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ID
1283362
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Antônio Vieira é, desde o século XVII, um modelo de nosso idioma, a ponto de Fernando Pessoa, na Mensagem, chamá-lo de “Imperador da língua portuguesa”. Em uma de suas principais obras, o Sermão da Sexagésima, ensina como deve ser o estilo de um texto:
      “Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas, e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem, e tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem. O rústico acha documentos nas estrelas para sua lavoura, e o mareante para sua navegação, e o matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever, entendem as estrelas, e o matemático que tem lido quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há.”
      Vieira mostra com as estrelas o que sejam a distinção e a clareza. Não são discordantes, como muitos de nós pensamos: uma e outra concorrem para o mesmo fim. Nada mais adequado que, ao tratar de tais virtudes do discurso, fizesse uso de comparação. Este procedimento Quintiliano, no século II d.C., já considerava dos mais aptos para conferir clareza, uma vez que estabelece similaridades entre algo já sabido pelo leitor e aquilo que se lhe quer elucidar. Aqui, compara o bom discurso ao céu, que é de todos conhecido.
(Tales Ben Daud, inédito)

... chamá-lo de “Imperador da língua portuguesa” (1º parágrafo)
... tão claro que o entendam os que não sabem... (2º parágrafo)
... tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem (2º parágrafo)

Nos segmentos acima, os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente, a:

Alternativas
Comentários
  •  chamá-lo de “Imperador da língua portuguesa” (1º parágrafo) Antônio Vieira - 
    ... tão claro que o entendam os que não sabem... (2º parágrafo) estilo - 
    ... tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem (2º parágrafo) muito

    Nos segmentos acima, os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente, a:

  • Poxa, questão boba, errei por preciosismo.


    letra A

  • Questão assim não cai no meu concurso srsr


  • juro que nao entendo esses questões, como pode a frase ficar, muito muito?

  • Nossa. Texto ridículo parece que quem escreveu isso não estava em um momento bom.  Mas de qualquer forma resposta letra A.

  • Alguém poderia ajudar na análise da terceira frase?

    "... tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem (2º parágrafo) "

    Não entendi o porquê desse "que" referir-se a "muito"

  • Tenho o mesmo questionamento do bakanodesu. Alguém poderia nos ajudar? Obrigada!

  • Acredito que o "muito" na oração é um pronome indefinido, no sentido de "ter muita coisa" para entender, deste modo o pronome relativo "que" retoma este muito.

    - ."..e tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem" -> Os que sabem tem que nele entender. "Que entender" o quê? MUITO (muita coisa). 

    Assim, o QUE retoma o pronome indefinido "muito", embora este tenha na frase aparência de advérbio de intensidade por estar sozinho.

  • Gabarito letra A

    AntônioVieira - estilo - muito