SóProvas


ID
1344352
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Vassouras - RJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


    Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por essa razão que o SupremoTribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido condenado pelo Senado à perda do cargo mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil uma desconfiança tão grande em relação aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.
    Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a lei. Encontram- se atenuantes . Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca paramuitos praticantes de atos ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.
    O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria dirigido gracinhas a sua companheira. Um residenciável guia sem habilitação. São atos que revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governamnosso imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as coisas.
    Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade, sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, tambémhá os impunes de que se tempena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum. Segundo, não é só mpunidade. Nossa característica não é a mera mpunidade. É uma impunidade que se segue à ndignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações, apressadas, levam a opinião pública a condenar nocentes. Mas tais casos parecem constituir uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que torna inviável o astigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.
    Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares oumilhões de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados mudem o mundo ou, pelomenos, omundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém, mudar a atitude. Amera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo. Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruimque temos também acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em 2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas,George Bush. Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.Mas, por issomesmo, é preciso enxergar as coisas bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.

(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia : nº 71, junho 2012, p. 8.)


Há evidente equívoco na caracterização da relação semântica entre as palavras em destaque na seguinte alternativa:

Alternativas
Comentários
  • GAB. (C): RAZÃO = MOTIVO: Caso de SINONIMIA e não (polissemia).

  • RAZÃO E MOTIVO não seriam sinonimos, pois ambas têm ideias iguas e escritas diferentes, assim como os SINÔNIMOS devem ser?....

    Uma definição de polissemia e homonímia pra FICAR MAIS CLARO...

     

    Polissemia

    Palavras polissêmicas são palavras que apresentam mais do que um significado. Assim, a polissemia indica a multiplicidade de significados que uma palavra pode apresentar, mediante o contexto no qual se encontra inserida. A polissemia faz parte da semântica e ocorre na maior parte dos vocábulos.

    Exemplos de palavras polissêmicas:

    Letra (símbolo de escrita e documento substituto de dinheiro, com origem comum na palavra em latim littera);

    Dama (senhora da nobreza e peça de jogos, com origem comum na palavra em francês dame);

    Cabeça (parte do corpo humano e líder do grupo, com origem comum na palavra em latim capitia);

    Banco (assento sem encosto e local de operações financeiras, com origem comum na palavra no germânico banki);

    Gato (animal mamífero e pessoa atraente, com origem comum na palavra em latim cattus).

     

     

    Polissemia e homonímia

    Facilmente confundíveis, a polissemia se distingue da homonímia por indicar uma só palavra com diversos significados, enquanto na homonímia, duas palavras diferentes, com origens e significados diferentes, apresentam a mesma ortografia e pronúncia.

    Exemplos de homonímia:

    Manga (fruto da mangueira com origem na palavra malaiala manga; parte da roupa com origem na palavra latina manica);

    Grama (relva com origem na palavra em latim gramen; unidade de massa com origem na palavra grega grámma);

    Pena (revestimento do corpo das aves com origem na palavra latinapenna; castigo, sentimento ou sofrimento com origem na palavra grega poinê).

    Nota: Bons dicionários apresentam no mesmo verbete os casos de polissemia e em verbetes distintos os casos de homonímia.

     

    FOCO...FORÇA...FÉ...

  • Significado de Advém

    Provém; ação de advir, de aparecer como consequência ou como resultado de: esse dinheiro advém de contas na Suíça.Ação de acontecer depois: com esse ventos, uma tempestade advém.

    Acredito que o gabarito seja a letra E pois RESULTA não é antônimo de Advém.

  • Essa questão tem duas repostas, pois tanta a letra C como a letra E estão erradas!

    c) não há polissemia, pois RAZÃO e MOTIVO são SINÔNIMOS.

    e) RESULTA  e ADVÉM são SINÔNIMOS.

    Alguém sabe informar se essa questão foi anulada?

     

  • Gabarito c

    “Razão” e “motivo” são palavras sinônimas , daí o erro da alternativa.

  • A letra E também seria a resposta.

  • Deveria ter sido anulada... respostas C e E