SóProvas


ID
1787977
Banca
IDECAN
Órgão
PRODEB
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                      Juízes e advogados devem estudar neurociência

    A neurociência busca determinar como o cérebro afeta o comportamento, e o Direito se preocupa em regular o comportamento. Assim, é de se esperar que as descobertas dos neurocientistas tenham um peso cada vez maior nas leis. No Reino Unido, porém, existe uma enorme brecha entre os avanços dos laboratórios e o dia a dia dos tribunais. Não há fóruns de discussão para que cientistas e profissionais da Justiça explorem temas de interesse comum. Em países como o Brasil, não é diferente. E isso traz grandes consequências para a sociedade.
    Uma delas diz respeito à maioridade penal, que é de 10 anos no Reino Unido e de 18 no Brasil. A neurociência indica que os adolescentes não são indivíduos plenamente responsáveis, já que o cérebro continua a se desenvolver até a idade adulta. O córtex pré‐frontal, associado à tomada de decisão e ao controle de impulsos, é a última parte do cérebro que amadurece e isso só se completa ao redor dos 20 anos. É o que mostra o relatório Neurociência e a Lei, fruto de um grupo de trabalho que coordenei e publicado recentemente pela Royal Society [a academia nacional de ciências do Reino Unido]. O amadurecimento tardio do cérebro pode estar associado a comportamentos de risco na adolescência. Veja o caso dos protestos que sacudiram a Inglaterra no verão passado. Muitos manifestantes provocaram incêndios e outros atos criminosos, mas vários deles eram garotos que estavam só passando pelas ruas e se uniram ao vandalismo por impulso. A neurociência confirmou ainda que a taxa de maturação do córtex pré‐frontal varia muito de pessoa para pessoa. Do mesmo jeito que há enormes diferenças na inteligência medida em testes de QI.
    É por isso que os cursos de Direito deveriam incluir matérias sobre ciência – sobretudo psicologia, neurociência e genética. Advogados e juízes deveriam receber treinamento permanente nessas disciplinas como parte de seu desenvolvimento profissional. E também os cursos de graduação em neurociência deveriam incluir as aplicações sociais do que é estudado.
    Em alguns casos, as discrepâncias na função cerebral são levadas em conta pela Justiça. A Suprema Corte dos EUA, por exemplo, estabeleceu que uma pessoa só pode ser executada se tiver um QI acima de 70. Mas as leis ainda revelam anomalias de todo tipo. No Brasil, jovens de 16 anos não podem ser presos, mas podem votar. Na Inglaterra, é crime fazer sexo com menores de 16 anos – também a idade mínima para se casar. Ninguém pode dirigir nas vias públicas inglesas até os 17 anos (ou 14 em muitos estados americanos) e só vota quem tem mais de 18 – apesar da maioridade penal aos 10. Essas variações não são racionais. E as discrepâncias entre os países sugerem que algumas delas são bem arbitrárias. Não cabe a mim dizer se a maioridade penal deve subir ou baixar. Mas os legisladores deveriam se sentir obrigados a explicá‐la, em função do amadurecimento do cérebro: por que ela é de 10 anos na Inglaterra? E por que de 18 no Brasil?

(Nicholas Mackintosh – Professor emérito do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Cambrigde, no Reino Unido.)

Quanto à classe gramatical das palavras sublinhadas, tem‐se a correspondência correta em:

Alternativas
Comentários
  • Só no sentido de sozinho --> adjetivo
    Só no sentido de  APENAS/SOMENTE ---->adverbio


  • Renato Leal, você tbm está se preparando para algum concurso com a IDECAN?


  • Eu irei fazer para UFPB
  • =apenas. Com exclusão dos demais.

  • só\ palavra invariável que se relacionou com o verbo ''ser''logo, advérbio .

  •  a)“... e isso  se completa ao redor dos 20 anos." (2º§) – advérbio. (só= somente, apenas = advérbio)

     b)“E isso traz grandes consequências para a sociedade." (1º§) – preposição. Não se trata de preposição e sim de artigo

     c)“… passando(Verbo intransitivo) pelas ruas e se uniram ao vandalismo por impulso." (2º§) – Não se trata de conjunção e sim de pronome reflexivo

     d)“Não cabe a mim dizer se a maioridade penal deve subir ou baixar." ( 4º§) –  Não se trata de pronome pessoal e sim de  conjunção integrante
  • ADV de exclusão !

