SóProvas


ID
1796398
Banca
FUNCAB
Órgão
CRF-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Você sabe com quem está falando?

      Não nos parece uma tarefa fácil conciliar desejos (que geralmente são ilimitados e odeiam controles) e a questão fundamental de cumprir regras, seguir leis e construir espaços públicos seguros e igualitários, válidos para todos, numa sociedade que também tem o seu lado claramente aristocrático e hierárquico. Um sistema que ama a democracia, mas também gosta de usar o “Você sabe com quem está falando?”. O nosso amor simultâneo pela igualdade e, a seu lado, o nosso afeto pelo familismo e pelo partidarismo governados pela ética de condescendência tão nossa conhecida, que diz: nós somos diferentes e temos biografia; para os amigos tudo, aos inimigos (e estranhos, os que não conhecemos) a lei!

      O resultado dessa tomada de posição, básica numa democracia, é simples, mas muitas vezes ignorado entre nós: a minha liberdade teoricamente ilimitada tem de se ajustar à sua, e as duas acabam promovendo uma conformidade voluntária com limites, com fronteiras cívicas que não podem ser ultrapassadas, como a de furar a fila ou a de dar uma carteirada.

      Na sua simplicidade, a fila é um dos melhores, se não for o melhor, exemplos de como operam os limites numa democracia. Seus princípios são simples e reveladores: quem chega primeiro é atendido em primeiro lugar. Numa fila, portanto, não vale o oculto. Ou temos uma clara linha de pessoas, umas atrás das outras, ou a vaca vai para o brejo. Quando eu era menino, lembro-me bem de como era impossível ter uma fila no Brasil.As velhas senhoras e as pessoas importantes (sobretudo os políticos) não se conformavam com suas regras e traziam como argumento para serem atendidos, passando na frente dos outros, ou a idade, ou o cargo, ou conhecimento com quem estava atendendo, ou algum laço de família. Hoje, sabemos que idosos e deficientes não entram em fila. Mas estamos igualmente alertas para o fato de que um cargo ou um laço de amizade não faz de alguém um supercidadão com poderes ilimitados junto aos que estão penando numa fila por algumas horas.

      Do mesmo modo e pela mesma lógica, ninguém pode ser sempre o primeiro da fila (e nem o último), como ninguém pode ser campeão para sempre. Se isso acontece, ou seja, se um time campeão mudar as regras para ser campeão para sempre, então o futebol vai pros quintos dos infernos. Ele simplesmente acaba com o jogo como uma disputa. Na disputa, o adversário não é um inimigo; numa fila, quem está na frente não é um superior. O poder ilimitado e congelado ou fixo em pessoas ou partidos, como ocorre nas ditaduras, liquida a democracia justamente porque ele usurpa os limites nos quais se baseia a fila.

                                                                                                                               DA MATTA, Roberto

                                                                                                      (Adaptado de revistatrip.uol.com.br.)

A oração destacada em “Hoje, sabemos QUE IDOSOS E DEFICIENTES NÃO ENTRAM EM FILA." é:

Alternativas
Comentários
  • SABEMOS é VTD. Quem sabe, sabe algo. Sabe o quê? Sabemos QUE IDOSOS E DEFICIENTES NÃO ENTRAM EM FILA = sabemos isso. Além do mais, o sujeito é oracional. Portanto ´w uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

    Gab.: B

  • Hoje, sabemos QUE IDOSOS E DEFICIENTES NÃO ENTRAM EM FILA

    Hoje = Adj Adv Lugar.

    Quem é que sabe? NOS, Sabemos=NOS = Sujeito -> Nos sabemos que=ISSO. Nos sabemos ISSO idosos e deficientes
    não entram nem fila.

    Pergunta para o verbo saber: Sabe o que? ISSO. Os idosos e deficientes não entram em fila. Não pode ser complemento nominal, pois é verbo. Só sobra ser OD. do verbo saber VTD.

  • Yan acho que HOJE é adv. de tempo.

  • b

    verbo saber é transitivo direto (quem sabe, sabe algo). Logo, exige objeto direto como complemento.;

  • "Hoje, sabemos ISSO (...) "

  • Hoje, sabemos QUE IDOSOS E DEFICIENTES NÃO ENTRAM EM FILA.

    Sabemos ISSO. Objetiva Direta

    Primeiro - identificar o verbo ou o nome diante dos pronomes: ISSO, A ISSO, NISSO, DISSO e QUAL.

    Segundo: substituir a oração subordinada por um dos pronomes.

    Terceiro: Classificar o pronome diante do verbo ou do nome.

    ISSO - Geralmente para Objeto Direto [diante do verbo] ou Sujeito. (sempre teste o ISSO antes do verbo) Se a frase ficar coesa, geralmente é um sujeito.

    A ISSO - Geralmente para Objeto Indireto [diante do verbo]

    NISSO - Geralmente para Objeto Indireto [diante do verbo]

    DISSO - Geralmente para Objeto Indireto [diante do verbo] ou Complemento Nominal [diante do nome] ou adjunto adnominal [diante do nome].

    QUAL - Geralmente para subordinada adjetiva [diante do nome].

    Por favor, me corrijam ou, caso queiram, complementem isso!

  • @Alisson Daniel - sujeito oracional????

    Jamais... o sujeito é elíptico (NÓS).

    Se o sujeito fosse oracional, a oração seria ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA...

    Atenção aos comentários errados galera.

  • foi só eu que pensei assim: Quem sabe, sabe DE algo? ai foi seco na letra B ? hehe

    segue o jogo!

  • Tem sujeito, perguntou " o que", OD! -------------------------- O.S.S.Objetiva Direta