SóProvas


ID
2014036
Banca
COSEAC
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2

1     Para o Brasil o homem da África foi trazido principalmente como mão de obra: a mão de obra capaz de substituir o indígena, pois este não estava afeito ao trabalho sedentário e de rotina da lavoura. (...)

2     Foi particularmente o escravo que influiu na organização econômica e social do Brasil, constituindo a escravidão uma daquelas três forças – as outras duas, a monocultura e o latifúndio – que caracterizam o processo de exploração da nova terra portuguesa; e que fixaram igualmente a paisagem social da vida de família ou coletiva no Brasil. Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881, antecipando-se assim aos modernos estudos de interpretação antropológica ou sociológica sobre o negro: “o mau elemento da população não foi a raça negra, mas essa raça reduzida ao cativeiro”, escreveu ele em “O Abolicionismo”.

3     Essa situação de escravo, portanto, marca como traço fundamental e indispensável de ser assinalada a presença do negro africano no Brasil; a influência não foi do negro em si, mas do escravo e da escravidão, já observou Gilberto Freyre. Como escravo, e por causa da escravidão, o negro africano teve sua vida perturbada; dela afastado bruscamente, misturou-se com outros grupos culturais. Esta circunstância contribuiu para que os valores culturais de que era portador fossem prejudicados em sua completa autenticidade ao se integrar no Brasil.

4     Não puderam os escravos negros manter íntegra sua cultura, nem utilizar preferentemente suas técnicas em relação ao novo meio. Não foi possível aos negros revelarem e aplicarem todo o seu conjunto cultural: ou porque, ao contato com outros grupos negros, receberam ou perderam certos elementos culturais, ou porque, como escravos, tiveram sua cultura deturpada. Daí os sincretismos e os processos transculturativos.

5     Talvez este fato tenha concorrido para fazer com que no novo meio nem sempre fosse o negro um conformado; um joão-bobo que aceitasse pacificamente o que lhe era imposto. Foi, ao contrário, e por vezes através de processos bastante expressivos – e o caso dos Palmares é típico –, um rebelado.

(JÚNIOR, M. Diégues. Etnias e culturas no Brasil. 4 ed.: Rio, Paralelo, INL, 1972, p. 85-6.)  

Acerca da oração: “Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881” (§ 2), pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • O enunciado diz: Acerca da oração... Daí, a alternativa certa fala de outra oração que nem no texto está! Que coisa.

  • Sinceramente, entendi foi nada dessa questão.... sinto-me muito burro ao responder esse tipo de questão... se alguém puder esclarecer, ficarei feliz!!! 

  • É lamentável...

  • Deslocamento do objeto direto

    «Medicina você sabe que é prática.»

    A palavra medicina é objeto direto de sabe. Se a oração estivesse na ordem linear normal seria: «Você sabe que medicina é prática.» Portanto, houve umdeslocamento do objeto direto para a esquerda. Esse recurso é chamado de topicalização. O estudo desse assunto chama-se segmentação.

    Explicando o exemplo dado: há duas orações:
    1a: «Você sabe.» (or. principal)
    2a: (que) «Medicina é prática.» (or.subord.subst.objetiva direta)

    A palavra 'que' é uma conjunção integrante. Essa conjunção introduz oração subordinada substantiva.
    lembrete:
    Observe a correlação entre objeto direto e oração subord. subst. objetiva direta.

    http://www.lpeu.com.br/q/df6g6

  • Prova para professor de português... Solicitei comentário dos professores do qconcurso.

  • a) o termo “Esta distinção”, que designa “o ser sobre o qual se diz algo”, exerce função de sujeito. - ERRADO: A oração está em ordem inversa. Sujeito: João Nabuco

    b) o objeto direto se acha topicalizado, como (popular e familiarmente) em: “Pedro a gente viu ele hoje na rua”. - CERTO: Objeto direto topicalizado (fora de ordem) pleonástico (repetido) para dar ênfase ao objeto.

     c) o emprego pleonástico do pronome “a” é de uso corrente na língua oral coloquial. - ERRADO: É um recurso da norma culta.

     d) a reescrita na voz passiva analítica se faz usando o verbo auxiliar no pretérito perfeito do indicativo. - ERRADO: Pretérito IMperfeito do Indicativo pois o verbo "fazia" encontra-se nesse tempo; portanto, o verbo auxiliar "ser" deverá seguir o mesmo tempo.

     e) a anteposição de “já” ao sintagma “esta distinção” não altera o sentido fundamental do enunciado. - ERRADO: Altera o sentido uma vez que dá ênfase.

  • Só complementando a excelente explicação do colega "Felipe Porto", no tocante à alternativa "d", reescrevendo para a voz passiva analítica ficaria: " Esta distinção já ERA feita".

  • Joaquin Nabuco já fazia "ela" , ou Essa distinção já "a" fazia Joaquin Nabuco, Pedro a gnt "o" viu Pedro a gnt viu "ele"
  • Essa questão está de matar, apesar de ter bastante coisas é muitos simples, que requer muita antenção. 

  • Exclente explicação do  professor Arenildo Santo, amoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

  • O estudo desse assunto chama-se segmentação da oração

     

    Objeto direto topicalizado (fora de ordem) pleonástico (repetido) para dar ênfase ao objeto.

     

    Há deslocamento do objeto direto para a esquerda. Esse recurso é chamado de topicalização - DESLOCAMENTO DO OBJETO DIRETO

     

     

     

    Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881  - JOAQUIM NABUCO JÁ FAZIA ESSA DISTINÇÃO

     

    “Pedro a gente viu ele hoje na rua”.  - A GENTE VIU PEDRO NA RUA HOJE

  • Pessoal. Atenção que é uma prova para professor de português. Normal o nível tá muito mais alto mesmo!

     

  • Essa foi mais fácil.