- ID
- 1546543
- Banca
- FCC
- Órgão
- MANAUSPREV
- Ano
- 2015
- Provas
- 
                - FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Arquivologia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Ciências Atuariais
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Contabilidade
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Economia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Psicologia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Serviço Social
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Tecnologia da Informação
 
- Disciplina
- Português
- Assuntos
            Outro dia, numa mesa de bar, hesitante e assustado, me  dei conta de que eu não sabia a minha idade. Como pode, a  esta altura do campeonato - qual altura exatamente? - a pessoa ignorar quantos anos tem?  
            Quando você é criança, a idade é um negócio fundamental. É o dado mais importante depois do seu nome. Lembro  que, na época, eu achava de uma obviedade tacanha esse “vou  fazer", mas hoje entendo: o desejo de crescer é parte fundamental do software com que viemos ao mundo. Seis, vou fazer  sete, é menos uma constatação óbvia do que uma saudável  aspiração.  
            Dos 20 aos 30 anos, avança-se lentamente, com sentimentos contraditórios. A escola foi há séculos, mas ser adulto  ainda é estranho. A resposta sincera a quantos anos você tem,  nessa fase, seria: “26, queria fazer 25", “25, queria fazer 24", até  chegar a 20 - acho que ninguém, a não ser dopado por doses  cavalares de nostalgia e amnésia, gostaria de ir além, ou  melhor, aquém, e voltar à adolescência.  
            Trinta anos é uma idade marcante. Agora é inegável que  você ficou adulto. Mas aí você faz 35 e entra numa zona cinzenta (ou grisalha?) em que idade não significa mais muita  coisa. A impressão que eu tenho, a esta altura do campeonato -  qual altura, exatamente? -  é que todo mundo tem a minha idade. Não sendo púbere nem gagá, estão todos no mesmo barco,  uns com mais dor nas costas, mas no mesmo barco, trabalhando, casando, separando e resmungando nas redes sociais. Deve ser por isso que, sem perceber, parei de contar.  
                                                          (Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo, 01/02/2015)
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