SóProvas


ID
1907209
Banca
AOCP
Órgão
FUNDASUS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             A escola pode interferir na formação moral dos alunos?


Por: Telma Vinha (professora da Unicamp) em colaboração com Maria Suzana Menin (professora da Unesp) e Mariana Tavares (pesquisadora da FCC)


      O desenvolvimento de valores morais é decorrente da interação do sujeito com as situações e as pessoas nos diversos ambientes que frequenta, como a escola, com a família e com os amigos. Considerando todas essas influências, questionamos: “Será que a instituição de ensino tem um papel significativo na formação ética dos alunos? Que atitudes de professores, funcionários e colegas podem interferir nesse processo?”

      Um estudo inédito da Fundação Carlos Chagas (FCC), coordenado por Mariana Tavares, da FCC, e Suzana Menin, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com a participação de pesquisadores de várias instituições, ajuda a responder essas questões. Realizado com quase 10 mil crianças, adolescentes e professores de 76 escolas públicas e privadas do Brasil, ele objetivou construir um instrumento para avaliar a presença e os níveis de desenvolvimento (adesão) dos valores convivência democrática, solidariedade, justiça e respeito.

      Os resultados dos alunos foram relacionados com mais de 30 variáveis, como sexo, religião, composição familiar, nível socioeconômico, regras e sanções na família, autoestima, repetência, observação de maus-tratos, como eles acreditavam ser vistos pelos outros e as relações estabelecidas. Algumas conclusões evidenciam a importância de cuidar do convívio na escola para favorecer o desenvolvimento moral.

      Sentir-se bem tratado pelos professores e ter docentes e funcionários que jamais ou raramente gritam com os alunos promoveu maior adesão de todos os valores. Não presenciar (ou ver pouco) educadores colocarem estudantes para fora da sala influenciou o aumento da justiça, respeito e solidariedade. Já ter professores que recorrem pouco (ou nunca) aos pais dos alunos para resolver conflitos indicou maior presença de convivência democrática e solidariedade.

      Entre os fatores ligados à relação do aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à escola e frequentar as aulas interferiu no aumento dos valores solidariedade, respeito e convivência democrática. Alunos que nunca (ou raramente) viram colegas se agredirem ou gritar tiveram todos os valores influenciados positivamente. Acreditar ser bem-visto pelas outras pessoas no ambiente escolar gerou o aumento da justiça.

      No caso da família, o apoio dos pais teve relação com maior respeito e justiça. Este último fator também foi influenciado pelo emprego de combinados com os filhos. Quando os pais usam sanções (que não sejam físicas ou humilhantes), há mais adesão a justiça, solidariedade e convivência democrática. Isso pode estar associado à ideia de uma família cuidadosa, que deixa claro o que pode ou não ser feito pelos filhos, revalidando os valores quando eles são feridos.

      As ações contrárias às apresentadas acima, a exemplo de gritar muitas vezes ou não apoiar os filhos, estão sempre relacionadas a menor adesão aos valores. Chama a atenção também o fato de que, na pesquisa, religião, configuração familiar, nível socioeconômico e repetência não tiveram relação significativa com a presença de valores.

      O estudo colabora para comprovar que a qualidade das interações na escola, em especial dos adultos com os alunos, influencia fortemente no desenvolvimento moral (quanto mais positivas forem, maiores as adesões aos valores). Assim, se queremos formar pessoas éticas, fica evidente a importância de ter espaços de diálogo e reflexão sobre a convivência e de cuidar para que toda a comunidade escolar vivencie de fato esses valores.


                     (Fonte: Revista Nova Escola. Ano 30, número 282 de maio de 2015. Editora Abril)

Observe o seguinte excerto retirado do texto: “Quando os pais usam sanções que não sejam físicas ou humilhantes (...)” e assinale a alternativa correta com relação à formação do período composto por subordinação.

Alternativas
Comentários
  • caso alguém possa explicar, eu agradeço.

  • Gilmar, a resposta correta é a letra "D", pois a oração em questão, como todas as orações subordinadas adjetivas, não vem separada por vírgula. Ela  restringe, limita o significado do termo "sanções", ou seja, não se trata de quaisquer sanções, mas sim daquelas que não sejam físicas ou humilhantes.

    Espero ter ajudado.

  • Obrigado Michelle

  • Oração subordinada  RESTRITIVA sem pontuação.

  • “Quando os pais usam sanções / que não sejam físicas ou humilhantes"

              Or. principal                                                          Or. Subordinada

    a)  é uma subordinada substantiva subjetiva, pois exerce a função de sujeito do verbo ser . Não ,as subordinadas substativas funcionam como sujeito da oração principal. O sujeito da oração principal é "Os pais" , ou seja, o sujeito não está na oração subordinada para ser classificada como oração subordinada subjetiva.

     

    b) é uma subordinada substantiva objetiva direta, pois exerce a função de objeto direto do verbo sejam. Não, o verbo "usam" é que pede um objeto direto.

     

    c) uma subordinada substantiva predicativa, pois exerce a função de predicativo do sujeito do verbo de ligação ser. Não, para ser uma subordinada predicativa o verbo de ligação deveria está na oração principal e o predicativo na oração subordinada.

     

    d) é uma subordinada adjetiva restritiva, pois delimita o sentido do substantivo antecedente sanções. Correto, pois restringem o significado do antecedente.  Se tivesse entre vírgulas,  seria uma oração subordinada explicativa.

     

    e) é uma subordinada adjetiva circunstancial, pois apresenta uma condição que é acessória ao sentido da oração. Orações circunstanciais tem valor de advérbio e não de adjetivo. (ex: condição, causa, dúvida,certeza, surpresa0

     

    Letra D

    Bons estudos!

  • Gabarito: Letra D

     

    O termo que pode ser conjunção integrante ou pronome relativo, com as seguintes características:

     

     

    Conjunção Integrante:

    Iniciam oração subordinada que tem função de:

    * sujeito

    * objeto direto ou indireto

    * predicativo

    * complemento nominal

    * aposto

    Podem ser substitídos por ISSO e suas variantes (bizu)

     

     

    Pronome Relativo:

    Iniciam oração subordinada adjetiva, que se divide em:

    * explicativa, sempre seguida de vírgulas

    * restritiva, sem o uso de vígulas

    Podem ser substitídos por O(A) QUAL/OS(AS) QUAIS  (bizu)

  • O pronome relativo QUE introduz Oração Subordinada Adjetiva que pode ser:

    Restritiva: Sem vírgulas.

    Explicativa: Entre vírgulas.

     

    Força na missão e Deus na direção!

     

  • GABARITO D

     

    “Quando os pais usam sanções que não sejam físicas ou humilhantes (...)”

        

    Verificar quando o "que" vem sem vírgulas já é indício de ser uma conjunção restritiva. Vamos analisar o excerto:

     

       É qualquer sanção ? NÃO ! São as sanções que não sejam FÍSICAS ou HUMILHANTES

       Então o trecho está restringindo quais as sanções, logo exercendo função de adjetiva restritiva.

     

     

    bons estudos.

  • “Quando os pais usam sanções QUE não sejam físicas ou humilhantes (...)”

    Na frase, o "QUE" exerce a função de pronome relativo, portanto trata-se de uma oração subordinada adjetiva.

    "QUE NÃO SEJAM FÍSICAS OU HUMILHANTES" não está isolado por vírgula, logo, trata-se de uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA