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ID
128362
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Filmes sobre tribunais

Não são poucos os filmes, ou mesmo séries de TV, em
que a personagem principal é uma instituição: um julgamento no
tribunal, com júri popular. É verdade que em muitos desses
filmes há as preliminares das peripécias violentas, da ação
policial, da detenção e do interrogatório de suspeitos, mas o
clímax fica reservado para os ritos de acusação e defesa, tudo
culminando no anúncio da sentença. Que tipo de atração
exercem sobre nós essas tramas dramáticas?

Talvez jamais saibamos qual foi a primeira vez que um
grupo de pessoas reuniu-se para deliberar sobre a punição de
alguém que contrariou alguma norma de convívio; não terá sido
muito depois do tempo das cavernas. O fato mesmo de as
pessoas envolvidas deliberarem em forma ritual deve-se à
crença na apuração de uma verdade e à adoção de paradigmas
de justiça, para absolver ou condenar alguém. A busca e a
consolidação da indiscutibilidade dos fatos, bem como a
consequente aplicação da justiça, não são questões de
somenos: implicam a aceitação de leis claramente
estabelecidas, o rigor no cumprimento dos trâmites processuais,
o equilíbrio na decisão. Ao fim e ao cabo, trata-se de
estabelecer a culpa ou inocência ? valores com os quais nos
debatemos com frequência, quando interrogamos a moralidade
dos nossos atos.

É possível que esteja aí a razão do nosso interesse por
esses filmes ou séries: a arguição do valor e do nível de
gravidade de um ato, sobretudo quando este representa uma
afronta social, repercute em nossa intimidade. Assistindo a um
desses filmes, somos o réu, o promotor, o advogado de defesa,
o juiz, os jurados; dramatizamos, dentro de nós, todos esses
papéis, cabendo-nos encontrar em um deles o ponto de identificação.
Normalmente, o diretor e o roteirista do filme já
decidiram tudo, e buscam deixar bem fixado seu próprio ponto
de vista. O que não impede, é claro, que possamos acionar, por
nossa vez, um julgamento crítico, tanto para estabelecer um
juízo pessoal sobre o caso representado em forma de ficção
como para julgar a qualidade mesma do filme. Destas últimas
instâncias de julgamento não podemos abrir mão.
(Evaristo Munhoz, inédito)

Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

Alternativas
Comentários
    • a) São filmes de que não cansamos de nos admirar, porquanto com um vago sentimento de vergonha.
    Quem admira, admira ALGO - VTD - dispensa preposição. Porquanto é uma conjunção causal ou uma conjunção explicativa; tente substituí-la no contexto por: pois/porque, se não fizer sentido, está sendo usada incorretamente.
    • b) Conquanto gostemos desses filmes, há neles cenas em cujas das quais tiramos um íntimo proveito.
    • c) Não obstante finjamos desprezá-los, há nesses filmes matéria sobre a qual é interessante refletir. CORRETO
    Não obstante é conjunção coordenativa adversativa - liga orações coordenadas entre si, estabelecendo uma ideia de oposição.
    Quem reflete, reflete SOBRE algo - VTD.
    • d) Se é de nosso propósito tirar o melhor proveito desses filmes, não abdiquemos em   de aproveitá-los como uma oportunidade para reflexão.
    • e) Haja vistoa o alto índice de audiência que obtêm esses filmes, deve-se concluir de que há neles questões que a todos provocam.
    Não existe haja vistO.
  •  c)Não obstante finjamos desprezá-los, há nesses filmes matéria sobre a qual é interessante refletir.

    Não obstante ==  por mais que, não importando quanto <-> locução conjuntiva concessiva

     

  • C)correta -  Não obstante finjamos desprezá-los, há nesses filmes matéria SOBRE "O QUAL" é interessante refletir:  Vejam, para usar esse pronome relativo  - QUAL - o termo deve vir acompanhado de um artigo (até aí, fácil)....E DEVE ser usado DEPOIS de preposições com 2 sílabas ou mais e de locuções prepositivas ..

    Creia, Creia, Creia...VOCÊ pode conseguir!...Bons estudos.