SóProvas


ID
1264534
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
COPASA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1

                               Fazer o que se gosta

      A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando "fazer o que se gosta", um conselho confuso e equivocado.
      Empresas pagam profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que, normalmente, é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia.
      Seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito. Mas, aí, quem tiraria o lixo, algo necessário, mas que ninguém quer fazer?
      Muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor, porque é o que gostariam de fazer. Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social. "Quero ajudar os outros, não quero participar desse capitalismo selvagem." Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem para conversar em uma semana.
      É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça.
      As coisas que realmente gosto de fazer, como jogar tênis, velejar e organizar o Prêmio Bem Eficiente, eu faço de graça. O "ócio criativo", o sonho brasileiro de receber um salário para "fazer o que se gosta", somente é alcançado por alguns professores felizardos de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral.
      O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem "fazer o que gostam"? Pediatras e obstetras atendem às 2 da manhã. Médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem de ser feito.
      Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que tem de ser feito do que os egoístas que só querem "fazer o que gostam".
      Então teremos de trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída para esse dilema é aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do que se pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.
      Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida. Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito. Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fazem o mínimo necessário.
      Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão que realize seu trabalho com distinção e o colocarão à frente dos demais. Muitos profissionais odeiam o que fazem porque não se prepararam adequadamente, não
estudaram o suficiente, não sabem fazer aquilo que gostam, e aí odeiam o que fazem mal feito.
      Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas. Sou até criticado por isso, porque demoro demais, vivo brigando com quem é incompetente, reescrevo estes artigos umas quarenta vezes para o desespero de meus editores, sou superexigente comigo e com os outros.
      Hoje, percebo que foi esse perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer.
      Se você não gosta de seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área, destaque-se pela precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado, e outras portas se abrirão. Começará a ser criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.
      Faça seu trabalho mal feito e você odiará o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus colegas, seu país e a si mesmo.

                              KANITZ, Stephen. Disponível em < http://veja.abril.com.br/241104/ponto_de_vista.htm>. Acesso em: 9 maio 2014. (fragmento adaptado)


Considerando o emprego da crase, de acordo com a norma padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Não haverá crase antes de artigos indefinidos.

    Gabarito: Letra B

  • GABARITO: B

    a) CORRETA. Neste caso, "à frente" é locução adverbial com núcleo feminino. Crase obrigatória.

    b) ERRADA. Não se utiliza artigo antes de artigo indefinido UMA. Sem artigo, sem contração com preposição, sem crase.

    c) CORRETA. Quem sobrevive, sobrevive "a" algo. "me permitiu sobreviver a (preposição) + a (artigo) chatice da vida" . Crase.

    d) CORRETA. De fato, pois não há crase antes de verbo no infinitivo.

  • É para marcar a incorreta? Então, aparece aqui p mim sem a crase. Então está correta. 

  • Lucas, está correta a frase, mas a justificativa dela não, pois esta crase não é opcional, é proibida.

  • Verdade...Valew André....sucesso!!

  • ALTERNATIVA B

    UMA É ARTIGO INDEFINIDO.

  • Não é opcional, simplesmente não existe crase no termo.

  • A banca deveria ter colocado a crase antes de "uma" na alternativa "b" para que pudéssemos julgá-la como falsa. A questão foi muito mal elaborada. 

  • Gabarito: letra b.

    Uma pequena correção no comentário do colega Rodrigo,  à frente de é uma locução prepositiva com valor semântico de lugar. Abaixo um trecho retirado do livro A Gramática para Concursos Públicos, de Fernando Pestana:

    "Vejamos as locuções prepositivas e seus valores semânticos
    Lugar: perto de, acima de, longe de, fora de, além de, dentro de, abaixo de, atrás de, por
    trás de, por detrás de, através de, debaixo de, embaixo de, em cima de, defronte de, em frente
    de/a, à frente de (grifo meu) (...)".

  • Segundo a professora Flávia Rita, antes de artigos indefinidos (um, uns, uma, umas...) a crase é proibida! E para proibições não há exceções.

  • Como é errada se não colocou a crase na frase.

  • Mal formulada a questão.

  • É um absurdo uma questão tão mal formulada dessa, agora além de tudo, o concurseiro tem de adinhar qual questão o examinador pensou em fazer como a incorreta. Realmente antes de artigo indefinidos nao se use crase, mas como não está craseado, conclui-se que a frase está certa.

  • Acredito que o comando para verificar se a crase está correta vem logo em seguida de cada frase. Na letra B afirma que antes do artigo indefinido UMA o uso da crase é opcional, o que não é verdadeiro. Não se usa crase antes de UMA.

  • GABARITO B

     

    Vamos aprender os casos facultativos da CRASE que ficará mais fácil de resolver as questões:

     

     

    - Diante de nomes próprios femininos:

    Entreguei o cartão Paula.
    Entreguei o cartão à Paula.

     

    - Diante de pronome possessivo feminino (no singular):

    Cedi o lugar minha avó.
    Cedi o lugar à minha avó.

     

    - Depois da preposição até:

    Fui até a praia.
    Fui até à praia.

     

     

    bons estudos

  • Ô povinho, é a JUSTIFICATIVA da B que está errada!

  • a letra "à" é a contração da preposição "a" com o artigo "a". Na resposta B já existe o artigo "uma" após a preposição "a". Portanto, não é possível fazer a contração nesse caso. a crase não é opcional, ela é impossível nesse caso.

    Resposta: B

  • GABARITO: LETRA B

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoal

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita