SóProvas


ID
1659643
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Rio Pomba - MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         Crônica da vida que passa

      Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade.

      A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. É um plebeísmo porque estar em evidência, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que gesticulam e falam alto nas praças. O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam‐se de vidro as paredes de sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas ações – ridiculamente humanas às vezes – que ele quereria invisíveis, côa‐as a lente da celebridade para espetaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade.

      Depois, além dum plebeísmo, a celebridade é uma contradição. Parecendo que dá valor e força às criaturas, apenas as desvaloriza e as enfraquece. Um homem de gênio desconhecido pode gozar a volúpia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu gênio; e pode, pensando que seria célebre se quisesse, medir o seu valor com a sua melhor medida, que é ele próprio. Mas, uma vez conhecido, não está mais na sua mão reverter à obscuridade. A celebridade é irreparável. Dela como do tempo, ninguém torna atrás ou se desdiz.

      E é por isto que a celebridade é uma fraqueza também. Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê‐lo. Deixar‐se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo‐instinto, feminino ou selvagem, de querer dar nas vistas e nos ouvidos.

      Penso às vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que “homem de gênio desconhecido” é o mais belo de todos os destinos, torna‐se‐me inegável; parece‐me que esse é não só o mais belo, mas o maior dos destinos.

(PESSOA, Fernando. Páginas íntimas e de autointerpretação. Lisboa: Edições Ática, [s.d.]. p. 66‐67.)

O trecho “O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: [...]" (2º§) apresenta duas orações. Quanto à oração destacada, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

    Exemplo 1:

    Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento. 
     Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

    Nesse período, observe que a oração em destaquerestringe e particulariza o sentido da palavra "homem":trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento.


    Exemplo 2:

    O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
     Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

    Nesse período, a oração em destaque  não tem sentido restritivo em relação à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem".

  • As orações subordinadas ADJETIVAS são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, onde , o qual ou cujo) e  podem ser classificadas em : Restritivas ou Explicativas. Vejamos uma forma prática para diferenciá-las: 

     

    Restritiva: quando a oração subordinada restringe a oração principal. E NÃO se usa VÍRGULA.

     

    Explicativa: a oração subordinada esclarece, explica, realça uma característica. DEVE estar entre VÍRGULAS, travessão ou parenteses.

     

    Obs: Se o examinador questionar a remoção ou inserção de vírgulas haverá alteração sintática (de restritiva para explicativa, ou vice-versa) e alteração semântica (de restringir para explicitar, ou vice-versa).

  • Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas (RESTRITIVAS OU EXPLICATIVAS)

    Restritivas

    -Restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem,

    -Nunca estão isoladas por pausa (vírgulas ou travessão).

    EX: O homem que se torna célebre 

    Trata-se de um homem específico. A oração limita o universo de homens

     

    Explicativas

    -Realçam um detalhe ou ampliam dados sobre o antecedente já definido

    - Orações geralmente estão separadas por vírgula (ou travessão).

    Ex: Fui salvo por Jesus, que é o caminho e a verdade, antes mesmo de nascer.

    Essa oração apenas apresenta algo que qualifica o substantivo Jesus

     

    RESPOSTA: A

  • resumidamente:

     

    Orações Subordinadas Adjetivas

     

    RESTRITIVAS ( sem virgula)

     EXPLICATIVAS  ( com virgula)

  • O homem que se torna célebre fica sem vida íntima = PRONOME RELATIVO " O QUAL"= O.S.ADJETIVA 

    Orações Subordinadas Adjetivas

    RESTRITIVAS ( sem virgula)

     EXPLICATIVAS  ( com virgula)

     

     

    a) restringe o sentido do substantivo a que se refere. CORRETA

    b) explicita uma característica peculiar do substantivo a que se refere. ERRADO- POIS ERA PARA SER ENTRE VIRGULAS

    c) indica uma particularidade que se opõe ao fato expresso na oração principal. ( ERRRADA DE CARA)

    d) expressa a condição necessária para que haja a característica atribuída a “homem". ( ERRRADA DE CARA)