SóProvas


ID
1286515
Banca
FGV
Órgão
AL-BA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                    Valores democráticos 

      Deu  no  Datafolha:  para  62%  dos  brasileiros,  a  democracia “é sempre melhor que qualquer outra  forma de governo". Folgo em  saber  que  a  imagem  da  democracia  vai bem, mas a frase  é verdadeira? 
      Eu não  faria uma  afirmação  tão  forte. Como Churchill,  acho melhor  limitar  a  comparação  ao  universo  do  conhecido."Ninguém  pretende que a democracia  seja  perfeita  ou  sem defeito.Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo  todas  as demais que têm sido experimentadas de  tempos em tempos", proclamou o estadista britânico.  
     Com efeito, não há necessidade de transformar a democracia num  valor  religioso. Ela  deve  ser  defendida  por  suas  virtudes práticas. Para descobri-las, precisamos listar seus defeitos.  
     Já  desde Platão sabemos que ela é sensível à ação dos demagogos. E, quanto  mais  avançamos  no  conhecimento do cérebro e da psicologia humana, descobrimos novas e mais sutis maneiras  de  influenciar os eleitores, que  usam  muito mais a emoção do que a razão na hora de fazer suas escolhas. É verdade que, com a prática, os cidadãos aprendem a defender-se, mas, demodo geral, são os marqueteiros que têm a vantagem.  
     Outro ponto sensível e delicado é o levantado pelo economista Bryan Caplan. A democracia até tende a limitar o radicalismo nas situações em que os eleitores se dividem bastante sobre um tema, mas ela se revela impotente no assuntos em que vieses cognitivos estão em operação, como é o caso  da  fixação  de  políticos  e eleitores  por criar empregos, mesmo que eles reduzam a eficiência econômica.  
     Se a democracia se presta a manipulações e não evita que a maioria tome decisões erradas, por que ela é boa? Bem, além de promover a moderação em parte das  controvérsias, ela oferece um  caminho  para  grupos  antagônicos  disputarem  o  poder  de forma  institucionalizada  e  pouco  violenta. É  menos do que sonhavam os  iluministas, mas dado o histórico de nossa espécie, isso não é pouco. 

                     (Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 01/04/2014)

“E, quanto mais avançamos no conhecimento do cérebro e da psicologia humana, descobrimos novas e mais sutis maneiras de influenciar os eleitores, que usam muito mais a emoção do que a razão na hora de fazer suas escolhas”.

Esse segmento do texto tem um problema de redação, que é

Alternativas
Comentários
  • Alter. E àqueles com limite diário.

  • Não consegui enxergar a ambiguidade, alguém saberia explicar?

    Grata!

  • Também não consegui enxergar a ambiguidade.

  • Questão um tanto quanto confusa.
    Não tenho absoluta certeza, entretanto vou dar meu pitaco!Creio que a possibilidade de ambiguidade em “que usam...razão” se dá por ser uma Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.Se estivesse sem a vírgula antes do "que", seria uma O.S.A.Restritiva ,e mudaria totalmente o sentido.
    Alguém concorda?

  • A ambiguidade está em saber: quem usa mais a emoção? as 'mais sutis maneiras de influenciar' ou os 'leitores'?

  • E,  quanto  mais  avançamos  no  conhecimento  do  cérebro  e  da  psicologia humana, descobrimos novas e mais  sutis maneiras de  influenciar os eleitores, que usam muito mais a emoção do que a  razão na hora de fazer suas escolhas”. 

    RESPOSTA E. QUEM USA MAIS A RAZÃO     conhecimento  do  cérebro  e  da  psicologia humana  OU os eleitores

  • nossa, não consegui gente...se alguém puder ajudar por favor =/

  • Concordo com o comentário de "Jackie // Scott", de modo que parece que o autor queria falar que somente o grupo de leitores que usam mais a emoçao do que a razão que são influenciados, sendo que ao usar a vírgula, acabou gerando uma ambiguidadade ao não mais restringir a um grupo de eleitores, e explicar que todos os leitores agem dessa mesma forma.

    Ou seja, caso não tivesse usado a vírgula, não haveria possibilidade de ambiguidade por ser uma adjetiva restritiva,indo ao encontro da intenção do autor.


  • FGV tem hora que viaja viuuuuuuuuuuuuuu.  

  • Acertei por eliminação, mas é notável que a banca extrapolou de vez. O elaborador claramente colocou sua opinião na alternativa correta. Pois, ao contrário de quem elaborou a questão, o autor do texto acredita que todos eleitores agem pela emoção - ele realmente generalizou.
  • a) o emprego da primeira pessoa do plural das formas verbais.
    As formas verbais estarem na primeira pessoa não é um erro de redação.

    b) o erro de concordância nominal no emprego do adjetivo “humana”.
    Não há erro de concordância do adjetivo “humana”. Acontece que, quando
    temos um adjetivo posposto a mais de um substantivo, temos a opção de
    concordar o adjetivo com o substantivo mais próximo (o que aconteceu com
    “humana”) ou com todos os substantivos.

    c) a colocação errada dos termos em “mais sutis maneiras”.
    Não há problema na colocação dos termos. Os adjetivos “sutis” e “novas”
    foram empregados antes do substantivo “maneiras”, sem alteração do sentido
    do texto, equivalendo a “maneiras novas e mais sutis”.

    d) o erro de regência em “influenciar os eleitores”.
    Não há erro de regência. O verbo “influenciar” é transitivo direto e não
    rege uso de preposição.

    e) a possibilidade de ambiguidade em “que usam...razão”.
    Realmente há uma ambiguidade, ou seja, possibilidade de dupla
    interpretação em “que usam muito mais a emoção do que a razão”. Trata-se
    de uma oração explicativa pela inserção de uma vírgula antes dela. Isso
    significa que todos os eleitores usam muito mais a emoção do que a razão.
    Sem a vírgula, teríamos uma oração restritiva, ou seja, as novas maneiras
    descobertas influenciariam apenas os eleitores que usam mais a emoção do
    que a razão, o que faria muito mais sentido de acordo com o contexto.
    GABARITO: E

  • Mais uma forçação TOTAL de barra, pois com a vírgula não há qualquer dúvida do contexto....justamente POR ISSO há a vírgula...ambiguidade está nos critérios dessa bancarrota banca....

  • O que está banca faz deveria ser considerado crime. 

  • Quem está com dúvidas olha o comentário do professor. Achei ótimo!

  • Show de bola, temos que reler o texto todo para compreender o caso de ambiguidade, se ficarmos restrito a frase, não encontraremos.

  • Essa me pegou. Achei que quem influenciava, influenciava A alguém.