SóProvas


ID
175699
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O poder nuclear e a civilização

Considerando que nosso futuro será, em grande parte,
determinado por nossa atitude perante a questão nuclear, é
bom nos perguntarmos como chegamos até aqui, com o poder
de destruir a civilização. O que isso nos diz sobre quem somos
como espécie?

Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes
de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos
armas de destruição em massa? Infelizmente, armas nucleares
são monstros que jamais desaparecerão. Nenhuma descoberta
científica "desaparece". Uma vez revelada, permanece viva, mesmo
se condenada como imoral por uma maioria. O pacto que
acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto. É
irreversível. Não podemos mais contemplar um mundo sem armas
nucleares. Sendo assim, será que podemos contemplar um
mundo com um futuro?

O medo e a ganância - uma combinação letal - trouxeram-
nos até aqui. Por milhares de anos, cientistas e engenheiros
serviram o Estado em troca de dinheiro e proteção. Cercamo-
nos de inimigos reais ou virtuais e precisamos proteger
nosso país e nossos lares a qualquer preço. O patriotismo é o
maior responsável pela guerra. Não é à toa que Einstein queria
ver as fronteiras abolidas.

Olhamos para o Brasil, os Estados Unidos e a Comunidade
Europeia, onde fronteiras são cada vez mais invisíveis, e
temos evidência empírica de que a união de Estados sem
fronteiras leva à estabilidade e à sobrevivência. A menos que as
coisas mudem profundamente, é difícil ver essa estabilidade
ameaçada. Será, então, que a solução - admito, extremamente
remota - é um mundo sem fronteiras, uma sociedade de fato
globalizada e economicamente integrada? Ou será que existe
outro modo de garantir nossa sobrevivência a longo prazo com
mísseis e armas nucleares apontando uns para os outros,
prontos a serem detonados? O que você diz?

(Adaptado de Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 18/04/2010)

Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos armas de destruição em massa?

Na frase acima,

Alternativas
Comentários
  • Segundo gabarito a resposta correta é a alternativa a) mesmo as tendo em mãos.

    Aqui temos duas linhas de análise.

    A primeira é que o pronome "as" retoma "armas de destruição em massa", porém, até então, não mencionado anteriormente. Portanto, nesse caso, acredito tal questão ser motivo de recurso.

    A segunda linha de análise, que é o que a FCC deve ter adotado, seria de que a inserção do pronome "as", retomando a "algum" ser/objeto, manteria a coerência, coesão e correção gramatical. Nesse caso, acredito estar mantido os 3 (CCC, coerência, coesão e correção gramatical) apenas para "mesmo as tendo em mãos".

    Pela questão não dizer "exatamente" o que quer, acredito que seja passível de recurso e provalvemente anulada.  No site da FCC não encontrei nenhum parecer sobre essa.

  • Comentário objetivo:

    a) mesmo as tendo em mãos é correta alternativa de construção, com emprego pronominal.

    Desde que não haja pausa (como uma virgula, por exemplo) as palavras invariáveis (advérbios, conjunções, alguns pronomes) são atrativas do pronome, formando uma próclise.

    No caso em questão, o "mesmo" (invariável) atrai o pronome "as", formando a próclise proposta pela alternativa.

     

  • Realmente, ridícula a questão. Se fosse feita essa substituição o term retomado seria aniquilação e não armas de destruição em massa, alguém concorda?
    .
    Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes
    de garantir nossa sobrevivência mesmo as tendo em mãos ?

    Se tivesse escrito "a tendo em mãos" estaria certo, pois retomaria sobrevivência, mas no plural ficou sem lógica.
    .
    FCC = Faz Candidato Chutar
  • Respondendo à colega Marília:

    Realmente existe uma regra gramatical sobre a proibição de utilização de próclise antes de verbos no gerúndio, devendo-se usar, nesse caso, a ênclise. Exemplo: Ele saiu deixando-nos (ÊNCLISE) por instantes.

    No entanto, essa regra comporta uma exceção. Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise. Exemplo: Em se tratando (PRÓCLISE) de cinema, prefiro os filmes de suspense.

    Portanto, lembre-se sempre da regra das palavras atrativas, que, como disse no comentário abaixo, desde que não haja pausa (como uma virgula, por exemplo) as palavras invariáveis (advérbios, conjunções, alguns pronomes) são atrativas do pronome oblíquo, formando obrigatóriamente uma próclise.

  • Reparem também que a frase da questão é interrogativa(?). Segundo a regra, frases interrogativas é fator de próclise. Para clarificar mais as regras relativas a preposição mais verbo, segue resumo abaixo:
       1)Qualquer preposição + verbo no infinitivo: tanto faz próclise on ênclise.
                Ex: Está na hora de me contar a verdade / Está na hora de contar me a verdade (tudo certo)
       2)preposição "em" + gerúndio: próclise

  • O trecho "mesmo as tendo em mãos" substitui armas de destruição em massa, pois se se referisse à "aniquilação é inevitável" ou 
    "nossa sobrevivência" ficaria mesmo a tendo em mãos. O que mais atrapalhou nesta questão é o fato de, ao retirar "armas de destruição em massa", a frase perdeu o termo de referência e consequentemente, o sentido.
  • "Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos armas de destruição em massa? "
    a) CERTA mesmo as tendo em mãos é correta alternativa de construção, com emprego pronominal.
    Regra já falada pelos coledas segundo a qual o pronome mesmo motiva próclise


    b) ERRADA o termo ou expressa uma alternância repetitiva.
    Não é uma conjunção que introduz oração coordenada sindética alternativa. Não há repetição. 


    c) ERRADA o segmento mesmo tendo pode ser corretamente substituído por desde que tenhamos.
    Não caso aceita a proposta seria construída uma oração subordinada adverbial condicial.

    d) 
    ERRADA ou será que a seremos capazes de garantir é correta alternativa de construção, com emprego pronominal.
    Caso aceita a proposta o "a" retomaria "aniquilação" e alteraria o sentido pois a nossa  aniquilação não uma meta.

    e) ERRADA o segmento Nossa aniquilação é inevitável pode ser substituído pelo equivalente nossa conflagração é irredutível.
    Conflagração= incêndio que se alastrou, ou cataclisma político, guerra entre muitos países
    Irredutível= Irreduzível ou que não pode volta ao estado original (ou seja, caso colocado irreduzível estar-se-ia assumindo que já ocorreu a aniquilação)