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ID
1786654
Banca
VUNESP
Órgão
SAEG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica “Beijos”, de Ivan Angelo, para responder à questão.

   Beijo era coisa mágica. A bela beijava o sapo e ele virava príncipe. O príncipe beijava a Branca de Neve e ela acordava de seu sono enfeitiçado. A mãe beijava o machucado dos filhos e a dor sumia. O mocinho beijava a mocinha e o filme acabava em final feliz.
   Muitas gerações – não faz tanto tempo assim – incorporaram alguma coisa dessa noção de que o beijo tinha uma força poderosa, misteriosa, e lidavam com ele, principalmente com o primeiro, de um modo carregado de expectativas. Uma sensação imersa na ambiguidade: aquilo podia ser uma coisa benfazeja e ao mesmo tempo podia ser pecado. Dado ou recebido era precedido de dúvidas, suores frios, ansiedade, curiosidade e desejo. E o quase melhor de tudo: era secreto, escondido. Só a melhor amiga ficava sabendo; irmãos, nem pensar; pai, mãe – jamais.
   Os jovens chegavam ao beijo após uma paciente escalada de resistências e manobras envolventes. “Já beijou?” – queriam saber as amigas dela, como quem diz: “capitulou”?; e perguntavam os amigos dele, espírito corporativo, com o sentido de: “venceu a batalha?” Como resultante desse clima, surgiu um atalho, verdadeiro ataque de guerrilha: o beijo  roubado.
   Hoje tudo isso não tem mais sentido. Uma antiga marchinha de Carnaval dizia: “A Lua se escondeu, o guarda bobeou, eu taquei um beijo nela e ela quase desmaiou”. A emoção era
tanta que as moças desfaleciam. Já não é o caso.
   Por quê? Perdeu o segredo. Beija-se por toda parte, e em público. A meninada “fica” nas festas e “ficar” é beijar à vontade, até desconhecidos.
   Isso é bom ou é ruim? Não cabe a pergunta. É como se perguntassem se a evolução das espécies é boa ou não. Cada geração vive seu momento com tudo a que tem direito. Mas existe uma diferença tênue entre naturalidade e exibicionismo. Neste, o estímulo é o olhar dos outros. Cada um sabe qual é a sua.
   Representar variantes e significados do beijo é arte que tem milênios. Uma escultura de Rodin, representando o beijo amoroso de um par desnudo, é apreciada até pelos pudicos. Na época dele era ousada. Hoje...
   No Dia dos Namorados fui passear na internet à procura de curiosidades sobre a data. Encontrei uma pesquisa mostrando que o beijo é a carícia preferida pelos brasileiros. A informação, de certa forma, derrubou meus temores. Nada, nem a facilidade, abala o prestígio mágico do beijo.
(Veja SP, 18.06.2003. Adaptado)

Muitas gerações conservaram alguma coisa dessa concepção de que o beijo tinha uma força poderosa e mágica,________ lidavam com ele de um modo carregado de expectativas. O beijo dividia-se entre ser algo prazeroso e pecaminoso,________ provocava intensa sensação de ambiguidade nas pessoas.

Para que o texto expresse, respectivamente, as ideias de causa e conclusão, as lacunas devem ser preenchidas por:

Alternativas
Comentários
  • As palavras que expressam ideias de causa e conclusão são pois e portanto.

    Alt: A

  • Conjunção Causal: Sentido de causa, motivo

    Exemplos: porque (="pelo fato de"), como (="porque"  início da frase), já que, visto que, pois, porquanto...

    Conjunção Conclusiva: Sentido de conclusão, explicação.

    Exemplos: logo, portanto, então, assim, por isso, pois (depois do verbo), por consequência...

  • Conjunções de Causa:
    Porque, pois, como, já que... por...

    Conjunções de Consequência:
    Que... Portanto...de forma que, de sorte que, tanto que,


  • Quando o comando da questão pede ideia de causa e conclusão, ela está pedindo conjunção adverbial CAUSAL e conjunção coordenada CONCLUSIVA, que é diferente de conjunção de consequência (que no caso são as conjunções adverbiais consecutivas).

     

    >>> conjunções adverbiais CAUSAIS: já que, visto que, visto como, como, uma vez que, pois, pois que, porque, por isso, por isso que, que, na medida em que, porquanto, etc.

     

    >>> conjunções coordenadas CONCLUSIVAS: logo, portanto, entao, por isso, assim, por conseguinte, pois (depois do verbo), etc.

  • CAUSAIS:

    -> porque,
    -> que,
    -> como (= porque),
    -> pois que,
    -> uma vez que,
    -> visto que,
    -> porquanto,
    -> já que,
    -> por isso,
    -> pois.

    CONCLUSIVAS:
    -> logo,
    -> pois,
    -> portanto,
    -> por conseguinte,
    -> por isso,
    -> assim.

    GABARITO -> [A]

     

  • Galera bizu: o ( POIS ) no inicio da oração será explicativa, e geralmente vem depois do imperativo.

    EX: Venha para dentro, pois está começando a chover.

    Força,Fé,Foco. Abraço.