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ID
1768921
Banca
FCC
Órgão
DPE-RR
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão considere o texto abaixo.

A morte e a morte do poeta

    Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista Marcos Resende primeiro tratou de verificar que estava vivo, bem vivo. Em seguida gravou uma mensagem na sua secretária eletrônica: “Hoje é 27 e eu não morri. Não posso atender porque estou na outra linha dando a mesma explicação”. Quando li esta nota, me lembrei de como tudo neste mundo caminha cada vez mais depressa. Em 1862, chegou aqui a notícia da morte de Gonçalves Dias.
    O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta e cinco dias. O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo. À falta de lazareto, o navio estava obrigado à caceteação da quarentena. Gonçalves Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o morto. A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d. Pedro II. Suspensa a sessão, começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior poeta do Brasil.
    Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador, em pleno Instituto Histórico, só podia ser verdade. Ofícios fúnebres solenes foram celebrados na Corte e na província. Vinte e cinco nênias saíram publicadas de estalo. Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras. O grande poeta! O grande amigo! Que trágica perda! As comunicações se arrastavam a passo de cágado. Mal se começava a aliviar o luto fechado, dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma vírgula! Vivinho da silva.
    A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: “É mentira! Não morri, nem morro, nem hei de morrer nunca mais!” Entre exclamações, citou Horácio: “Não morrerei de todo.” Todavia, morreu, claro. E morreu num naufrágio, vejam a coincidência. Em 1864, trancado na sua cabine do Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão. Seu corpo não foi encontrado. Terá sido devorado pelos tubarões. Mas o poeta, este de fato não morreu.
[...]
(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia das Letras, 2011, p.107-8) 

A frase cuja REDAÇÃO está inteiramente clara e correta é:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    Não entendi o gabarito, que alude não alude A alguma coisa ou algo??

  • @Cristiane Costa: isso mesmo, por isso o gabarito é C. "alude AO oceano" e "alude à própria morte". O que você não entendeu?

  • Gabarito Letra C

    A) acredito que tenha dois erros: "prescrito" em vez de "proscrito" / e a terminação dos verbos "alterar" e "prolongar", visto que eles fazem referência aos sujeitos "o destino" e "os dias de morte". Portanto deveriam ser escritos dessa maneira: "nada nem ninguém pode alterá-lo ou prolongá-lo"

    B) "Não foi absolutamente efêmera A glória de Gonçalves Dias"

    C) CERTO: quem alude, alude a alguém ou a alguma coisa

    D) Crase incorreta na passagem "muitos dias à seu desembarque" pois é proibido crase antes de substantivo masculino "o  desembarque"

    E) Cujo liga dois substantivos estabelecendo uma relação de posse, nesse caso o cujo é seguido de um verbo, portanto incorreta essa alternativa."cuja é talvez "

    bons estudos

  • Mesmo com a explicação do Renato ,que por sinal foi perfeita, não entendi o erro na letra "E".

  • Sobre a E, não encontrei relação de posse, o "cujo" pra mim está sobrando nessa frase, se o retirasse totalmente, a meu ver, estaria correta. Além disso, há verbo depois do "cujo", sendo que ele conecta relação de posse entre dois substantivos, como na C: "O mar, em cujos versos" -- ligou 2 substantivos, sendo o antecedente o possuidor e o subsequente o possuído. 

  • proscrito é diferente de prescrito.

    Proscrito = banido/exilado

    Prescrito = receitado/ordenado/ ou sem validade td vai depender do contexto

  • Faltou constar que na Letra D o SENÃO deveria ser separado e que a correlação de verbos exige que sobreviveria estivesse com a redação sobrevivesse, além do erro de crase já informado: 

    d) Senão (Se não) tivesse morrido no naufrágio do Ville de Boulogne, é possível que Gonçalves Dias não sobreviveria (sobrevivesse) muitos dias à (a - sem crase) seu desembarque, pois seu estado de saúde era de fato muito grave. 


  • Na letra C por que o emprego da preposição "em" antes de cujos? Se alguém puder me explicar ficarei muito grato.

     

    Obrigado e bons estudos.

  • Também não entendi o (em cujos) na Alternativa C. Alguem pode explicar? please, 

    Foi exatamente por ele que nao marquei a C. 

  • Flávia Facioni e Helton Skrobot, o termo "em cujos" refere-se ao local onde é aludido o "oceano" e "a própria morte", que, nesse caso, seria os versos. 

    Poderíamos pensar da seguinte maneira para facilitar: "O oceano e a própria morte são aludidos em qual local? Nos (em+os, e aqui justificamos o em cujos) versos."

    Eu forcei o pensamento nesse sentido.

  • Acho que o erro da letra C é de termos de analisar o verbo aludir, e não o verbo morrer.

     

  • Para acrescentar....

    B

    Não foi absolutamente efêmera(a) glória de Gonçalves Dias, mas ao contrário duradoura e imperecível, já que ainda hoje o autor da “Canção do exílio" é considerado um dos maiores poetas brasileiros de que (que) conhecemos.