SóProvas


ID
1765759
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1 – Cercados de objetos por todos os lados

      Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos. As casas em que passamos tão pouco tempo são repletas de objetos. Temos uma tela de plasma em cada aposento, substituindo televisores de raios catódicos que há apenas cinco anos eram de última geração. Temos armários cheios de lençóis; acabamos de descobrir um interesse obsessivo pelo “número de fios”. Temos guarda-roupas com pilhas de sapatos. Temos prateleiras de CDs e salas cheias de jogos eletrônicos e computadores. Temos jardins equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de grama. Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos em que não cozinhamos. São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam. [...]

      Exatamente como quando as marcas de moda põem seus nomes em roupas infantis, uma cozinha nova de aço inoxidável nos concede o álibi do altruísmo quando a compramos. Sentimo-nos seguros acreditando não se tratar de caprichos, mas de investimento na família. E nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam de lado em questão de dias. E, com infâncias cada vez mais curtas, a natureza desses brinquedos também mudou. O Mc Donald’s se tornou o maior distribuidor mundial de brinquedos, quase todos usados, para fazer merchandising de marcas ligadas a filmes. [...]

      Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado e com vergonha de mim mesmo diante do volume do que nós todos consumimos e da atração superficial, mas forte, que a fábrica do querer exerce sobre nós.

                            (Sudjic, Deyan. A linguagem das coisas, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.) 

O segmento do texto 1, abaixo transcrito, em que o conectivo E tem valor de oposição é:

Alternativas
Comentários
  • Gaba: Letra E.

    "fascinado pelo brilho do consumo E ao mesmo tempo enjoado". Dá ideia de oposição, ao mesmo tempo que andou fascinado, ficou enjoado.

  • e) “Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado”. / Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e (mas) ao mesmo tempo enojado - Ideia de oposição (Fascinado - Enojado)


    Letra E

  • Nas outras alternativas o E tem valor de adição.

  • a letra D tb tem ideia de adição?

  • Bizu! Quando falarem em oposição, tente buscar as palavras mais próximas de antônimos nas assertivas. Nesse caso, só tem a Letra E: fascinado e enjoado - o que gera oposição e faz com que o "e" possa ser adversativo.

  • pelo que entendi, o e da letra D tem valor conclusivo

  • Fascinado x enojado (ideia de oposição).

  • A resposta do Paulo Fernando está perfeita, pois foi exatamente a troca que eu fiz.  

  • Exatamente Alexandre foi o mesmo raciocínio que que usei. 

    Letra = E

  • Acertei a alternativa mas para mim há duas corretas:

    Alguém sabe explicar o porquê de n ser possível ser e letra D? coloquei o MAS(oposição) no lugar do E e do meu ponto de vista se encaixou perfeitamente.

     d) “São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, MAS que, em nossa busca deles nos infantilizam”;


  • Item d) E tem ideia de consequência, e n de oposição 

  • e) andei fascinado  ............... e  ao mesmo tempo enojado  ( tem valor de oposição) - CERTA

  • e) “Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado”. 

     -  fascinado x enojado - oposição 

  • Ufa.....finalmente acertei uma..rsrs!

  • É só tentar substituir o "e" por um dos termos: mas, porém, contudo, todavia. Se couber um desses é porque o "e" possui sentido de oposição. Isso só ocorre na alternativa E.

  • Questão tranqüila, mas nao queremos as tranquilas e sim as péssimas, não? Para pegar a banca.

  • Nem Acredito que acertei ! portugues da FGV ns deixam traumatizados..rs

  • Complementando os comentários dos nossos queridos coleguinhas.

     

    Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção ''e''. Isso normalmente ocorre em orações coordenadas que possuem sujeitos diferentes. Vejamos este exemplo:

     

    ''Deus cura, e o médico manda a conta''.

     

    Nesse famosíssimo ditado popular, é clara a intensão de se criar um contraste. Equivale a dizer o seguinte:

     

    ''Deus cura, mas é o médico que manda a conta''.

  • Pessoal, o conectivo aditivo dá ideia de sequência lógica. Já o adversativo, quebra essa sequência.
    De posse dessa informação, vejam como fica mais fácil:
     

    a - “...nossos filhos possuem brinquedos de verdade: caixas e caixas de brinquedos que eles deixam de lado em questão de dias”; 
    Caixas e caizas...Há sequência.

     

     b)“Temos jardins equipados com carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadores de gramas”; 
    Há sequência. Carrinhos de mão, tesouras, podões e cortadroes de gramas fazem parte de um jardim.

     

     c)“Temos máquinas de remo em que nunca nos exercitamos, mesa de jantar em que não comemos e fornos triplos em que não cozinhamos”;
    Há sequência. As 3 orações falam de algo que NÃO é usado: Máquinas de remo, mesa de jantar e fornos triplos.

     

     d)“São os nossos brinquedos: consolos às pressões incessantes por conseguir o dinheiro para comprá-los, e que, em nossa busca deles nos infantilizam”;
    Há sequência. O "e que" retoma e continua a ideia anterior

     

     e) “Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo e ao mesmo tempo enojado”. 
    Aqui NÃO HÁ SEQUÊNCIA. Se quebra a expectativa diferentemente das anteriores!
    Se você anda fascinado na sua vida, se espera que continue ou encontre algo bom. No entanto o que vem após esta qualidade é o termo "enjoado".
    Isso quebra a ideia. Não há continuidade mas sim uma clara oposição

  • Questão para analisar com cautela total !rsrs

  • Na alternativa (A), a conjunção “e” une dois substantivos repetidos (caixas e caixas). Assim, não há oposição, mas realce

    Na alternativa (B), a conjunção “e” une o penúltimo substantivo da enumeração e o último. Assim, há apenas junção, adição, e não oposição.

    Na alternativa (C), há também uma enumeração. Há três substantivos enumerados (“máquinas”, “mesa” e “fornos”) e seguidos de seus especificadores. Assim, a conjunção “e” une o penúltimo substantivo da enumeração e o último. Por isso, há apenas junção, adição, e não oposição. 

    Na alternativa (D), ocorre uma liberdade linguística do autor, haja vista que não houve paralelismo, pois a conjunção “que”, em seguida, não é ligada a nenhuma outra neste período. Problemas gramaticais à parte, o que importa é que não visualizamos oposição nesta alternativa, apenas adição.

    A alternativa (E) é a correta e fica clara a ideia de oposição, tendo em vista a noção contrastante da expressão “andei fascinado pelo brilho do consumo” em relação a “enojado”. Ora, se estamos fascinados por algo, não seria natural ficarmos enojados. Assim, há oposição.

    Observação: É fato que a conjunção “e” que possua valor adversativo deve ser precedida de vírgula, porém isso não foi empregado pelo autor do texto. Mas note que a questão não fez nenhuma menção ao sinal de pontuação. Simplesmente devemos nos ater ao sentido da conjunção. 

    Gabarito: E

  • GABARITO: LETRA E

    ACRESCENTANDO:

    As conjunções "e"," antes", "agora"," quandosão adversativas quando equivalem a "mas". Por exemplo:

    Carlos fala, e não faz.
    O bom educador não proíbe, antes orienta.
    Sou muito bom; agora, bobo não sou.
    Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.

    FONTE: https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf85.php

  • E “Na minha vida, devo admitir que andei fascinado pelo brilho do consumo(, mas) e ao mesmo tempo enojado”.