SóProvas


ID
1970833
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFMT
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Quando a ciência supera a ficção

Marcelo Gleiser

    Semana passada, algo de extraordinário ocorreu. Após passar 31 meses hibernado, enquanto cruzava o espaço a uma distância de 800 milhões de quilômetros do Sol, a sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia, enviou uma mensagem para a central de controle vinculada à missão: “Olá, mundo!”

     Rosetta acordou e agora se aproxima do Sol e de seu alvo, o cometa 67P/Churyamov-Gerasimenko. Se tudo correr bem, no dia 11 de Novembro, Rosetta enviará a sonda Philae, que pesa apenas 100 kg, para pousar na superfície do cometa. Será o primeiro pouso de um objeto criado por humanos num cometa.

    O pouso em si será incrivelmente difícil, já que a gravidade do cometa, que tem apenas quatro quilômetros de diâmetro, é praticamente nula. Philae terá que usar uma combinação de arpões e garras capazes de se fixar no gelo para se agarrar ao cometa. Será mais como laçar um touro do que pousar na Lua.

    Antes disso, Rosetta acompanhará o cometa enquanto ele vai se aproximando do Sol. E aqui a coisa fica interessante, como os leitores que viram o filme Armageddon devem se lembrar: à medida que o cometa vai se aproximando do Sol, sua superfície vai esquentando e seu material começa a sublimar. Com isso, vemos daqui a cauda do cometa, que, como os cabelos de uma pessoa, sempre aponta na direção do vento. Neste caso, no da radiação proveniente do Sol.

     Cometas são bolas de gelo e poeira, restos do material que formou o Sol e os planetas, 4,6 bilhões de anos atrás. Encontram-se na periferia do Sistema Solar, com tamanhos variando de alguns metros a aproximadamente 10 km de diâmetro. Por estarem longe e isolados, guardam a memória da origem do Sistema Solar: estudá-los significa também estudar a nossa origem.

    A sonda Philae, armada de uma série de instrumentos científicos, mandará imagens da superfície do cometa e de sua vizinhança. Estudará, também, a composição química da superfície do cometa, buscando, em particular, por material orgânico. Usando uma broca, chegará 23 cm abaixo da superfície para coletar amostras do solo.

    Isso tudo será feito remotamente, quando a sonda estiver a centenas de milhões de quilômetros da Terra. Imagine pilotar um robô a essa distância...

    Existem dois mistérios profundamente interligados com cometas: a origem da água na Terra e a própria origem da vida. Segundo algumas teorias, uma fração significativa da água na Terra veio de cometas e protoplanetas que caíram aqui durante os primeiros 500 milhões de existência do Sistema Solar. Ninguém sabe de onde veio a água aqui, e esses estudos serão úteis para elucidar a questão.

    Também sabemos que cometas têm matéria orgânica, isso é, relacionada com a vida, incluindo vários aminoácidos. Será interessante verificar se o cometa 67P/ChuryamovGerasimenko tem aminoácidos e se suas propriedades são como as dos aminoácidos terrestres. Se cometas caíram aqui no passado remoto, é possível que tenham inseminado a Terra com os materiais que geraram a vida. Vivemos numa época em que uma sonda criada por nós pode pousar nesse objeto tão distante e inóspito. É nessas horas que a ciência supera a ficção.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2014/01/1402687- quando-a-ciencia-supera-a-ficcao.shtml o.

A expressão destacada que NÃO funciona sintaticamente como adjunto adverbial é

Alternativas
Comentários
  • a)“...por nós pode pousar nesse objeto tão distante...”

    Distante esta modificando o objeto "objeto", o que o configura como locução adjetiva, e nao adjunto adverbial.

  • "Tão" não seria Adjunto adverbial de intensidade, intensificanto "distante" ?  

  • Gabriel Fumagalli, tenta substituir distante por distantemente para verificar se é adjunto adverbial. Se fizer sentido, o adjunto é adverbial. Senão, é adjetivo.

  • na letra D " nessas horas " está plural, como pode ser adjunto advervial ...

