SóProvas


ID
1368751
Banca
FGV
Órgão
PROCEMPA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I
                                             A maçã não tem culpa

    Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo um símbolo de sexo.
    Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de parreira foi a primeira escamoteação da raça humana.
    Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original.
    Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível. Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso.
    Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria igual à de seu Criador.

                                                                                           (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo)

Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato sexual”.

No segmento sublinhado, a forma do gerúndio “considerando” pode ser corretamente substituída por

Alternativas
Comentários
  • Sobre formas nominais do verbo:

    infinitivo >>> mantém relação semântica com substantivo

    particípio >>> mantém relação semântica com adjetivo

    gerúndio >>> mantém relação semântica com advérbio


    A - CERTA: quando = advérbio de tempo

    B - ERRADA: ao = a + o >>> "a" = preposição

    C, D, E - ERRADAS: "que"/"caso"/"a medida que" = conjunções


  • Gerúndio: indica uma ação em andamento, um processo verbal ainda não finalizado. Pode ser usado em tempos verbais compostos ou sozinho, quando adquire função de advérbio. 


    Estou finalizando(ação em andamento) os exemplos deste verbete. (tempo composto) 


    Fazendo(adverbio) teu trabalho antecipadamente, não terás preocupações. (gerúndio sozinho com função de advérbio). 


    O gerúndio é reconhecido pela terminação ndo. Exemplo: andando, comendo, rindo

  • Há uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato sexual. A  forma verbal "considerando" é um gerúndio, o qual, caso não esteja numa locução verbal (estou estudando, por exemplo), possui a função de advérbio ou de adjetivo. Desta forma, a única resposta possível é a "a", pois é a única que traz uma frase com função adverbial temporal: quando (advérbio de tempo) se considera. 

  • Por que não a "D"?

  • A e B estão certas. Mas como de costume, na banca FGV, temos que escolher a alternativa MAIS certa. Quando usamos o gerúndio, temos uma ambiência temporal clara. Sabendo disso, temos que buscar a alternativa que melhor dê conta dessa ambiência. Assim, podemos excluir as alternativas c, d, e.

    c) que considera- o "que" é um pronome relativo, sendo assim, retoma "distorções" ou seja, foge totalmente do que foi pedido.

    d) caso se considere- trata-se de uma hipótese

    e) à medida que se considera- trata-se de uma oração proporcional

    Voltamos então as alternativas A e B. Por que a A é mais correta que a B? Pelo fato de a B apresentar outra oração reduzida e, sendo assim, não faz sentido substituir uma oração reduzida por outra. Dessa forma, a oração desenvolvida em A passa uma ideia mais clara e completa. Portanto a A é a alternativa correta. 

  • Discordâncias à parte... a ÚNICA alternativa correta é a "A". 

     

    "Quando" assume papel de advérbio de tempo, não tem como errar! 

     

    Na FGV não tem questão "mais certa", isso fica pra CESPE. A banca é extraordinariamente espetacular! Falha, mas não inventa pegadinhas para o concurseiro. Só passa em FGV quem é FERA!

    Pra quem não pescou a dica, leia o Nilson, abaixo.

     

    :p

     


  • ai meLdeus..terceira questão seguida da FGV que erro!!

    #dai-meforçasSenhor!

  • A e B, conforme explicação do prof. Alexandre Soares poderiam estar certas, porém a alternativa "A" é a "mais" correta, bem típico da FGV!

  • Comentário do Nilson é uma ótima síntese!

  • Nilson, na C esse "que" é pronome relativo e não conjunção. Assim, ele retomaria "distorção", por isso fica errado.

    O próprio prof do QC explicou.

     

  • Definitivamente, o povo menos sabe e mais acaba acreditando em quem sabe menos ainda; 222 curtidas só poderiam vir de quem não sabe, pois foram direcionadas a um comentário extremamente equivocado, contendo 2 erros bisonhos: 1° no caso específico, o QUANDO não é advérbio de tempo, mas sim conjunção temporal; 2° o QUE não é conjunção, mas sim pronome relativo.