  • Liliane explicou aquestão super bem. para reforçar gostaria de deixar aqui apenas uma citação sobre os pronomes reflexivos: 

    Os pronomes me, te, se, si, consigo, nos, vos, são considerados reflexivos quando indicam que o sujetio pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. 

  • A)correto

    B)artigo definido

    C)pronome reflexivo

    D)oração subordinada conjuntiva condicional

     

  • Só ressaltando. Na alternativa "d", tem-se uma Conjunção Integrante iniciando uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta por se tratar de um objeto direto oracional.

    Bons estudos. 

  • A: GABARITO

    B: Artigo

    C: Pronome

    D: Conjunção

  • Vai ajudar :

    Só no sentido de sozinho = adjetivo

    Só no sentido de somente = advérbio

  • “... e isso  se completa ao redor dos 20 anos." (2º§) – advérbio. ✅

    • Palavra "só":
    • adjetivo: Sozinho; que não está acompanhado; desprovido de companhia. Exemplo.
    • Antes que mal acompanhada.
    • caminhava pelas ruas da cidade.
    • advérbio: Apenas; com exclusão dos demais. Exemplo.
    • Do trabalho quer dinheiro.
    • substantivo: Solitário; aquele que está sempre sozinho; sem companhia. Exemplo.
    • Era o mais dos humanos.

    “E isso traz grandes consequências para a sociedade." (1º§) – preposição. ❌

    • Artigos definidos - São aqueles usados para indicar seres determinados, expressos de forma individual:
    • O concurseiro estuda muito. 
    • Os concurseiros estudam muito

    “… passando pelas ruas e se uniram ao vandalismo por impulso." (2º§) – conjunção. ❌

    • Pronome:
    • a) Pronome reflexivo: funciona como objeto direto, objeto indireto e sujeito do infinitivo.
    • Ex: A criança machucou-se. (objeto direto)

    "Não cabe a mim dizer se a maioridade penal deve subir ou baixar." ( 4º§) – pronome pessoal. ❌

    • Conjunção:
    • a) Conjunção subordinativa integrante: a conjunção introduz orações subordinadas substantivas.
    • Ex: Quero saber se ela virá à festa.
  • A questão é de morfologia e quer marquemos a palavra abaixo que apresenta a correspondência correta. Vejamos:

     .

    A) “... e isso se completa ao redor dos 20 anos." (2º§) – advérbio.

    Certo. "Só" é advérbio e equivale a "somente".

    Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio. Pode ser de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, tempo e negação.

     .

    B) “E isso traz grandes consequências para a sociedade." (1º§) – preposição.

    Errado. "A" é artigo definido.

    Artigo: é a palavra que se antepõe ao substantivo para determiná-lo, definindo ou indefinido o ser nomeado por esse substantivo. Dividem-se os artigos em definidos e indefinidos.

    Artigos definidos: determinam de forma precisa os substantivos. São eles: o, a, os, as.

    Artigos indefinidos: indeterminam os substantivos, caracterizando-os de forma vaga, imprecisa e generalizada, sem particularizar e individualizar pessoas, objetos ou lugares. São eles: um, uma, uns, umas.

     .

    C) “… passando pelas ruas e se uniram ao vandalismo por impulso." (2º§) – conjunção.

    Errado. "Se" é pronome reflexivo ("os garotos se uniram ao vandalismo por impulso").

    Pronome reflexivo: corresponde ao pronome pessoal oblíquo átono que acompanha o verbo na voz reflexiva (aquela em que o sujeito pratica e sofre a ação verbal).

    Ex.: Maria olhou-se no espelho. Nesse caso, "se" é pronome reflexivo e indica reflexividade = “a si mesma”.

    Ex.: Os amigos cumprimentaram-se. Nesse caso, "se" é pronome reflexivo e indica reciprocidade = “uns aos outros”.

     .

    D) “Não cabe a mim dizer se a maioridade penal deve subir ou baixar." ( 4º§) – pronome pessoal.

    Errado. "Se" é conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta ("Não cabe a mim dizer ISSO").

    Conjunção integrante: introduz oração subordinada substantiva. É mero conectivo oracional. As conjunções integrantes são representadas pelas conjunções "QUE" e "SE”. A oração pode ser trocada por "isso, nisso, disso". Ex.: Necessito de que me ajude. (= Necessito disso).

     .

    Gabarito: Letra A