  • Alguem se recorda da definição de "Locução adjetiva"? Apenas em um site pude ver dizendo que, na maioria das vezes, não seria usado preposição na composição da Locução.Já os professores, renomados, de cursos preparatórios, estudo com pelo menos 3 do mercado, afirmam,categoricamente, a necessidade no uso da preposição para composição da "Locução adjetiva", o que não seria o caso de "tão distante", apesar de estar qualificando o substantivo "objeto". Alguns exemplos de Locução adjetica seria: amor DE mãe (amor materno), amor DE pai (amor paterno),corpo DE aluno (corpo discente),creme DE cabelo (creme capilar), água de chuva (água pluvial),dor DE estômago (dor estomacal)...Agora faça isso, qualifique o "objeto" usando o "tão distante"? Qual seria a formação? Objeto TÃODISTANTINO? Objeto Distantino?? Sinceramente, não consigo ver como.Como diram alguns mestres, "tão distante" é qualquer coisa, menos locução adjetiva, na minha opinião, até que me provem, me ensinem ou me esclareçam o contrário do que eu aprendi até agora.

     

  • O Aurélio Barbosa está certíssimo!!! Esta questão deveria ser anulada. Desafio os professores do QC a dar uma opnião sobre esta questão!!! 

  • Acredito que seja a letra A) devido "tão distante" está associado ao substantivo "objeto". Adjunto adverbial modifica um verbo, adjetivo ou advérbio, nunca um substantivo.

  • "é que" partícula expletiva na letra "d" , retirando-a fica: "nessas horas, a ciencia..." fica claro o adjunto adverbial.

  • a questao é nivel HARD

  • QUESTÃO MINUCIOSA.

  • Em 02/04/19 às 16:46, você respondeu a opção C. Você errou!

    Em 12/02/19 às 19:04, você respondeu a opção C. Você errou!

    Em 09/02/19 às 12:37, você respondeu a opção C. Você errou!

    Lágrimas...

  • Aurélio de sá, vc tem meu respeito!

    pois fez um comentário as 3 hrs da manhã.

    parabéns

  • Semana Passada= Adjunto Adverbial de Tempo

    Aqui= Advérbio de Lugar

    Nessas Horas= Adjunto adverbial de Tempo

    Agora=Advérbio de tempo

    Sobrou a letra (A)

    Pousar é um verbo VTD.

    Nesse Objeto é o OBJETO DIRETO.

    Tão Distante está modificando o SUBSTANTIVO OBJETO. Sendo assim, ele está funcionando como um predicativo do objeto.

  • Pousar é verbo transitivo direto?

  • Miguelpereiraxkl@gmail.com Pousar não se trata de VTD, ao menos nessa situação, uma vez que os VTD’s pedem complemento não preposicionado, onde perguntamos “o que” ao verbo. Nessa situação pousar nesse objeto - nesse é prep em + pronome esse. E “tão distante” tem a função de adjunto adnominal, uma vez que objeto é substantivo concreto.
  • Todos os comentários se completam!

    Parabéns aos comentários!

  • Letra D) Adjunto adverbial não varia de gênero nem número. Além disso predicativo do sujeito só pode ser Predicativo, Pronome ou substantivo.

  • Adjunto adverbial tem a mesma função de um advérbio, qual seja, modifica a ação de um verbo, adjetivo ou de outro advérbio.

    Na questão a letra A é um predicativo do objeto (dá uma característica ao objeto)

    “...por nós pode pousar (VTI) nesse objeto (O.I) tão distante (DÁ UMA CARACTERÍSTICA AO OBJETO, DIZ QUE ELE ESTÁ LONGE)...”

    A "C" está certa pois o aqui significa que a agua está no planeta terra (no local planeta terra).

  • Meu cérebro: - é a letra A está caracterizando o objeto.

    minha mão: - mas eu vou na D.

    Só comigo acontece isso?? rsrsrs.

  • “...por nós pode pousar nesse objeto tão distante...”

    *A expressão "tão distante" dá a impressão de que trata-se de um Adjunto Adverbial de Modo (tão), mas nesse caso ela não modifica/intensifica o substantivo "objeto", mas sim o caracteriza, função essa que pertence ao Adjunto Adnominal.

  • Pousar é VTD?? Quem pousa, pousa EM algum lugar, nao seria VTI?