O item D, segundo o livro que é a principal referência de conteúdo sobre assessoria de imprensa para concursos ("Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia - teoria e técnica"), também está correto.
No artigo "Gestão da comunicação em situações de crise, João José Forni fala na atualidade das informações e afirma que o assessor deve se manter acessível, o que podemos entender como interatividade. Portanto, a letra E está mesmo certa, como diz o gabarito oficial.
Forni, porém, também enfatiza: "Existe um ponto em que há convergência de opinião. Na crise, deve-se eleger um único porta-voz (...)". Acrescenta, uma página depois: "Ninguém pode falar com a imprensa, em episódio negativo, sob pressão, sem preparo e sem orientação da diretoria ou da assessoria de comunicação. Afinal, naquele momento, quem fala é a própria empresa".
Ou seja, é preciso controlar quem fala e o que se fala. Isso não é centralizar o conteúdo?
Bom, a questão se refere às características do ambiente digital que devem ser levadas em consideração e não às atitudes que o profissional deve ter ao gerenciar crises. Ou seja, a letra E está correta porque ao gerenciar uma crise no meio digital, é preciso ter em mente que as informações são atualizadas com frequência (é uma avalanche de conteúdo lançado pelos próprios usuários) e em tudo o que se publica há a possibilidade de feedback das pessoas. As estratégias de gerenciamento devem levar em conta as possíveis reações, já que tudo se dissemina muito rapidamente.
Já a centralidade de conteúdo não é uma característica do ambiente digital, pelo contrário: as informações são muito descentralizadas nas redes, pois todos postam o que querem. A centralização é uma estratégia indicada aos comunicadores, e isso, claro, na medida do que é possível controlar, ou seja, as mensagens que saem da própria instituição ou de pessoas ligadas diretamente a ela.