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ID
1345384
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                  Ciência e arte

     “The Age of Insight" é um livro impressionante. Eric Kandel é um neurocientista de primeira. Já fora agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina em 2000 por seus trabalhos sobre a fisiologia da memória. Mas, em vez de escrever sobre axônios e dendritos, preferiu debruçar-se sobre a arte, mais especificamente sobre o modernismo vienense, e o resultado é uma obra de fôlego, tanto do ponto de vista da estética como da ciência.

     Kandel, ele próprio um vienense expatriado, fala com propriedade do ambiente cultural que reinava na capital austríaca na virada do século 20. Uma das teses do autor é a de que, assim como a física de Newton inspirou o iluminismo, a biologia de Darwin está na base do modernismo.

    Kandel destrincha escritos de Sigmund Freud e Arthur Schnitzler e as pinturas de Gustav Klimt, Oskar Kokoschka e Egon Schiele, para mostrar como as ideias inicialmente surgidas na Escola Médica de Viena acabaram engendrando um movimento artístico cujas influências perduram até hoje - e não apenas na arte.

    Freud e Schnitzler beberam dessa biologia médica para forjar as noções de inconsciente e sexualidade em seus contornos modernos. Klimt, Kokoschka e Schiele deram tradução pictórica a esses conceitos. Mas Kandel não se limita a contar essa história. Ele também escarafuncha nossos cérebros para revelar os mecanismos neuronais da visão e da percepção que esses pintores exploraram tão bem, ainda que não tivessem tanta clareza sobre seu funcionamento.

    E que não temam os puristas. As análises de Kandel, apesar de recheadas de boa ciência, lembram mais escritos de grandes historiadores da arte como Gombrich e Panofsky do que as anódinas descrições técnicas dos periódicos científicos. Kandel consegue com felicidade juntar arte, história e ciência numa obra. É um daqueles raros livros que mostram que ciências e humanidades são perfeitamente conciliáveis.

                                                                                 (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 06.10.2013)

Considere a seguinte passagem do quarto parágrafo para responder à  questão. 

.Ele também escarafuncha nossos cérebros para revelar os mecanismos neuronais da visão e da percepção que esses pintores exploraram tão bem, ainda que não tivessem tanta clareza sobre seu funcionamento.

As expressões para e ainda que, em destaque, estabelecem, respectivamente, relações de

Alternativas
Comentários
  • concessão: ideias opostas mas que não se anulam 

    "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam." Salmo 23 


  • (D)

    -Finais (indicam finalidade): As locuções para que, a fim de que, por que...
    É necessário estudar com dedicação,para que se obtenha aprovação.

    -CONCESSIVAS (iniciam oração que contraria a oração principal, sem impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que...
    Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação.

  • Ele também escarafuncha nossos cérebros para... PARA O QUÊ?  PARA UMA FINALIDADE



    ainda que não tivessem tanta clareza sobre seu funcionamento...AINDA QUE.. indica CONCESSÃO. AINDA QUE PODE SER SUBSTITUÍDO POR apesar de que, embora, posto que, se bem que, que, conquanto, ainda quando. 



    GABARITO:LETRA "D".

  • PARA QUE = A FIM DE    [expressa uma finalidade]