- ID
- 1972561
- Banca
- Aeronáutica
- Órgão
- CIAAR
- Ano
- 2016
- Provas
-
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Cartográfica
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Civil
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia da Computação
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia de Agrimensura
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia de Telecomunicações
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Elétrica
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Eletrônica
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Mecânica
- Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Oficiais Engenheiros - Conhecimentos Básicos
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Contra a mera “tolerância” das diferenças
“É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.
“Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.
“Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.
Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.
Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.
Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.
(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)
Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre as classes de palavras no contexto do texto. A seguir, marque a opção com a sequência correta.
( ) A palavra “este”, utilizada nos 3º e 4º parágrafos, cumpre, nos dois casos, o mesmo papel de pronome demonstrativo.
( ) “Favor” e “bondade”, que ocorrem no 3º parágrafo, são igualmente substantivos. O primeiro masculino e o segundo feminino.
( ) O termo “o”, em suas duas ocorrências, assim como “uma”, ambos no 5º parágrafo, são artigo indefinido e definido, respectivamente.
( ) “Ainda”, nas duas locuções do 5º e do 6º parágrafo, assume o papel de advérbio de tempo.