SóProvas


ID
1428370
Banca
FCC
Órgão
SEFAZ-PI
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     “O povo não gosta de música clássica"

    Estudante de Letras, mal chegado à faculdade, comecei a dar aulas de Português numa escola pública da periferia da cidade. Estava feliz porque gostei do trabalho de professor, nessa escola estadual frequentada sobretudo por comerciários, office boys, aprendizes de ofício, feirantes etc. Éramos quase todos da mesma idade, havia camaradagem entre nós.
    Um dia convidei um grupinho dos mais chegados pra ir à minha casa ouvir música. “Música clássica", adverti. Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica, com peças mais ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de sentimento, de complexidade. A sessão toda durou quase duas horas, incluindo minhas tagarelices. Gostaram muito.
    Dois ou três dias depois, um deles (pobre, como os outros) apareceu na aula com um embrulho na mão. “Professor, comprei hoje isso pra mim. O senhor acha que essa música é boa?" Era um LP de Tchaikovsky, talvez com sinfonias ou aberturas, não me lembro. Disse que sim, e ele saiu todo sorridente. Imaginei a cena do dia: ele entrando numa casa de disco do centro da cidade e pedindo um “disco de música clássica". Venderam-lhe uma gravação barata, nacional.
    Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola, concluído o primeiro grau) e me deixou na mão um bilhetinho. Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito obrigado por me fazer gostar de música clássica". Desmoronei um pouco, pensando em como este país poderia ser diferente. Não lhe disse, na hora, que a gente pode gostar naturalmente de qualquer música: é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. E embora seja quase impossível que estas palavras cheguem ao meu antigo aluno, pergunto-lhe agora, com mais de quatro décadas de atraso: “Então, seu Carlos, gostou do Tchaikovsky?"


                                                                                                                         (Teotônio Ramires, inédito)

Na frase As músicas ...... eu lhes ia dando informação foram ouvidas pelos alunos com uma compenetração ...... sinceridade ninguém poderia duvidar, preenchem adequadamente as lacunas:

Alternativas
Comentários
  •  Quem dá informação ,dá informação sobre alguma coisa....  

  • Gabarito D

    As músicas SOBRE AS QUAIS eu lhes ia dando informação foram ouvidas pelos alunos com uma compenetração DE CUJA sinceridade ninguém poderia duvidar.


    - SOBRE significa a respeito de, assunto.

    - AS QUAIS retoma termo anterior, neste caso, as músicas.


    - quem duvida, duvida DE algo.

    - CUJA aparece antecedido de preposição sempre que a regência dos termos posteriores exigir.

  • As músicas ...... eu lhes ia dando informação foram ouvidas pelos alunos com uma compenetração ...... sinceridade ninguém poderia duvidar:

    Eu lhes ia dando informação sobre as músicas. Quem dá, dá alguma coisa a alguém. Obs: Vale a pena lembrar que não ocorre crase diante de algumas preposições, tais como: ante, perante, entre, para, contra, sobre... Assim: "Ante a situação (e não "ante à"), ele tergiversou", "Ele mentiu perante a juíza" (e não "perante à"), "Estarei lá entre as 15h e as 16h" (e não "entre às"). Diante de preposições como: perante, sobre, etc., não há crase (extraído do site do UOL).
    Ninguém poderia duvidar da sinceridade da compenetração dos alunos... Quem duvida, duvida de.
    Relação de posse: Da sinceridade da compenetração dos alunos.
  • Reestruturando a Oração Subordinada Adjetiva: Eu ia dando a eles (lhes) informação sobre... 

    ...ninguem poderia duvidar de.. Importante observar o valor de posse entre: compenetração e sinceridade (A sinceridade da compenetração) então utiliza-se cujo

  • dar = VTD , logo aceita  o qual, as quais, a qual , os quais 

    quem da informação dá informação SOBRE algo .

  • Onde - Deve ser relacionado a situações que fazem referência a um lugar e quando a ideia de movimento não está presente. Por exemplo:
    O bairro onde você mora é perigoso.
    Não conheço a cidade onde minha mãe nasceu. 

     

    Observação: “Onde” somente deve ser empregado para designar locais físicos, ou seja, não pode ser usado em situações como "Ele conta piadas onde a vítima é sempre um português". Nesse caso, o correto é usar em que.


    https://novaescola.org.br/conteudo/311/como-saber-quando-e-correto-usar-onde-e-aonde

  • Dar informação SOBRE algo

    Duvidar DE alguma coisa

  • INFORMAÇÃO '' SOBRE''

    você mata a questão