação aumentasse a grossa confusão sobre a
propriedade das obras encontradas.
   Elas são, obviamente, produto da pilhagem de museus e
coleções privadas dos territórios invadidos pelos nazistas na
guerra. Mas estavam no apartamento de um descendente de
Hildebrand Gurlitt, que, apesar de ser judeu, foi o escolhido por
Goebbels para avaliar e ajudar a vender os quadros e era,
legalmente, o dono do tesouro.
   As obras incluem o que Hitler chamava de arte "degenerada"
- os expressionistas alemães, principalmente - que pela sua
vontade deveria ser destruída, e as de grande valor comercial,
cuja venda reforçaria os cofres do Terceiro Reich. Mas na
promiscuidade do achado não se distingue umas das outras, e
não deixa de haver uma triste ironia no fato de os mestres do
impressionismo francês, por exemplo, estarem de novo na
companhia de "degenerados", como no famoso Salão dos
Rejeitados em Paris, que reuniu os enjeitados pelos acadêmicos
da época, e de onde saiu a grande arte do século XIX.
   Ainda existem milhares de obras de arte desaparecidas na
guerra, das quais não se tem notícia. Mas aos poucos elas
reaparecem. Arte é difícil de matar. Inclusive a "degenerada". Há
pouco estive num museu em Munique em que havia uma
exposição dos expressionistas alemães. Todos mortos, e todos
vivíssimos.
     (VERÍSSIMO, Luiz Fernando. O Globo, 10/11/2013) 


Assinale a alternativa que apresenta o segmento do texto no qual a conjunção "e" aparece com valor adversativo, diferente dos demais empregos.

Alternativas
Comentários
  • A vírgula antes do "e" pode se aplicar nos seguintes casos:


    Sujeitos diferentes                                         -> João foi ao parque, e maria, ao cinema.

    Polissíndeto                                                   -> Ela fala, e canta, e dança, e ri...

    Adversidade// Oposição ( nossa questão) -> "Todos mortos, e (mas) todos vivíssimos."


    Bons Estudos!

  • Fiquei na dúvida entre a D e a C, marquei D, pois achei que na letra C o "e" tinha valor concessivo; todos mortos embora todos vivos..

  • O "e" com valor de adversidade pede vírgula obrigatória.

  • "e" da letra D tem valor concessivo.

  • Gabarito C

    "e" com valor adversativo***

    C) “Todos mortos, e todos vivíssimos.”

    A) “Os quadros incluem pinturas e desenhos expressionistas alemães...” (adição)

    B) “...Toulouse-Lautrec, Picasso e outros mestres europeus.” (adição)

    C) “Todos mortos, e todos vivíssimos.” (oposição)

    D) “Mas na promiscuidade do achado não se distingue umas das outras, e não deixa

    de haver uma triste ironia...”(adição)

    E) “Elas são, obviamente, produto da pilhagem de museus e coleções privadas...”(adição)