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ID
1370716
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Remédios e Venenos

No início do século XX, a indústria farmacêutica propagandeava as virtudes do ópio e da cocaína, puros e em vários remédios, para diversas finalidades, que eram consumidos livremente pela população, de crianças a idosos. Mas assim como não há registros da eficácia curativa dos remédios, também não há notícias de intoxicações e overdoses, e a ideia de "dependente de drogas" não existia.

Aracy de Almeida contava que, nos anos 30, se reunia com Noel Rosa, Mário Reis e outros artistas na Taberna da Glória e, quando a noite avançava e o cansaço chegava, mandavam um moleque à farmácia buscar "um bujãozinho de cocaína da Merck suíça", que era vendido legalmente no Brasil até 1937.

(....) Drogas sempre existiram, mas quando e como o consumo abusivo virou uma epidemia comportamental? Talvez nos anos 60, quando os hippies promoveram a cultura do LSD e da maconha, que eram associados ao ócio e à improdutividade, ao comportamento antissocial e à sensualidade pagã. A reação conservadora veio, nos Estados Unidos, com Nixon e a "guerra às drogas", que Reagan transformou em política de Estado, com os resultados desastrosos que se conhece e que fizeram tantos países repensar essa estratégia. Hoje a venda de maconha "medicinal" é livre em vinte estados americanos. Como no início do século XX.

No Uruguai, ela será comercializada pelo Estado, a preços populares (um terço da cotação atual na rua), mas sujeita a inúmeras, e inúteis, restrições. Estrangeiros não podem comprar, só fumar, e os usuários locais têm cota mensal de 40 gramas, mas podem vender a um amigo. Só 30% da população apoiam, mas o tabu foi quebrado e a experiência deles será uma pesquisa valiosa para nós.

(MOTTA, Nelson. O GLOBO, 13/12/2013)

"Aracy de Almeida contava que, (1) nos anos 30, se reunia com Noel Rosa, (2) Mário Reis e outros artistas na Taberna da Glória e, (3) quando a noite avançava e o cansaço chegava, (4) mandavam um moleque à farmácia buscar 'um bujãozinho de cocaína da Merck suíça', (5) que era vendido legalmente no Brasil até 1937".

No parágrafo destacado, há cinco ocorrências do emprego da vírgula, devidamente numerados.

Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula está corretamente justificado.

Alternativas
Comentários
  • Pois então, pq?

  • Correta: B - no caso (2) para indicar uma enumeração.

  • Não vejo erro na letra A, pois o adjunto adverbial, modernamente, qualquer que seja sua posição na oração, tem seu isolamento facultativo,

  • Também marquei a letra A e não entendi o gabarito. Vamos solicitar correção pelo professor pessoal!!

  • Parece bobo, mas salva vidas numa prova! rs...

    O erro da alternativa A: Para marcar a intercalação de um adjunto adverbial não basta uma única vírgula, é necessário que sejam empregadas duas vírgulas para marcá-la.


    Deem uma olhadinha no comentário do professor, isso irá ajudá-los!

  • a) no caso (1) para marcar a intercalação de um adjunto

    Talvez estaria correto se  dissesse: “para introduzir (= dar início) a intercalação de um adjunto”.

    b) no caso (2) para indicar uma enumeração. (CORRETA)

    c) no caso (3) para mostrar a presença de uma oração reduzida 

    Oração reduzida não é introduzida por conjunção

    Se tem “quando”, é oração desenvolvida.

    d) no caso (4) para indicar a supressão de um verbo.

    Não há supressão de verbo.

    e) No caso (5) para destacar a presença de uma oração restritiva 

    Oração restritiva não tem vírgula.

  • Achei confuso o enunciado e o desenvolvimento da questão, pra mim foi mal formulada!

  • Segundo o professor, a letra A está errada porque para intercalar um adjunto precisa de 2 vírgulas. Até aí tudo bem, mas a função da primeira continua sendo essa, embora não tenham perguntado pela segunda.

  • b) no caso (2) para indicar uma enumeração.

    Para indicar uma enumeração é preciso de dois-pontos (:), data-venia

  • A primeira assertiva também está correta, pois essa da intercalação é a pegadinha mais tosca que já vi.